Olha, complementando um pouco aqui, antes de tudo quero agradescer por todos os excelentes comentários, sério, tá sensacional a interação aqui nesta postagem!
Agora voltando... Levando em conta que o conceito de Big Tech carrega o sentido de:
- Global
- Domina nicho de mercado
- Dita regras e tendências globais
Com os exemplos destes grandes players:
- Apple
- Amazon
- Google
- Meta
- Microsoft
- Netflix
- TikTok
E olhando para o meu contexto cultural brasileiro, ao meu ver, sim é possível, mas só não temos exemplos, ainda...
Antes de tentarmos entender porque isso acontece precisamos entender porque o Estados Unidos é um lugar tão forte nestes quesitos. Será que foi a liberdade do mercado? Será que é a organização? Ou a educação? Serem os maiores - mundialmente falando - representantes de força militar, de conquistar guerras e de estar na maioria das vezes do lado vencedor no passado pode ter sido o motivo de ganhar tanta notoriedade e velocidade nessa "corrida" (talvez não é corrida, é só estratégia de Mercado mesmo) para serem os maiores, serem representados e consequentemente serem referências para vários países (não todos).
E não são apenas essas indagações que trarão a ideia do porque a maioria das BT vieram dos Estados Unidos, mas existem outras miríades de questões que explicam isso de forma melhor.
Mas se olharmos para o Brasil, sim temos potencial pra isso claramente, não digo só potencial natural, mas também potencial patrimonial, potencial humano, enfim. Temos o pão, a faca, a goiabada e o queijo, mas ao meu ver me falta o principal: A motivação.
A motivação necessária para a pessoa que tem a faca agir, começando a cortar o pão, pegar a goiaba, colocar no pão, pegar o queijo e colocar no pão, fechar e comer o pão. Essa motivação no Brasil agora é muito baixa e temos vários indicadores pra isso:
- Vários talentos são mais valorizados no exterior.
- O brasileiro costuma romantizar e valorizar no exterior.
- Vitimizamos os problemas de fora e demonizamos os problemas de dentro do Brasil.
- Enxergamos os problemas como problemas e não como oportunidades com boas soluções.
- Somos vistos como o país do samba, futebol, novelas e mulheres e mesmo sabendo que isso é uma fama ruim (por vários motivos óbvios, ex. objetificação, desvalorização, ilusão, etc), muitas pessoas apreciam este "reconhecimento", mesmo o mundo não enxergando totalmente assim.
- Somos relativamente novos na história (+-1500 anos, fora o conhecimento indígena de antes), ainda estamos galgando nosso espaço no mundo.
- Política ainda está amadurecendo, temos muuuito a melhorar ainda no quesito organização, leis, justiça, respeito, imparcialidade, governabilidade, responsabilidade, burocracia, etc.
Enfim, são tantos desafios culturais, sociais, éticos, morais, territoriais, psicológicos, etc! Que todos estes desafios podem ser ou como ainda muitos outros poderão ser determinantes porque ainda não temos BigTechs criadas por brasileiros e com sede no Brasil, tendo tanta influência global e com praticamente a soberania naquele determinado nicho.
Mas uma coisa eu vejo que BigTechs são formadas por ideias inovadoras, pessoas talentosas, vendedores natos, aderência em massa de usuários e empresas e solucionadores de não só um grande problema, mas vários, fazendo com que aqueles problemas sejam assimilados diretamente com a marca da empresa, ou seja, se tratando de mobiles (Apple), se tratando de Pesquisa (Google), se tratando de Rede Social (Meta)... percebe que quase inconscientemente fazemos isso? É um dos segredos das BigTechs.
Outra coisa que gostaria de contribuir para a conversa é, será que só essas gigantes da tecnologia seriam consideradas BigTechs? E Samsung com seus mobiles com Android (da Google), a Intel com seus baitas chips ou a NVidia com suas placas de vídeo últratecnologicas ou a IBM com seus baitas hardwares? Por mais que alguma delas não seja a líder de mercado no nicho específico, elas são tão grandes e presentes o quanto em países que muitas vezes são proibídos a sua presença (por exemplo Facebook sendo bloqueado na Rússia (essa é uma matéria atualizada de 27/06/2022, mas cabe como exemplo.
Também penso no caso das não BigTechs, por não serem de tecnologia, mas que são gigantes de acordo com seu nicho e mundialmente falando, por exemplo o MCDonalds, é uma imensa rede não só de FastFood, mas vendendo também a necessidade com a solução como brinde e alcançando muitas pessoas no mundo todo. Já pensou se o MCDonalds se aplica a um nicho de tecnologia e se destaca por isso? Automaticamente se tornaria uma BigTech (muitos poderão dizer que na verdade seria uma FoodTech, mas de fato MCDonalds é grande, logo se enquadra em nossas classificações).
Não posso deixar de fazer menções honrosas as empresas Uber, Tesla, Alibaba, Unilever e a AMBEV (brasileira).
Então sim, é totalmente possível o Brasil ter BigTechs, mas existem vários desafios que impedem hoje um crescimento massivo interno para o externo do país ao ponto de ter presença global com influência no ramo e domínio do nicho... Mas é possível seja começando agora ou com as que já estão no Mercado há anos, sendo grande players e se destacando no que faz, mas com boa direção, boas tomadas de decisão e orquestração bem planejada, com certeza chega lá.
Para finalizar minha redação do ENEM, mas que acho ser de extrema relevância para este assunto é o fato de estarmos vivendo num momento de disrupção: A chegada das IAs. Com as IAs Geradoras por exemplo muitas pequenas empresas com ideias maravilhosas se tornarão realidade mais facilmente e muitas startups se tornarão empresas conceituadas e outras poderão crescer ainda mais e se tornarem referências em seus nichos, se e somente se, aproveitarem bem essa onda que a IA irá trazer, potencializando os mercados, aquecendo os corações dos inovadores (criação e atualização) e alavancando ideias a se tornarem realidade e quem sabe assim, se tornando uma Big... nem precisa ser Tech, mas se for, a IA também será um motor descentralizado e propulsor disso.
Obs.: As fontes dos meus comentários são meus achismos, influência dos comentários de nossos colegas aqui nessa publicação e experiências profissionais.