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Sei que o assunto é meio polarizado, mas houveram diversos estudos de retrospectiva, como escrevi. O que não houveram foram ensaios clínicos e aí sim concordo contigo, mas eu mesmo havia escrito isso. Muitas aberrações metodológicas ocorreram durante a pandemia, me lembro muito bem disso.

A propósito, estudos de retrospectiva são basicamente análise de dados clínicos. Se houveram esses estudos, isso significa que existiram sim hospitais que utilizaram esse protocolo, outra fake News "do bem" que é contada até hoje.

Não se pode fazer a análise com os olhos de hoje, pois havia um contexto muito específico na época. Não existia nenhum tratamento eficaz conhecido, se conhecia ainda pouco sobre a doença. A coisa só foi ficar mais constante depois da metade de 2021, quando as primeiras vacinas começaram a sair. O principal protocolo da época era a inércia, algo absurdo.

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Todo mundo sabe muito bem como esse tratamento foi amplamente divulgado, e como pessoas foram usadas como cobaias e não como parte de estudos científicos, com a ideia de vender um "tratamento precoce" que foi AMPLAMENTE divulgado pelas redes como solução.


O principal protocolo da época era a inércia, algo absurdo.

Médicos e cientistas tentando encontrar uma solução: OK
Soluções milagrosas divulgadas por charlotões e aproveitadores da situação: Não OK

Talvez você não se lembre, mas houve médicos ameaçados e agredidos por não receitarem cloroquina pois a pessoa acreditava fielmente que ela era a solução. E isso aconteceu algumas vezes: aqui, aqui, aqui e alguns foram demitidos por conta disso.

Você acha realmente que essa crença dessas pessoas não foi forçada através do uso das redes?
Algo não muito diferente aconteceu com a Fosfoetanolamina alguns anos atrás.

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Aqui acredito que você está confundindo as coisas. Quem dava o tratamento eram médicos, profissionais da área que tinham autoridade para utilizar o protocolo que bem entendessem. Quem o fez por conta própria, fez sabendo que estava errado, nunca vi ninguém aprovando a prática de auto medicação.

Casos absurdos ocorreram durante todo o período da pandemia, algo que infelizmente é normal. O problema é a falta de coerência, ou acha que o prefeito mandar soldar a porta de estabelecimentos é uma prática aceitável? Ou então a guarda municipal utilizar da força para retirar um idoso da praia? Sem contar vários outros absurdos, como na minha cidade onde um médico chegou no plantão e mandou desligar todos os aparelhos que os pacientes internados estavam utilizando.

Existiram absurdos de todos os lados, contudo, utilizar apenas um deles como justificativa para calar apenas esse grupo, não é um caminho aceitável. Poderia citar aqui diversos casos onde a grande mídia veiculou notícias falsar e nocivas, mesmo sendo fortemente regulamentada. O caso mesmo que citei, pertinho da minha casa no RS, é um exemplo concreto.

Nós que somos profissionais de tecnologia sabemos que o problema não está no que as pessoas falam, mas no que elas procuram. Em um ambiente mais democrático como o Tabnews, onde não aparece apenas o que eu quero ver, fica visível como esse tipo de ideia esdrúxula é algo muito minoritário, mas nas redes sociais, por conta dos algoritmos de recomendação utilizados, parece ser algo alarmante. Nunca vi ninguém defendendo regulamentar isso, apenas a fala das pessoas, muitas delas que querem apenas chamar a atenção.

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Os cientistas sabem quando algum estudo está maduro, a própria vacina tem um processo longo para ser disponibilizado para o público

Esses tratamentos nunca foram validados pela comunidade científica. Em nenhum momento, 2020, 2021 e hoje, sim, ainda tem gente acreditando nessas lorotas até hoje graças as redes sociais.

Errou quem apostou contra a ciência. Ou seja, quem apostou contra a vacina (que é usada e salva vidas ate hoje), errou quem apostou em remedinho milagreiro, que não é usado em lugar nenhum e só faz sucesso nas redes sociais.

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Olha, pelo seu comentario vejo que nao ficou muito por dentro do assunto na época. Algo normal, já que tudo estava muito polarizado. Como alguém que esteve por um breve período na fronteira de pesquisa, posso te dizer que nem sempre os cientistas sabem quando um estudo "está maduro", se é que essa fala faça sentido. Historicamente temos varios exemplos disso, como o Teorema de Role que foi ignorado por um século, ou os estudos de Mendel que foram engavetados sem nem ao menos serem lidos.

Ninguém apostou contra a vacina, muito, menos em remédios milagrosos. Levar opiniões de leigos e pessoas sem relevância política ou administrativa para citar isso não é o melhor caminho. Vi muitos colegas de faculdade com jm discurso parecido com o seu e posso dizer, eles é que estavam sendo negacionistas.

