A dura realidade sobre a area de TI que ninguem te conta inclusive (cursos e faculdade)
Olá Pessoal, neste post pretendo mostrar a vocês um padrão que identifiquei em todas as empresas pelas quais passei. Trabalho na área de desenvolvimento de software há mais de 10 anos e também conversei com alguns amigos que atuam nesse setor. O objetivo deste post não é desmotivar vocês em relação à área de TI, mas sim abrir seus olhos para a realidade prevalente em várias empresas.
Expectativa vs. Realidade
Para começar, vou explicar a vocês que não pretendo deixá-los frustrados. No entanto, é importante destacar que a área de TI está longe de ser o que certos charlatães tentam vender. Já vi vídeos no Instagram de pessoas dentro de uma piscina com um notebook, alegando estar resolvendo 'um probleminha leve', ou pessoas no exterior vendendo a ideia de que trabalhar remoto é extremamente simples. No entanto, eles não revelam a realidade que estou prestes a compartilhar com vocês.
Mas, claro, entendo o lado deles. Eles precisam romantizar a área de desenvolvimento de software para atrair pessoas para os seus cursos. Contudo, não se enganem: eles estão apenas tentando lucrar explorando as suas necessidades e desejos. Vivemos em um mundo onde muitas pessoas buscam ganhar dinheiro rapidamente e sem esforço.
Vão tentar te queimar durante as suas férias
Vamos então refletir sobre o seguinte: a área de TI é composta por pessoas e sabemos que, muitas vezes, elas podem ser falsas, competitivas e desleais. Entenda, meu amigo, que todos dentro das empresas têm seus objetivos e, frequentemente, podem recorrer a jogadas desleais para conquistar o que desejam.
Você entrará em ambientes onde os interesses já estão bem definidos, podendo interpretá-los como 'panelinhas', se preferir. Até você provar seu potencial, terá que convencer as pessoas de sua competência técnica. Contudo, ser habilidoso tecnicamente é apenas parte do que é necessário. Você também precisará demonstrar presença ativa, interagindo com os colegas e mantendo-se atualizado sobre os assuntos da empresa. Se você é mais introspectivo, talvez seja o momento de começar a mudar esse aspecto.
Um grande exemplo disso é o que acontece quando você sai de férias. Já presenciei e vivenciei situações onde, durante a minha ausência, tentaram me prejudicar na empresa. O mesmo aconteceu com vários colegas durante suas férias. Isso ocorre porque, na sua ausência, as pessoas podem começar a apontar ou mesmo inventar falhas no seu trabalho ou no seu código. Muitas vezes, essas críticas são movidas pela intenção de desacreditá-lo enquanto você está fora. Infelizmente, já vi muitas pessoas perderem seus empregos ao voltarem de férias, simplesmente porque já haviam sido desacreditadas e não tiveram chance de se defender.
As pessoas que mais se esforçam raramente são reconhecidas
É uma realidade difícil de aceitar: a pessoa que mais se esforça nem sempre é reconhecida proporcionalmente. Eu já vivenciei e presenciei várias situações assim. Por exemplo, uma vez cobri as férias de um colega de equipe. Fiquei trabalhando até às 4 horas da manhã durante duas semanas para realizar uma entrega importante de um produto. Concluí a tarefa com sucesso, mas quando esse colega retornou, começou a criticar meu trabalho, reclamando que os testes automatizados não estavam com 80% de cobertura, sem buscar entender os motivos.
Paralelamente, trabalho com uma colega que possui três empregos. Ela trabalha apenas duas horas por dia em cada empresa. Apesar disso, essa minha colega foi elogiada por ser 'super produtiva', enquanto eu, que me dediquei intensamente, fui criticado. Outro exemplo: uma colega minha foi demitida recentemente, apesar de trabalhar além do horário para entregar um produto e sempre ajudar os desenvolvedores. Ela foi acusada de não produzir o suficiente.
O problema é que, muitas vezes, quem faz mais é quem menos é valorizado. Há pessoas que fazem muito pouco e conseguem se promover, enquanto aqueles que realmente colaboram acabam sendo prejudicados. A pessoa que sabe se vender bem muitas vezes sai na frente, mesmo que não entregue tanto quanto você.
Muitos líderes não têm caráter
Outra realidade difícil de aceitar é que a maioria dos líderes não possui caráter, ou seja, não sabem trabalhar com pessoas nem lidar com conflitos. Muitos desses líderes não assumem seus erros, sempre desviando a responsabilidade para outros. Vou dar um exemplo simples: certa vez, um líder me disse para deixar um novo desenvolvedor, que era tecnicamente muito bom, trabalhar sozinho enquanto eu apenas supervisionava e apontava o que ele fazia de certo ou errado. Segui essa sugestão, mas quando a gerência descobriu que era o novo desenvolvedor quem estava fazendo o trabalho, e não eu, meu líder negou ter dado tal orientação, alegando que eu estava equivocado.
