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Sim, você vai ser substituido pela IA "dev"!

Outro dia desses escrevi um post aqui que programador não seria substituido pela IA, mas quando mais leio coisas por aqui mais acho que me enganei, pois preciso colocar algumas observações.

Explico: não tenho duvida nenhuma de que você programador verdadeiro, que estudou, é técnico e tem conhecimento profundo do que faz é insubstituivel. Você que como eu, trabalhamos em sistemas de medio a grande porte, de alta disponibilidade e complexidade, entende que nao existe forma alguma de trocar tudo isso por um prompt e achar que as coisas funcionarão como um milagre. Pessoas leigas ou peseudo programadores, acham que sim, e basicamente nem sabem ao certo do que estão falando.

Eu falo por que sou pós graduado em IA avançada por uma das mais conceitudas Universidades Federais do Brasil, tenho conhecimento e 20 anos de experiencia.

Esses leigos são exatamente os que irão me dar nota negativa e comentar bobagens aqui, e geralmente não são nem programadores, muito menos sabem algo realmente de IA, além do que escutam dos TikTokers, que em sua maioria, tambem não sabem nada do assunto e só querem views.

Mas vamos lá, o perfil a ser substituido é exatamente o do pseudo programador, semelhante a um comentário em uma postagem que vi hoje, o cara dizendo que economizou centana de milhares de reais fazendo sistemas no GPT ao invés de contratar um dev. Esse tipo de perfil é exatamente aquele que nós precisavamos para gerar funções e codigo manual, e é isso que a IA faz, serviço manual, não intelectual. Sabemos só de ler que isso é uma irrealidade e que um dev assim talvez nunca nem acumule centena de milhares de reais em sua carreira, muito menos conseguirá fazer com IA.

Mas isso não importa, o fato é que eu precisei escrever essa passagem para retocar a minha postagem anterior, adicionando essa observação.

Exelente dia a todos.

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Interessante reflexão! Realmente, a IA está transformando o panorama da programação, mas não da forma que muitos imaginam. A questão não é que a IA vai "substituir" o programador, mas que ela vai transformar as ferramentas e linguagens que usamos.

Se pensarmos no passado, substituímos a programação em assembly por linguagens de alto nível como JS e Python, mas isso não acabou com a necessidade de programadores — apenas mudou a forma como trabalhamos. Hoje, escrevemos em Python para abstrair a complexidade de linguagens mais baixas, mas ainda temos que entender o problema e moldar a solução.

O mesmo vai acontecer com a IA: ela vai nos dar uma "linguagem de programação" mais poderosa, possivelmente em linguagem natural, onde ao invés de escrever cada detalhe, diremos à máquina o que queremos que aconteça.

Hoje, trabalhamos com linguagens como Python e JavaScript, que nos permitem estruturar e detalhar o que o sistema deve fazer, linha por linha, função por função. Mas, no futuro, essas linguagens de script serão substituídas por uma nova geração de ambientes onde diremos ao sistema o que queremos alcançar, e ele será capaz de descobrir o "como fazer" de forma independente. Em vez de criarmos prompts para gerar códigos intermediários, o próprio runtime será um ambiente que entende intenções em linguagem natural e gera instruções diretamente para o hardware.

No final, essa evolução apenas muda a nossa forma de expressar o código, mas a essência de "codificar" e resolver problemas complexos continua sendo nossa.

Porém, essa mudança não elimina a necessidade de programadores. Mesmo com um ambiente declarativo poderoso, o verdadeiro trabalho de mapear problemas complexos do mundo real para um conjunto de intenções que a máquina possa compreender continuará sendo essencial. Isso exige habilidades de lógica, entendimento de sistemas e visão estratégica — exatamente o que define um bom programador. Em outras palavras, a linguagem pode mudar, mas a complexidade de transformar problemas em soluções continuará exigindo a experiência humana.

O que vamos substituir são as linguagens de programação, não o programador.

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Muito interessante sua visão de futuro!

Mas tem um ponto-chave que talvez tenha sido desconsiderado... entre assembly e Python, ambas linguagens são determinísticas - escrevendo o mesmo if-else, aquele if-else sempre seguirá a mesma lógica.

Mas usando linguagem natural para codificar, nós não conseguimos garantir que o output será sempre o mesmo, mesmo se escrevermos exatamente o mesmo prompt em linguagem natural.
Qualquer bug que acontecer e a IA não conseguir resolver, nós precisaríamos olhar o código-fonte gerado pela IA (assim como é feito hoje, e mantendo a necessidade dos devs).
Isso significa que nós não conseguiremos deixar de aprender linguagens de programação como são usadas hoje para usar somente a linguagem natural.

