"Combate à pejotização no setor de TI"
Boa dev's.
Recentemente vi uma notícia sobre "combate à pejotização no setor de TI" no site da Sindpd, que é um sindicado do nosso nicho.
Achei bem polêmico, então pode gerar uma boa discussão.
O quê acham?
Boa dev's.
Recentemente vi uma notícia sobre "combate à pejotização no setor de TI" no site da Sindpd, que é um sindicado do nosso nicho.
Achei bem polêmico, então pode gerar uma boa discussão.
O quê acham?
Bom dia, eu sou dev a mais de 4 anos, nunca trabalhei como PJ por que eu não quis, entretanto eu acredito que o ser humano deve ser livre para fazer o que achar melhor da sua vida, agora lutar contra um modelo de trabalho que em diversas vezes é ofertado e não imposto ao trabalhar eu vejo como um deserviço.
Cada um sabe o que é melhor para a sua vida e deveria ter a liberdade de escolher qual modelo de contratação é melhor para ele.
Sim, afinal existe a possibilidade de ser PJ e CLT. Se 40% preferem ser PJ logo o problema não esta em ser PJ e sim na desvantagem que é ser CLT. Ao invés de rever o motivo desta preferência, preferem dizer que ser PJ é o problema.
SindPD seria o órgão perfeito para sugerir novas modalidades de contrato que contemplem o trabalho da categoria nos tempos atuais, sobretudo após a pandemia.
Mas não, se sustentam num modelo de trabalho de uma lei escrita na década de 40.
Eu concordo se o SindPD estivesse realmente pensando no bem dos profissionais ele estaria lutando para criar novos tipos de contratação.
É igual quem trabalha por aplicativo.
É um modelo novo sem qualquer semelhança com o que a CLT conhece e mesmo assim ficam inventando de colocar na mesma caixinha.
Lembrando que a CLT foi publicada na década de 40, num tempo em que 90% dos empregos atuais não existiam ou eram sequer imaginados.
Essa é uma discussão eterna, e já esse tópico já surgiu várias vezes aqui no TN.
Não há problema em ser PJ de uma pessoa só se a pessoa se comportar como empresa, ou seja, tem a liberdade de ter vários projetos, vários clientes, fazer seu próprio horário, definir o valor do seu próprio trabalho, arcar com as responsabilidades fiscais e previdenciárias.
Muita gente, inclusive aqui mesmo nessa thread, defende que ser PJ é uma forma de ser independente, ganhar mais e administrar seu próprio dinheiro longe das garras do Estado, e de fato é SE for como comentei acima. Quando é um CLT disfarçado de PJ, aí já é ilusão.
Quando digo CLT disfarçado de PJ acontece quando isso é imposto ao trabalhador direta ou indiretamente pela empresa, todo mundo conhece algum programador PJ mas na real ele trabalha como se fosse CLT, tem horário fixo, salário fixo, alguns até usam uniforme e crachá. Isso é uma ilusão para burlar pagamento de obrigatoriedades trabalhistas.
Poucos dias atrás, um programador iniciante aqui no TN, perguntou se era uma boa se tornar PJ para ganhar 1.700 ao invés de 1.300 na mesma empresa. Isso é pejotização
Tem muita gente que vende um discurso que ser PJ é bom e ser CLT é ruim, que quem quer ganhar dinheiro de verdade tem que ser PJ. Isso é uma besteira absurda.
Conheço devs CLT que tem salário bem maior que a renda mensal de muitos devs PJ por aí.
O CLT no Brasil para qualquer área tem diversos problemas, boa parte das regras ali são de décadas atrás, estão muito atrasadas em relação aos novos formatos de trabalho que surgem ano após ano. Exige uma carga tributária absurda em cima do trabalhador (veja bem, quem paga os tributos é o trabalhador e não o contratante, a empresa apenas recolhe e repassa ao Estado), burocracia, falta de transparência e etc.
Mas há boas vantagens, e algumas delas se o "PJ" precisar ter, ele precisa ser muito bem organizado:
Ser PJ (individual e de verdade) realmente te trás uma sensação de liberdade muito grande, a possibilidade de definir quando, onde, por quanto e quais projetos quer atuar.
