Senta que lá vem textão, mas leia com carinho porque isso pode mudar sua vida. (EXPERIÊNCIA PRÓPRIA)
Victor, teu post me pegou de um jeito que parece que você descreveu a minha vida antes dos meus 24 anos. Sério mesmo, essa frustração, essa briga com a própria mente pra tentar focar, saber o que tem que fazer e simplesmente não conseguir... passei por TUDO isso aí que você falou. Tentei Pomodoro, mil planilhas, exercício, dieta, o escambau... e nada resolvia de verdade. Era só band-aid, como você bem disse.
Teve uma época que eu basicamente vivi a vida de um atleta em termos de constância, disciplina e advinha? NADA ADIANTAVA. Eu era constante e disciplinado para errar e ficar parado sem saber o que estava acontecendo.
E ó, a caminhada pra achar ajuda foi osso. Com uns 18 anos, fui tentar entender o que rolava comigo e fui basicamente chutado de um consultório. Peguei um médico totalmente por fora (pra não dizer coisa pior) que chegou a dar a entender que eu tava inventando coisa pra pegar remédio controlado – uns remédios que eu nem sabia o que eram direito na época! Isso só me fez afundar mais, achando que o problema era eu, minha "falta de vergonha na cara".
Só com 24 anos (5 anos atrás), quando tive condição de buscar um profissional decente e que entendia do assunto, é que veio o diagnóstico: TDAH. E aí, meu amigo, começou o tratamento.
E é aqui que a história vira e o motivo de eu estar escrevendo esse livro pra você:
o diagnóstico e o tratamento mudaram MINHA VIDA de um jeito que parece até fanfic. Eu costumo dizer que eu "virei gente" depois disso. Outra pessoa, de verdade. Consegui finalmente ter foco, ser produtivo de verdade, e a parada explodiu em todas as áreas. Em 1 ano eu ganhei mais dinheiro do que em todos os anos de minha vida. E isso se repetiu nos demais.
E não, não foi coincidência. Foi uma mudança total inexplicável em meu modo de ver as coisas, em minha produtividade e em minha saúde mental. Mudança essa que só veio graças ao meu tratamento.
Porém, eu vi que você falou que tem QUASE CERTEZA que não tem TDAH.
Cara, eu entendo 100% essa desconfiança. Infelizmente, nos dias atuais, uma galera aí se autodiagnosticando no TikTok e banalizando um negócio que é muito sério pra quem realmente tem.
⚠️ MAS (e leia esse MAS com atenção): os sintomas que você descreveu batem DEMAIS com o que eu sentia. E essa história de não conseguir focar nem pra procrastinar direito (jogar, etc)? Isso NÃO QUER DIZER NADA, aliás, pode até ser mais um sinal de TDAH! A treta do TDAH muitas vezes não é não conseguir focar nunca, mas sim não conseguir controlar ONDE e QUANDO você foca. Às vezes a gente hiperfoca numa besteira sem importância, e na hora do vamos ver, nem o que a gente gosta segura a atenção. Essa dificuldade de gerenciar o foco é clássica. Pra mim, antes de tratar, não tinha técnica de produtividade que desse jeito. O buraco era mais embaixo, era químico.
E hoje? Sim, eu tomo medicação como parte do meu tratamento. E falo isso sem vergonha NENHUMA. Quem realmente tem TDAH, tem uma condição neurobiológica, uma química diferente no cérebro. É que nem quem tem diabetes e precisa de insulina.
Alguém acha ruim a pessoa tomar insulina pra viver bem? Claro que não! É o que o corpo precisa.
Pro TDAH é a mesma lógica. A escolha é clara: continuar levando uma vida de merda, lutando todo santo dia contra si mesmo, ou buscar o tratamento certo (que PODE incluir remédio, terapia, etc.) e ter a chance de uma vida digna, usando todo seu potencial.
Então, meu conselho de quem já esteve nesse fundo do poço e se identifica pra caramba com sua luta: MESMO desconfiado, vai atrás de um BOM profissional (psiquiatra ou neuro especialista em TDAH) pra investigar isso A SÉRIO. Caga pra "modinha", esquece os médicos ruins do passado (caso você já tenha passado por experiências iguais as minhas) e foca em achar alguém competente AGORA.
Pode não ser TDAH? Pode. Aí beleza, você tira isso da frente e busca outras soluções.
Mas E SE FOR? Pensa na chance que você pode estar perdendo de virar esse jogo, como eu virei. Pra quem tem mesmo, o tratamento certo não é muleta, é a chave que destrava o motor.
Não é fraqueza buscar ajuda, mano. É inteligência e eu recomendo DE CORAÇÃO que você investigue isso com um profissional, por mais que você TENHA CERTEZA de que não tem nada disso.
Eu tenho duas fases, ANTES de descobrir o diagnóstico e me tratar e DEPOIS disso.
Eu falo sem nenhum exagero que são pessoas diferentes (e eu prefiro muito mais essa segunda versão, que eu conheço há 5 anos).
E se não for TDAH, MARAVILHA! É sinal de que vai ser muito mais fácil você passar por cima disso tudo.
Forte abraço!