Por outro lado, a abstração do Python ou JavaScript faz com que a gente não precise saber programar em assembly para debugar o nosso código.

Então eu tendo mais a acreditar que a IA não conseguiria substituir nem as linguagens de programação, pois não segue as mesmas premissas da substituição das linguagens de baixo nível pelas de alto nível. Acredito que a IA conseguiria alterar somente o nosso workflow. Para bons profissionais (e você é um deles, pelos seus posts e comentários que já li por aí) a IA generativa é uma ferramenta auxiliar a mais, no meio de várias outras, assim como Linters, IntelliSense, SonarQube, Google, StackOverflow, etc.

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Concordo que atualmente o código gerado por IA tem uma natureza estocástica e a falta de previsibilidade é uma limitação real. Mas há um detalhe importante aqui: estamos vendo o início da IA generativa aplicada à programação. Os modelos de linguagem, como os que usamos hoje, estão em sua infância.

Assim como os compiladores no início também não eram totalmente confiáveis, e sim, os programadores precisavam verificar se o compilador não estava cometendo erros, superamos completamente esta fase com a evolução natural da tecnologia.

A próxima (atual estado da arte) geração de IAs é capaz de executar e validar o próprio código, rodando testes automáticos, verificando saídas e depurando a execução, o que permitirá que elas gerem soluções totalmente confiáveis e determinísticas.

Bom pelo menos é o que penso..

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Mas usando linguagem natural para codificar, nós não conseguimos garantir que o output será sempre o mesmo, mesmo se escrevermos exatamente o mesmo prompt em linguagem natural.

Exatamente, o problema é a grande variação de saida. Eu uso muito, parei de usar Google, Stackoverflow, e uso quase 100% o GPT para tirar duvidas, criar codigos iniciais e assim por diante, e dessa forma tem sido produtivo.

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Concordo com seu ponto de vista, ainda mais que (me corrija se estiver errado) as pessoas teria que explicar direitinho pra IA o que elas querem que seja feito e convenhamos que isso raramente acontece...

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Extamente, mesmo que a IA faça todo o trabalho, imagine como seria um software complexo, cheio de integrações, de alto desempenho, ser controlado unicamente por prompts, mesmo que fosse assim, ainda assim seria necessário analise, visão técnica, estrategica de como funciona um software. Hoje, meus clientes mal sabem ligar a impressora, imagina se saberão construir um software usando ia.

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Com certeza, isso só é válido para quem tem conhecimento profundo da área. Quem fica só no básico de fazer uns componentes ou uma tela meia-boca em React e um CRUD simples, de qualquer jeito, e ficar no "se funciona não rela",
tem mais chance de ser substituído por completo do que uma pessoa com um conhecimento altamente abrangente e especializado dos sistemas de informação e engenharia/arquitetura de software como um todo.
Afinal, a gente sabe que fazer funcionar um código é o mínimo, né. Mas fazer funcionar sendo também fácil de realizar manutenção e extensões, que tenha boa performance, que seja seguro, robusto, e que não custe o olho da cara desnecessariamente (se for algo em nuvem, por exemplo), é o que diferencia o bom profissional do substituível.

E se a mentalidade do empreendendor não-técnico é ter algo rápido, de qualquer jeito, ele pode usar IA no lugar de devs humanos o tanto que quiser - é decisão dele. Mas é provável que ele nem saiba que ele está abrindo mão de todas as características que mencionei ali em cima, como robustez e segurança. E, portanto, é provável que em pouquíssimo tempo, o empreendimento dele como um todo tenha o mesmo destino do código que foi gerado pela IA - o lixo (e possivelmente a prisão por falta de compliance com a LGPD, por exemplo).
É o famoso "barato que sai caro".

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Acho difícil pensar em alguma profissão que não poderá ser substituida por alguma tecnologia daqui a alguns anos, talvez na época em que vivemos, algumas profissões sejam insubstituives por IA, mas acho que futuramente muita mas muita coisa será facilmente substituida, talvez não 100% claro, mas um percentual relativamente alto

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eu sempre tive essa dúvida quando eu pensava na programação se as IA's poderiam substituir um possível trabalho que eu queria começar, sou iniciante na programação ainda e vejo que os experientes na área não sente medo delas tomarem seus empregos e sim do que elas podem se tornar futuramente, é bom saber que caso eu me esforce bastante e estude muito eu não irei ser substituído por elas, incentiva demais de quem está começando agora escutar uma coisa dessas. agradeço pela informação!