Mas veja que eu coloquei isso como uma "possibilidade", pois para alcançar isso o PJ tem que ser muito, mas muito bem organizado em relação as suas próprias finanças e investimentos, administração de projetos, ter um bom contador para ajudar com a parte fiscal e previdenciária.
E claro, tem que ser um bom profissional, saber se vender, saber lidar com diversos clientes e tipos de projetos, fazer bons contratos.
Conheço gente que com PJ alcançou o sonho de trabalhar de qualquer lugar, ter uma boa grana, viajar sempre que quiser e etc.
Mas também conheço um programador PJ (que tinha orgulho de nunca ter tido uma carteira assinada) que se acidentou de moto indo para um cliente e precisou ficar vários meses sem trabalhar pois machucou seriamente o braço. Durante esse tempo não teve renda nenhuma, ficou preso em dívidas, a empresa que ele prestava serviço não renovou contrato, teve que vender o carro e tirar a filha da escola particular.
Por isso PJ não pode ser vendido como solução mágica perfeita para todo mundo, pois é só você mesmo, tanto para as coisas boas quanto as coisas ruins.
Concordo com você amigo. Há casos e casos. Tem muita empresa que se aproveita do PJ e abusa mesmo. Ser PJ é ser mais livre, sem amarras, agora querer pj e cobrar como CLT, não rola, até porque a empresa não repassa nem 30% da economia pra você rs.
Sindicatos sempre, sempre vão ser a favor de que haja mais empregos, mais gente na CLT. Os sindicatos trabalhistas nunca estão preocupados com o trabalhador ganhar mais, e sim com suas proprias causas.
A verdade é que CLT é uma ilusão. Ganha-se menos para poder custear 13º, Férias, INSS e FGTS. Em 2022 por exemplo, o dinheiro que VOCÊ depositou no FGTS de forma obrigatória, rendeu ao todo (juros + lucro distribuido) 5,83%. Enquanto isso, no ano de 2022 a taxa básica de juros (SELIC) ficou acima de 10,75%, sendo que atingiu 13,75% ao ano.
Ou seja, quem depositou dinheiro no FGTS deixou de receber no mínimo 6% daquele valor no ano, simplesmente porque o dinheir é mal aplicado.
Nem falo muito sobre INSS, pois para muitos é um anjo da guarda quando ocorrem imprevistos, mas segue a mesma linha, dinheiro mal administrado que na sua mão provavalmente serviria muito mais.
Além disso, a ilusão de 13º salário e férias. O dinheiro pra pagar o 13º e férias não vem de um 13º mês no ano. Ele vem de um rateio que o empresário faz ao longo do ano. Na conta básica, a empresa paga 2x o valor base do seu salario. Não seria melhor você receber o dobro do seu salário, e você decidir como aplicar o dinheiro?
Concordo neste ponto, e já vi muitos contratos PJ interessantes que incluem auxílios, décimo terceiro, férias remunerada, etc.
Compactuo, sou PJ tenho um bom salário, 27 dias úteis (isso mesmo 27 dias ÚTEIS) de férias remuneradas, a empresa compra equipamentos para o meu trabalho e o equipamento é dado para mim, notebook encerrou o contrato é meu, a mochila, minha e etc...
Trabalho flexível 40h semana se for fazer 8h dia ou 40h corridas sem parar no problem, porém tem menos demanda do que tempo então sempre sobra hora e o mínimo do contrato é 40h semanais. Eu me comprometo a estar disponível e cumprir prazos, mas se sobra hora para mim não tem desconto de nada.
Tenho um estilo de vida PJ muito melhor do que CLT com ponto de manhã, sair pra almoçar, voltar do almoço, encerrar expediente...
Dev PJ MEI não pode mas o teto do MEI é muito baixo. Se for pra ser PJ pela insegurança tem que ser pelo menos o teto do MEI uns 7k pra cima.
Concordo, há modalidades hoje para devs que passam o teto do MEI. Realmente prefiro a modalidade PJ por ter a liberdade de decidir oq fazer com seu próprio dinheiro.
Eu trabalho com programação profissionalmente já tem 12 anos e nessa jornada já fui tanto CLT como PJ. O que posso dizer é que o sindicato nunca me ajudou em nada, pelo contrário, após eu perceber que em nada me ajudava e descontava uma taxa diretamente da carteira de trabalho me fez gastar dinheiro para ir lá e entregar uma carta escrita a mão dizendo que eu não queria contribuir.