É comum encontrar líderes que não assumem seus erros e não têm a capacidade de admitir suas falhas. Como podemos confiar em um líder que não assume responsabilidades?
Não preciso nem mencionar que há muitos líderes que alcançaram o poder derrubando outros, no famoso 'Game of Thones' . Então, é importante investigar como aquele líder da empresa onde você trabalha chegou àquela posição: foi realmente por meritocracia e esforço próprio, ou apenas por influências internas?"
Prepare-se para competir diariamente
Outra coisa que ninguém explica em um curso ou faculdade é que você estará competindo diariamente. Aquele colega, que parece ser seu amigo só porque compartilhou um vídeo engraçado no grupo da empresa, pode estar competindo com você. Imagine uma situação onde seu chefe pergunta quem merece ser o líder entre você e seu colega; nesse momento, cada um terá que se defender.
Outra situação comum é quando você trabalha com várias consultorias prestando serviço para o mesmo cliente. A competição se torna intensa, com cada consultoria tentando demonstrar que é melhor que a outra. Recentemente, trabalhei com cara de uma consultoria concorrente que não colaborava com ninguém, sempre criticava e atrapalhava os outros, sempre tinha uma 'solução' para os problemas da empresa. Ele queria se destacar na frente de todo mundo, mostrando que sua consultoria era superior.
Já presenciei situações em que um colega de outra consultoria se recusou a me ajudar, alegando que eu era da concorrência. É importante entender essa situação.
Não estou dizendo que as pessoas da outra consultoria ou daquela em que eu prestava serviço estavam agindo corretamente. Elas articulavam estratégias para derrubar uns aos outros. Então, entenda que ser tecnicamente bom não é o único fator crucial na sua profissão. Você terá que 'jogar o jogo', entender a dinâmica e a política do escritório onde trabalha. Identificar os puxa-sacos e agir como se estivesse em um 'Big Brother Brasil' é fundamental, pois muitas vezes seu chefe pode estar mais preocupado com outras questões do que com seu desempenho.
Você precisa estar presente o tempo todo
Uma coisa que muitas pessoas acabam não valorizando tanto são as interações sociais, principalmente em um ambiente mais introvertido. Entenda o seguinte, meu amigo: você já assistiu ao Big Brother? Já reparou que, na primeira semana, quando os participantes precisam votar em alguém, a justificativa é sempre a tal da afinidade? Isso é muito importante no local de trabalho. Se você não estiver presente nas reuniões, não participar das interações nos grupos da empresa com aqueles vídeos engraçados, ou não buscar entender o que está acontecendo ali naquele momento, as pessoas vão achar que você não está interessado e desintegrado da equipe.
Os chefes, na maioria das vezes, querem saber que você está engajado e presente. Então, tente marcar presença. Um grande exemplo disso foi uma situação que eu vivenciei. Eu não concordava com a orientação do meu chefe, mas vou explicar o que aconteceu. Estava em uma reunião, não estava conseguindo interagir e não entendia o que estava acontecendo ali. Meu chefe percebeu minha falta de participação e, como eu não estava falando nada, virou-se para mim e disse: 'Fala alguma coisa'. Eu respondi que não sabia o que falar. Ele insistiu: 'Fala qualquer coisa, só para participar'. Eu retruquei, dizendo que não me sentia à vontade para falar qualquer coisa que não agregasse. Uma colega minha, também puxada na conversa, expressou que também não estava entendendo nada, mas decidiu falar qualquer coisa só para participar. No final, ela foi elogiada por ser 'impactante' e 'engajada', enquanto eu fui visto como desinteressado.
Nessa situação, às vezes, a presença é importante, mesmo que você não tenha muito a entregar no momento.
Existe um ditado muito famoso que diz o seguinte que não é visto não é lembrado!
Quem receberá o mérito pela entrega do produto não é você, mas sim o seu chefe
"As pessoas frequentemente veem o programador como um custo, pois não compreendem o código e a complexidade envolvida no desenvolvimento. Elas não valorizam o trabalho porque não entendem o quão complicado é desenvolver software. Quando não temos noção da complexidade das coisas, tendemos a não valorizá-las adequadamente.
Outra questão que pode ser frustrante é perceber que o desenvolvedor muitas vezes não é valorizado ao final de um projeto. Já presenciei situações onde, ao final de um projeto, o líder e o gestor receberam os parabéns, enquanto o desenvolvedor, como você, foi apenas visto como alguém que trabalha atrás de um computador. A importância do desenvolvedor é frequentemente lembrada apenas quando surge um problema de produção que precisa ser resolvido."