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"Toda inovação surge com o propósito de promover um bem-estar superior, desde que sua ausência não leve o indivíduo para um estado de privação." (anônimo)

Com se lê no post principal desta thread, somos (ainda) insubstituíveis (desde que nos tornemos cada vez mais competentes para lidar e dominar as tecnologias e não elas a nós).

A complacência com as comodidades da vida moderna pode resultar na erosão das habilidades e capacidades individuais (filmes, como WALL-E, são apenas sugestões de um possível futuro, caso um caminho semelhante seja escolhido pelas gerações). Exemplos disso se manifestam da seguinte forma:

  • O cavalo e o automóvel substituíram o uso das pernas em longas jornadas, redirecionando energia e tempo para atividades outras.
  • Interações humanas diretas, como cartas e telefonemas, foram substituídas por ferramentas tecnológicas que prometem eficiência, mas podem comprometer a profundidade das relações.
  • A integração das inteligências artificiais no processo criativo, sob supervisão humana, pode diluir a profundidade do envolvimento direto do indivíduo, limitando a compreensão crítica.

Considere os impactos que as inovações tiveram em programadores ao longo das décadas:

  • O programador que utilizava cartões perfurados para programar computadores pode ter visto a facilidade se sobrepor à forma tradicional de trabalho.
  • O surgimento de linguagens de programação como C e FORTRAN desafiou o papel dos programadores ao automatizar processos complexos.
  • A introdução de IDEs para a criação automática de código prometeu maior eficiência, mas também uma possível desconexão nas habilidades fundamentais.
  • Aqueles que ainda programam manualmente podem, eventualmente, ver sua relevância diminuída diante das inovações como os co-pilots.

Observa-se que a resistência à mudança, que pode originar de uma zona de conforto ameaçada, foi gradualmente superada por gerações que se adaptaram a transformações constantes e que, por muitas vezes, desconhecem as antigas práticas de trabalho. A geração atual, imersa na era dos smartphones, pode perder a capacidade de operar sem essas tecnologias, tornando-se dependente delas.

Em um mundo onde ferramentas como os GPTs estão amplamente disponíveis, a busca pelo conhecimento já não depende de figuras de autoridade. A observação de que "Quando todos forem super-heróis, então ninguém será super-herói" ilustra a questão central: a dependência excessiva das tecnologias pode levar à perda das habilidades que nos tornam únicos.

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Aconteceu tudo isso com os programadores durante as décadas, e ainda assim a importância desse profissional só aumenta no decorrer dos anos. A programação manual vai acabar realmente, e vai ficar apenas a intelectual.

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Vez ou outra postagens aqui no Tabnews são classificadas como não relevantes por usuários que a leram na íntegra ou no nível de tópicos. Para deixar um voto, seja negativo ou positivo, o usuário perde um ou dois tabcoins (ver FAQ).

A pontuação positiva geralmente é pela relevância e qualidade do conteúdo. Por outro lado, postagens fora de um padrão esperado, geradas por Inteligência Artificial (IA), parecem não ser bem vindas. O crivo dos usuários curando o conteúdo impede a prática que inundaria o Tabnews com textos não originais.

Com relação ao uso de IA para elaboração de textos, avaliar se o conteúdo possui "rastros" que identifiquem este tipo de composição está cada vez mais difícil. As ferramentas de verificação inferem a origem do texto gerado e apresentam uma probabilidade. Segue algumas sugestões de ferramentas online e gratuitas retiradas dessa postagem do MundoConectado.com.br. Eis os resultados obtidos para o texto anterior nesta thread:

copyleaks (AI content detected)
undetectable (Your content appears human)
gptzero (95% human, 1% mixed, 4% AI)
brandwell (passes as human!)

Será que a postagem foi negativada pelo conteúdo/opinião ou por existir suspeitas de ter sido elaborada por IA? Hoje as ferramentas de geração de texto estão cada vez mais avançadas comparadas a autores humanos. Erros de ortografia são raros ou quase inexistentes. As ideias são coesas e a escrita construída de acordo com o humor e tendência sugeridos pelo usuário.


O texto desta resposta foi indicado como This is human text pela ferramenta Copyleaks, porém a mesma ferramenta indicou para outro texto gerado por humano AI Content detected. Percebe-se que as ferramentas gratuitas não são tão precisas 100% das vezes.

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