Na minha experiência e visão o Sindpd apenas quer alguma maneira de ganhar seu dinheiro sem entregar algo muito expressivo em troca.
Esse trecho aqui é pertinente:
O setor de tecnologia da informação tem apresentado um alto índice de contratações irregulares e precarizantes (informais, MEI, cooperativismo fraudulento, contratações ilegais de Pessoas Jurídicas e internacionalização ilegal de mão de obra), num índice que se aproxima de 40% da força de trabalho do setor, cerca de 1,1 milhão de profissionais
Algo que infelizmente temos no Brasil é a demora para adaptação, existem muitas vagas la fora que não cobrem o CLT. Trabalhar como PJ não é algo irregular, uma vez que existem formas de prestar serviços como empresário de tecnologia para as empresas nacionais ou internacionais através de abertura de empresas, onde é gerado um CNPJ, que também nos cobram impostos e bem altos inclusive.
Existem pessoas que preferem o CLT e outras que preferem o PJ, eu acredito que o que for melhor para o momento de cada um é o que deve ser seguido uma vez que isso é possível de forma legal no Brasil.
Se algum momento for ilegal pela lei, então devemos entrar nessa conversa do Sindpd, mas de verdade, no dia que o sindicato realmente se preocupar com os profissionais eu acredito que eles entrarão em assuntos muito mais importantes do que esses onde não estamos pagando parte do nosso salário para eles.
Sim, ao meu ver foi bem equivocado essa colocação de "ilegal" ao regime PJ.
A intenção do SindPD é aumentar arrecadação após decisão recente do STF tornando a associação sindical obrigatória novamente junto com cobrança.
Certo dia li uma thread no X (twitter) eles falando que são contra também o dev prestar serviço pra empresas de outros países que não possuem sede no BR.
Penso que cada um sabe o que é melhor pra si e deve ter a liberdade para trabalhar e prestar serviços da maneira que melhor lhe convem. Seja PJ, CLT, pacto de sangue ou contrato de boca. Tanto faz, o importante é o cara trabalhar e conseguir dinheiro pra manter sua vida e de sua familia.
E o legal deste nicho é justamente o rompimento de fronteiras, podendo criar interações de pessoas de diferentes partes do mundo, seja você criando uma empresa aqui e oferecendo serviços para diversos países como você oferecendo seus serviços para empresas de diversos países. Vejo como retrocesso a condenação desta modalidade.
E se quiserem proibir, os devs serão obrigados a abrir pessoa juridica fora do país.
Não é mais bixo de 7 cabeças como antes. Tem país como a Estônia que abre sem sair do Brasil, tudo online.
Quando fazem muros, outros fazem escadas.
Vale mais a pena viu, na verdade acho que vou fazer isso para parar de pagar tantos impostos aqui no BR.
Mas aí você está contando a história pela metade. Se você tomar um calote de uma empresa sem sede aqui como você recorre na justiça?
Mas concordo com você, cada um faz o que quiser. Ninguém está impedindo ninguém.
Uma pessoa não é burra só por ter aceitado condições de trabalho desfavoráveis. Quando você está na pindaíba, você aceita o primeiro emprego que aparece na sua frente. Depois, quando aparece outra oportunidade melhor, você larga a oportunidade ruim.
Não é todo mundo que tem poder aquisitivo ou rede de apoio para permitir que eles fiquem sem renda nenhuma até que aquela oportunidade de ouro em uma multinacional apareça.
sim, mas essas pessoas são as que mais sofrem com o crescimento do modelo pj, a empresa precisa de funcionários e vai contratar de qualquer jeito, só que vai procurar a maior vantagem pra ela, se só tiver clt, ela vai pela clt e essas pessoas não serão prejudicadas
O problema está no fato de ser possível que um empregador mal-intencionado crie essa condição de "oportunidade ruim" e sem direitos, que não deixa outra escolha pra quem precisa a não ser se submeter. Quando o profissional olha pro mercado ele vê uma imensidão de vagas nesse modelo que precariza o trabalho de TI.
