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a capacidade do modelo de criar conteúdo original e criativo

Não. Há alguns dias eu fiz um post aqui sobre um vídeo do Akita que explica em detalhes como o ChatGPT funciona. E uma das coisas importantes que o vídeo faz é justamente derrubar este mito da originalidade e criatividade. A IA não tem essas características, ela só passa a impressão que tem, por causa da forma como funciona.

Os detalhes estão explicados no vídeo (entre lá e siga os links), mas só pra resumir: o ChatGPT não consegue criar nada novo. Ele simplesmente mistura as informações que tem, e só. E existe um parâmetro chamado "temperatura" que introduz uma certa aleatoriedade, fazendo com que ele não repita sempre as mesmas respostas (dando a falsa sensação de que é "criativo").


"Transformer" (não tenho certeza sobra esse) refere-se à capacidade do modelo de transformar conteúdos prévios ou ajustar-se a diferentes contextos, proporcionando flexibilidade em sua geração de conteúdo

Sobre o transformer, na verdade ele é um mecanismo que introduz o conceito de "atenção" (a ideia de "prestar mais atenção" a determinadas partes do texto). Isso é algo que não me aprodundei o suficiente, então não consigo descrever o mecanismo. Mas enfim, além do artigo que vc citou (que explica mais ou menos como o transformer funciona), tem também esse - e ambos eu preciso ler de novo para absorver melhor tudo isso.


De qualquer forma, que bom que vc entende que a IA não é uma ferramenta mágica (só de não cair no hype e na histeria, já está acima da média), e é muito importante desmistificá-la, ainda mais para profissionais da nossa área.

É uma ferramenta importante e ainda vai impactar muito a sociedade, e por isso mesmo temos que entender melhor como ela funciona, seus prós e contras, para que serve e principalmente para que não serve, e usá-la de acordo com cada necessidade. E também parar de atribuir à IA características que ela não tem.

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também já tinha feito um post no meu blog super simplista sobre o tema mas passando por cima de uma coisa bem especifica do que uma IA é: Uma máquina probabilistica muito grande, cujo único objetivo é tomar uma decisão baseando em contexto

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Muito obrigado pela resposta. E eu concordo completamente com você, propositalmente eu deixei o conteúdo bastante simples, permitindo esse tipo de confusão (me sinto até meio mal por isso, inclusive).
Mas eu fico feliz que rapidamente pessoas como você vieram contribuir e corrigir alguns pontos, isso me deixa mais tranquilo por saber que quem vier aqui buscar conhecimento vai encontrar nos comentários também.
Obrigado.

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Filosoficamente falando sobre essa capacidade de "criatividade", o artigo do Wolfram que citei me fez pensar...
Logo no incio ele explica como essa "temperatura" (prever a próxima palavra mais provável, mas com um peso aleatório causando palavras menos prováveis de serem escolhidas vez ou outra) ajuda a gerar um conteúdo mais coerente e interessante.
Será que a própria criatividade humana não seria somente isso? Uma mistura de coisas prováveis e improváveis?
Dessa forma conferindo a capacidade criativa ao modelo de linguagem também?
É estranho pensar que uma característica tão "humana" possa ser reproduzida por uma máquina, mas afinal essa é só nossa opinião como os próprios humanos.

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As definições de inteligência e criatividade foram criadas por nós humanos. E "por coincidência", segundo elas, somos seres inteligentes e criativos. Que definições convenientes, não?

Enfim, talvez dê pra encaixar a IA nessas definições, ou pelo menos em parte delas. Mas o viés das definições sempre vai pender pro nosso lado.

A máquina só está fazendo o que foi programada para fazer. Até mesmo o componente aleatório foi parametrizado de propósito para se comportar assim. Pode-se dizer que ela está apenas simulando um comportamento humano, mas também poderia-se argumentar que fomos "programados biologicamente" para se comportar da mesma maneira.

Dá pra argumentar pros dois lados, e nunca chegar a uma conclusão. Talvez a criatividade humana seja apenas fruto de várias coisas aleatórias, então seríamos "iguais" à máquina. Mas talvez a máquina só esteja simulando isso de uma maneira limitada.


De qualquer forma, isso não muda minha opinião sobre a importância de entender como a IA funciona, evitando o deslumbramento exagerado e esse hype todo, que pode inclusive ser prejudicial (como todo hype, aliás).

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No vídeo que eu sugeri abaixo na postagem sobre o vídeo do Akita o Miguel Nicolelis fala até que Inteligência Artificial é um nome ruim, não é nem uma coisa nem outra. Pelo menos ele e eu temos uma coisa em comum, queremos o nome certo para as coisas :D Eu ach oque faz uma diferença enorme para enetdner as coisas, pel omenos quem raciocina sobre, caso contrário, nem nome, nem outras coisas farão diferença.

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Quando penso em criatividade, penso principalmente na capacidade de fazer associações improváveis. Quem já faz o curso Learning How to Learn da Barbara Oakley, pode lembrar da diferença entre o estado de atenção focado e o difuso.

Enquanto focar em algo leva a uma ativação de um circuito mais restrito de neurônios, o estado difuso faz conexões bem mais amplas, embora não tão profundas.

Eu mesmo penso que, em momentos da minha vida em que assumi uma postura muito séria, minha criatividade diminuiu exponencialmente. Fazer certas coisas "inúteis" e "bobas", para mim, é essencial nesse sentido.

E esse conceito de associações maiis distantes (esotu simplificando aqui) não se aplicaria em ML, talvez, como você disse, associado à temperatura?

Acredito que seria uma simplificação do processo, mas me parece que a analogia é aplicável.

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Assim como o apontado pelos outros rapazes, o fato dele embaralhar diversas informações e aleatorizar entre elas é exatamente o que nós, humanos, fazemos, seja através de inspirações ou cópias per si, por isso existe a máxima: "Nada se cria, tudo se copia e se transforma". Até mesmo o melhor dos artistas se inspirou em algo, acho que é a mesma coisa quando ela seleciona diversas informações condizentes com o contexto e aleatoriza entre elas.

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é exatamente o que nós, humanos, fazemos

Não sei. Tem muita discussão sobre se os processos da IA são iguais aos nossos. Existem paralelos e similaridades, como a própria terminologia indica ("inteligência", redes "neurais", que são mais abstrações e metáforas do que algo literal, a meu ver). Mas daí pra cravar que é exatamente a mesma coisa, é um passo grande demais.

Eu ainda não vejo como exatamente igual. Humanos se baseiam no que já existe, é verdade, mas até onde vi, a IA ainda não deu aquele último passo, de criar algo novo de fato. Claro que a maioria dos humanos também não consegue, mas os poucos que o fazem já é suficiente para eu não considerar que a IA atingiu o mesmo grau de inventividade.

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É, acho que não é a mesma coisa, pois não passa de uma simulação, uma cópia de como funcionamos. Entretanto, concordo contigo que estamos acima das IAs, mas não porque não atingiram o mesmo grau de inventividade, mas por sermos muito mais genéricos. Se formos pegar área por área, acho que elas já nos superam, mas uma IA geradora de fotos pode ser imensamente melhor que um pintor ou fotógrafo em grande parte dos casos, mas não servirá para amarrar um sapato.