Você vai ter que trabalhar com 'estrelinhas'
Pessoal, este é um dos pontos mais complicados com os quais acho que temos que lidar: trabalhar com 'estrelinhas'. Para quem não sabe, 'estrelinha' é uma pessoa com um ego muito grande, normalmente alguém com grande visibilidade na comunidade. É aquela pessoa que faz palestras, participa de hackathons e tem uma visibilidade considerável. Até aí, tudo bem. O problema é que essas pessoas costumam estar desconectadas da realidade, achando que são superiores e que a sua verdade é a única que importa. Elas querem sempre ser o centro das atenções nas empresas por onde passam, acostumadas com esse rótulo de 'estrelinhas'. E nem sempre são tecnicamente competentes; apenas querem ser mimadas dentro das empresas.
Já trabalhei com diversas 'estrelinhas' e posso dizer que o ego é o maior inimigo delas. Essas pessoas tendem a romantizar a área de desenvolvimento de software e querem sempre estar cercadas de pessoas. São os indivíduos mais sociáveis que você pode encontrar no local de trabalho. O problema é que elas esperam que você também se renda ao brilho delas. Ou você as bajula, ou elas ficarão irritadas com você. Minha recomendação é evitar empresas onde há muitas 'estrelinhas'.
Eu tenho um colega com quem parei de conversar um pouco, pois percebi que, em todas as nossas interações, ele me colocava numa posição inferior, enquanto se colocava no topo. Ele fazia isso porque frequentou tal faculdade, participa de hackathons e escreve artigos. Eu também faço essas coisas. A diferença é que, antes de receber o rótulo de 'estrelinha', eu preferi dar um passo atrás quando percebi que estava seguindo por um caminho sem volta.
Vão passar na sua frente
Uma coisa que certamente acontecerá com você é que alguém vai ultrapassá-lo, porque neste mundo sempre há alguém melhor ou pior do que você. Isso é inevitável e teremos que aceitar. Um grande exemplo disso foi numa empresa onde trabalhei. Eu já estava lá há um ano e dois meses, contratado através de uma consultoria. O que aconteceu foi que um novo colega chegou e, em apenas dois meses, conquistou a confiança das pessoas e foi efetivado pelo banco, enquanto eu, após um ano e dois meses, não fui. Então, a realidade que você precisa entender na sua profissão é que sempre haverá alguém que, com menos esforço, consegue fazer o que você não consegue, mesmo com muito esforço. Até que você aceite isso, continuará se frustrando por onde passar.
A realidade sobre os salários
Amigo, uma coisa que esses cursos dos chamados charlatões não te falam é que, para ganhar 20, 30 ou 40 mil, você vai precisar de mais de 10 anos de experiência. É claro que existem pessoas que são exceções e, com pouco tempo, já estão ganhando isso ou mais. Porém, falando da maioria das pessoas no Brasil, a maioria é mediana, ou seja, não são exceções. Então, amigo, esses cursos que prometem que você vai conquistar um emprego no exterior, não pense que será da noite para o dia. Empresas no exterior geralmente exigem que você tenha, no mínimo, cinco anos de experiência e um inglês suficiente para comunicação, não necessariamente fluente. O fato é que, com 10 anos de experiência, eu estava ganhando 14 mil. Como esses caras vendem a ideia de que, estudando por seis meses, você vai ganhar 20 ou 30 mil por mês? Então, meu amigo, este conselho é para os mortais. Mas, se você é uma exceção completa, ignore o que eu acabei de dizer aqui.
Você nunca pode errar e não pode dizer que não sabe
Outra realidade difícil de aceitar é que as empresas muitas vezes pensam que você é uma máquina, que você é perfeito, e isso nunca será verdade. É muito comum você fazer as coisas corretamente mil vezes, e quando errar duas, ser lembrado apenas pelos erros. Um grande exemplo é de uma empresa onde trabalhei por oito meses, colaborando intensamente em um projeto e fazendo o meu melhor. Quando cometi um simples erro, as pessoas se viraram contra mim e me prejudicaram. Outro exemplo é de uma colega minha que também sempre acertava, mas no dia em que errou, o erro dela foi ampliado. Ou seja, se você faz a coisa certa mil vezes, vão dizer que você está apenas cumprindo sua obrigação. Mas se errar, vão aumentar a situação, como se fosse um colapso, o fim do mundo.
Na minha opinião, se você não errar, você não aprende. Então, como se sentir bem em uma empresa sabendo que você não pode errar? Isso gera ansiedade e medo. Trabalhei numa empresa onde os meus chefes disseram que não podíamos falar que não sabíamos fazer algo, porque o cliente reclamou. Um colega disse ao cliente que ainda não sabia como fazer determinada tarefa, mas iria aprender. O cliente não gostou de ouvir isso. Ou seja, as pessoas acham que você é uma máquina, que sabe tudo o que precisa ser desenvolvido, criando um ambiente de medo para trabalhar. Você não pode admitir que não sabe, tem que agir como se soubesse tudo, e também não pode errar. Isso acaba deixando as pessoas doentes por conta desses ambientes.
