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Pense que você é a Apple: você preza pela liberdade total do usuário e permite que ele faça diversas coisas como instalar temas visuais customizados por outras pessoas, e o sistema fica lento, passa a ter glitches e outros problemas. O usuário vai culpar você. O seu aparelho é ruim, não a atitude dele de instalar algo que não conhece no telefone.

O usuário instala um aplicativo fora da loja oficial que conta com o seu crivo, e de repente as fotos do usuário caem na internet, os dados pessoais são comprometidos e vazados. O usuário vai culpar você.

Agora imagine isso em larga escala.

Dá pra culpar a Apple por querer privar o usuário de certas liberdades em prol de outros benefícios como privacidade e segurança, e consequentemente manter a imagem de uma empresa que tem um produto considerado mais seguro que o da concorrência?

Não estou defendendo a Apple em si. Meu pensamento seria o mesmo se fosse o Android e a Samsung ou qualquer outro sistema e marca. Eu acho menos justo o Estado decidir o que a empresa deve fazer com o próprio produto do que a empresa decidir que o usuário não pode fazer o que bem entender com o produto, até porque até certo ponto certas coisas colocam em risco o próprio aparelho, e quem tem que lidar depois com o cliente entrando na justiça contra a marca vai ser a empresa que afrouxou certas medidas pro cliente poder fazer o que bem entende com o telefone.

Quem é desenvolvedor sabe que a maioria esmagadora dos usuários só faz m., não se importa com as consequências, seja por ignorância ou por negligência, e cabe ao desenvolvedor mitigar as possibilidades do usuário fazer m.

Entendo seu ponto de vista e respeito, mas não concordo.

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O problema não é apenas mitigar a possibilidade de fazer m. e sim reduzir quaisquer outras possibilidades. Se temos magnetômetros em aparelhos android, podemos baixar por onde quer que seja um app e usá-lo como detector de metais. Num aparelho Maçã isso não é possível porque além de limitar o que a pessoa pode instalar, limita o que os desenvolvedores podem fazer com os recursos nativos do aparelho.

O Sideloading é uma porta. Por ela poderão entrar quaisquer tipos de apps, úteis ou nocivos. Mas cercear a liberdade de uso de um usuário é exatamente o motivo para que a UE e o Japão façam disto um tema a ser julgado em esferas superiores.

O argumento de que cerceamento dos livres direitos de uso são para proteção do próprio usuário foi exatamente o que a Microsoft usou para manter partes críticas do .Net framework fechado por tanto tempo. E uma vez aberto, muito mais bugs que abriam exploits foram fechados do que quando era closed-source.

A iniciativa de sideloading é um passo para o open-source. E não acredito que códigos fechados o sejam para proteger os interesses do usuário, mas sim das companhias, como a Oracle vem provando dia após dia. Um exemplo clássico dessa gana corporativista é a recente 'ideia' da Adobe de proibir as pessoas que PAGARAM e têm licenças GENUÍNAS do Creative Cloud de usar o software simplesmente porque já não atendia mais aos interesses da mesma.

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Seu argumento é ótimo, a questão então é encontrar maneiras que permitam ao usuário ter liberdade de fazer qualquer coisa com o que lhe pertence.

Mantendo o contexto do exemplo: e se a Apple cria um padrão para que se trabalhe temas e para personalizar o iOS é preciso aderir ao padrão? Dá liberdade para o usuário sem sacrificar desempenho.

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É uma forma... Por exemplo: já passou da hora da Apple permitir que o usuário customize as "Faces" do Apple Watch como quiser, ao invés de ter que contar com a meia dúzia que eles disponibilizam apenas. Imagino que deveria ser algo super simples de implementarem, mas não o fazem. Então assim, eu tenho as minhas críticas à Apple, e são muitas, mas existem algumas coisas que os usuários pedem que eu particularmente não concordo por N motivos. Essa do sideloading pode até rolar, mas eu espero que a Apple faça do jeito certo sem cortar caminhos, e que use quem quiser, mas não é a minha intenção.

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GrazaDeus existe Android e a opção de personalizar absolutamente tudo, especialmente hoje em dia em que a personalização não tem um custo expressivo em termos de recursos computacionais.

Nesse caso eu sou a favor do livre mercado: a Apple é livre para não deixar fazer qualquer coisa e o consumidor tem que ser livre para escolher outro produto ou serviço que atenda às suas necessidades e vontades.