Hoje é muito fácil olhar para trás e apontar os erros e falhas, difícil era na época apontar tudo isso de forma coerente. Foi um tratamento promissor que o tempo mostrou não ser eficaz, mas no meio de uma pandemia não temos tempo. No fim esse protocolo teve a mesma eficácia dos que utilizavam medicamentos caríssimos, mas esses ninguém diz que foi negacionismo utilizar. A autoridade aqui são os médicos que estavam na linha de frente, não nós.

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Você continua errando repetidamente, você esteve na "fronteira de pesquisa", eu trabalho como pesquisador justamente em um hospital rs...

Leia melhor, dei até o exemplo da vacina como um estudo maduro (no caso, maduro é só uma forma de dizer que temos evidências suficiente de que funciona para aplicação ao público). A ciência está sempre aberta a mudanças, isso não significa que tudo pode mudar.

Não é porque a ciência tem mudanças ao longo do tempo que temos que considerar bobagens como terraplana, cloroquina, etc... Da mesma forma que ninguém fica questionando se a gravidade funciona mesmo.

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Olha, o caso aqui é ainda mais alarmante. Você está em uma área ainda mais divergente que a minha. Não coloque no mesmo saco médicos na linha de frente de uma pandemia e pessoas comuns nas redes sociais. Há uma diferença absurda entre o caso da Cloroquina e da Terra Plana.

Na Terra Plana existem pessoas querendo uma aceitação exagerada, por isso se fecham numa completa bolha com alguns integrantes mal intencionados. Tem até um Doutor em Geofísica criando conteúdo sobre Terra Plana, essa é a parte nociva, não o grupo inteiro.

Quando falamos no caso da Cloroquina, vemos pessoas desesperadas atrás de uma solução para um problema global. Cloroquina tem em qualquer farmácia, é barato, uma citação de que havia algum tipo de esperança de ser eficaz e as pessoas repercutiram rap8damente. Eu simplesmente ignoro os Testemunhas da Cloroquina , por que essas pessoas eram irrelevantes, não eram médicos, apenas pessoas comuns nas redes sociais.

Tenho um primo médico que utilizou por um tempo esse protocolo, depois trocou para outro, quando haviam melhores evidências. Enfim, o que importa é justamente o que estava sendo feito, não o que estava sendo falado. A ciência infelizmente não é um ambiente democrático, mas é o que temos para encontrar respostas.

Hoje é muito fácil apontar o erro para os erros do passado, mas lá atrás não tínhamos o conhecimento que foi gerado exatamente naquela época. Você, assim como várias outras pessoas dá peso demais para a opinião de pessoas irrelevantes.

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A maioria dos médicos não são cientistas, quem cria os protocolos são os cientistas (que podem ser médicos ou não). Muitos médicos tiveram "liberdade" pra tratarem como acharam melhor (tem médico que indica homeopatia por exemplo, que não é científico). Seu primo provavelmente não é cientista e por isso nesse assunto não teve a cautela que normalmente tem quem trabalha com a ciência.

Hoje é facil, e antes também era. Saber avaliar a confiabilidade de um estudo é uma coisa tão simples, que deveria ser claro até para estudantes de graduação.

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Médicos são operarios, são quem realmente estão cara a cara com o paciente. Para facilitar, aqui não vou falar da área médica, mas da área da tecnologia. Eu sou, com todos os asteriscos possíveis nessa palavra, um engenheiro, pois eu construo o produto que outras pessoas irão utilizar, eu arquiteto, modifico, analiso, conserto e produzo o software que outras pessoas irão utilizar. No meu caso, nunca fui cliente do software que eu trabalho, nunca tive contato com ele na vida real, posso até ter uma pequena noção, mas não tenho a experiência.

Dessa mesma forma são cientistas, eles detém muito conhecimento teórico, de base e também prático, mas nem todos têm a experiência do cliente, ou de quem trabalha com o cliente. A ciência não engloba todos os aspectos da aplicação do que ela produz.

Foi muito fácil para séculos da escola de Matemática Francesa ignorar o resultado brilhante que Role desenvolveu, mas Laplace fez o mais dificil: percebeu o erro de um século e foi capaz de dar um avanço inimaginável na área da Análise Real. Ciência não é algo de curto prazo, você bem sabe disso. Na época da pandemia não era fácil perceber os erros, hoje é.

Até agora a minha argumentação não foi sobre defender a Cloroquina, foi sobre defender a consulta de pessoas que não tinham acesso aos dados que temos hoje. Negacionismo é negar o que está bem na nossa frente, não algo que ainda não sabemos.

Se não fosse assim, poderia dizer facilmente que Darwin era um negacionista por não basear os seus estudos utilizando a Genética, por exemplo. Eu poderia dizer que a Escola Politécnica de Paris era negacionista, por impedir que Couchy seguisse com seu curso de análise utilizando limites ao invés de infinitésimos. Percebe como esse ponto de vista leva a contradições lógicas?