Você resolverá problemas sem saber nem por onde começar: 'Sob pressão'
Pessoal, a verdade é que não existe uma 'receita de bolo' para resolver os problemas que surgem no dia a dia de um desenvolvedor. Esqueçam aqueles projetinhos que vocês fizeram nos cursos, os 'cruds' ou as clones dos sites famosos. Vão surgir problemas para os quais vocês não sabem por onde começar nem como resolver. E acontece que vocês terão que correr, ou seja, se virar para encontrar uma forma de resolver o problema dentro do período de uma sprint. E, meu amigo, é o seguinte: se você não entregar a sua solução no período da sprint, terá que ter uma boa justificativa por não ter entregue. Então, entendam: muitas vezes vocês terão que resolver problemas sobre os quais não fazem ideia de como resolver ou por onde começar. E aí que entra um bom programador, para mim, é aquele que sabe pesquisar e sabe procurar as pessoas corretas para resolver aquele determinado problema dentro do prazo.
Você participará de 'Salas de Guerra'
Esta é uma das verdades mais duras que vou te contar, meu amigo: os cursos vão esconder isso de você, porque eles não querem que você saiba desse lado da profissão. Mas a realidade é que você irá participar de 'salas de guerra'. O nome já diz tudo; é uma guerra. Mas, vou explicar de uma forma simples para que vocês entendam. 'Sala de guerra' é quando o seu chefe encontra um problema crítico, ou que ele julga crítico. Pode ser também uma tarefa na qual você está travado para resolver e o prazo está batendo à porta. Enfim, vamos pegar o exemplo de um problema crítico. Para resolver, o teu chefe vai reunir seus colegas programadores e pessoas que estejam envolvidas naquele problema, ou que possam trazer uma solução junto contigo. Até aí, tudo bem. Você vai juntar outras pessoas com o objetivo de resolver o problema. Ou seja, você vai ter que resolver o problema naquela reunião. Acontece, meus amigos, que a realidade é que se você não tiver aliados com você nessa reunião, as pessoas vão procurar quem fez a m@erda não vão focar na solução, vão focar em quem errou. É como eu já falei sobre a cultura de que não pode errar! e vocês já devem estar imaginando que, se descobrirem que foi você quem errou, você provavelmente sairá queimado dentro da empresa.
Você terá que trabalhar 'bastante' após o expediente.
Dependendo da empresa onde você estiver trabalhando se não houver uma organização você vai ter que trabalhar e bastante após o seu horário de trabalho principalmente se você tiver que entregar um produto e o prazo tiver apertado um grande exemplo foi que eu passei duas semanas trabalhando até às 4 horas da manhã e no meu caso eu nem ganhei era hora extra Oeste Apenas me pagaram no banco e é muito comum até em grandes empresas você tem que trabalhar até de madrugada virar a noite lembra que era uma quinta-feira final do expediente os meus chefes chegaram para mim e falaram olha precisamos entregar esse produto até amanhã às 9 horas queremos que você faça essa entrega eu virei para eles e falei mas eu preciso de no mínimo 12 horas para terminar essa demanda eles viraram e falaram veste o pijama e boa noite.
Além disso, ganhei um "bônus" inesperado. No dia seguinte, às 9 horas da manhã, não pude comparecer à reunião, e as pessoas começaram a me criticar por minha ausência. Compreendam a situação: eu havia ficado até as 4 horas da manhã para entregar um produto, e ainda assim fui criticado por não estar presente na reunião às 9 horas. As pessoas não se preocupam com a sua saúde; elas querem apenas sua produtividade.
Você terá grandes chances de adquirir problemas mentais
A área de Tecnologia da Informação (TI) é notoriamente associada a altos riscos de problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão, síndrome do impostor e Burnout. Profissionais de TI tendem a levar o trabalho para casa, diferentemente de outras profissões, afetando significativamente o equilíbrio vida-trabalho. A incapacidade de se desconectar das responsabilidades profissionais e a constante pressão para estar sempre atualizado e ser infalível contribuem para esses transtornos. A síndrome do impostor, em particular, reflete a insegurança causada pela rápida evolução tecnológica e pela pressão para se sobressair, deixando muitos desenvolvedores com a sensação de não terem controle sobre seu trabalho.
Conclusão
Concorda? Discorda? Vivencia isso no seu dia dia? ou estou sendo negativo? Você vê mais coisas positivas do que negativas na área da TI? bora debater?