Não deveria ser possível, e está é a luta do SindPD. Se você quer abrir um posto de emprego, arque com as responsabilidades. Trabalhadores não são descartáveis.
Concordo, nao é por quê alguns desenvolvedores acabam prejudicados por problema de diretos que o problema é ser PJ, e também serve pra CLT
Por conta da lei federal dos Sindicatos (De 1939, do Vargas), não se pode haver mais de um sindicato por profissão, havendo outras restrições:
Um claro monopólio.
Fora isso, a única forma ao meu ver está em movimentos apenas.
Quem acompanhar minimamente o Twitter, e ver a postura desse sindicato, no mínimo deveria pensar a respeito, no mais, se o cara quer ser PJ com obrigações de CLT, tá tudo bem também, e só colocar na ponta do lápis e tirar suas conclusões, o que acho prejudicial é a galera cagando regra e querendo decidir sobra as dificuldades de cada um, sem, de fato se colocar no lugar do outro.
motivo da discussão: as empresas brasileiras estão perdendo talentos para empresas no exterior que contratam por modelo PJ com trabalho remoto.
a TI deveria ser uma política de Estado.
A maioria aqui está confundindo PJ com pjotização. O problema não é a forma de contrato mas sim como ela é aplicada na prática.
Sabemos que a maioria só é pessoa jurídica no papel, na prática têm que cumprir horas, é tratado como funcionário, se tem mais de um emprego é mandado embora, tem que trabalhar presencial, e ainda tem as vagas pagando R$ 1.800 que deve dar menos que um salário mínimo. Casos assim estão ficando cada vez mais comuns.
Concordo, mas penso que não deveriam "combater a pjotização", e sim trazer mais treinamento para quem quer ser PJ e não passar por sufocos, pois não é proibido ser PJ e muito menos alguém esta sendo obrigado a ser. Parando para analisar, mesmo com esses problemas em ser PJ, cerca de 40% ainda preferem ao invéz de ser CLT e ser taxado em boa parte de seu salário. Chego a conclusão que o problema pode não ser do lado PJ e sim do lado CLT.
um dos muitos objetivos dos sindicatos é, inventar um problema, e se vender como a sendo a solução.
Afinal de contas, o sindicato arrecada em cima do CLT, mas não do PJ.
Essa história toda é sobre a defesa dos intereses do sindicato, mas não do trabalhador.
Exatamente!
fala dev's...
tenho uns 0,10cents aqui..
acho que esta sendo usado muitos termos que nao dizem nada e muitas acusações de fulanos e deltranos que nao levam a lugar nenhum.
eu trabalhei durante anos como CLT em SP e tive muitos impostos "cobrados" pelo dito sindicatos onde iam na empresa que trabalhei e vendiam sonhos e paraisos. onde eu aplicava melhor meu salario, com saude, com investimentos e outras formas mais.
quando sai desta dita empresa, eu precisava ir neste sindicato para fazer duas coisas:
o que aconteceu neste caso?
demorei para achar o endereço, pois o endereço principal era um loteamento, entao quando consegui achar a sala de atendimento, em um predio abandonado proximo da Sé, me foi dito "você precisa arcar do seu bolso toda esta reclamação contra a empresa, processos juridicos etc, nós nada podemos fazer já que o trabalhor é voce e voce pensa diferente de nós".
no fim, paguei rios de impostos para o sindicato ficar de brasos cruzados e nem me ajudar em nada.
aconteceu outras coisas com o dito sindicato, das quais nem tem vontade de lembrar e eu fui muito prejudicado.
um tempo depois resolvi abrir uma ME e trabalhar como PJ/funcionario para as empresas brasileiras e do exterior. pagava meus impostos, fazia a dita contribuição do INSS, realizei o sonho de dar uma casa para minha familia, consegui pagar meu casamento e retabilizar o que sobrava.
Sou de familia muito pobre e até aquele momento grande parte do meu salario era do Estado e do sindicato, quando me tornei PJ/ME, tornei-me responsavel por todas as coisas e assim dei condiçoes melhores de vida para muita gente, inclusive para mim.
por esse motivo e outros, sempre falei que isso é ruim para nossa area. é como colocar o "setor de TI" em uma salinha de aula e "padronizar" todos aos moldes de otrem.