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Porque devs tem dificuldades com comunicação?

Recentemente postaram aqui sobre a problemática da maioria das pessoas que tentam compartilhar conhecimento na área de tecnologia, utilizarem termos muito técnicos ou complicados para iniciantes. Meu questionamento vai para além disso, mas também passa por esse ponto, queria entender porque a maioria das pessoas que trabalham com desenvolvimento tem uma dificuldade notória com comunicação.

Quando pontuo essa dificuldade, é no momento de compartilhar um conteúdo, no momento de pensar uma solução do ponto de vista de negócio ou até mesmo expressar uma dúvida. Dentro do próprio TabNews a gente encontra alguns posts que deixam essa dificuldade bem explícita.

Eu questiono isso, porque verdadeiramente eu gostaria de tentar traçar um perfil e mais pra frente pensar em como ajudar a comunidade com isso. Eu fiz a transição de carreira em 2020 e inegavelmente, o fato de ter uma comunicação efetiva ajudou a rampar até um pouco mais rápido do que pensava. Compartilho isso apenas para dar o contexto do motivo do questionamento.

Só para finalizar, comunicação não significa você ser a pessoa que vai ser boa praça com todo mundo, mas sim você deixar claro a tua intenção quando emite qualquer mensagem.

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Boa pergunta Nathsouza, na minha visão e experiência de vida esse não é um problema somente nos devs, os profissionais mais técnicos não tem preparo didático para ensinar, logo as explicações quase ninguém entende. Isso não é uma ofensa a ninguém apenas a realidade daquilo que não se aprendeu em lugar nenhum. Trabalhei na antiga empresa de tecnoligia do Itaú a Itautec e fui instrutor por quase 5 anos e tive que desenvolver uma didática para técnicos sendo técnico, isso me capacitou demais a pensar naqueles que me ouviam e como responder perguntas que ninguém havia feito. Chamei essa técnica depois de mente de projetista que é você pensar em problemas que ainda não aconteceram, mas irá acontecer é só uma questão de tempo, com isso você gera alternativas para mais de uma solução. Isso serve exatamente para quem precisa lhe ouvir e entender o que você está falando ou explicando.
Sem sombra de dúvida se faz necessário conhecer as duas pontas, lado técnico e lado comercial quanto maior for o entendimento entre ambos maior será as soluções e menor custo.
A palavra chave de consistência nesse caso é DIDÁTICA, vejas as palestras por exemplo do Bill Gates e perceba a capacidade que ele tem de fazer-se entender. Os milionários do marketing digital muitos tem essa capacidade de fazer você entender o que eles querem, por isso logo em seguida "somos" compradores faceis em suas mãos.

Dizem que conhecimento é poder, mas isso é uma mentira!! O verdadeiro poder não está em uma perna só, está em três pernas: Empatia, Conhecimento e Persuasão aqui é onde mora o poder de verdade, agora faça um teste e veja as pessoas poderosas e brilhantes na sociedade ou em alguma profissão.

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Concordo que parte do problema passa pela didática, mas meu ponto ainda é anterior a isso. Como você citou o Bill Gates, uso a mesma questão é se fazer entender e entender a mensagem do outro lado.

Essas três palavras que você traz no final, delas eu valorizo demais a empatia. Entendo que é a chave para você conseguir colocar em prática o teu conhecimento para resolver um problema e encontrar o melhor caminho para convencer o outro lado de uma opinião sua.

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Exatamente. Você trouxe uma questão de suma importância e isso talvez revele duas coisas em você: Preocupação real além de codar e ter sofrido muito e depois de refletir ver realmente o que é que vale de verdade.
Na minha forma de ver a vida o que realmente tem valor não é o dinheiro e nem coisas, mas sim pessoas, são as pessoas que produzem e marcam de verdade momentos na vida.
Emprego, empresas, cargos, crachás coloridos, países tudo isso vão e vem em nossas vidas, mas pessoas muitas vezes escolhemos passar a vida toda ao lado delas e isso sim é gerar valor, pelo fato que chegou na alma. Isso não é filosofia isso é somente percepção de quem já viu bastante. Já trabalhei em equipe que as pessoas trabalhavam 30 horas direto e um ajudava o outro e era de coração, plantões infinitos na área de servidores e mainframes. enfim...
Eu sempre prefiro humanos do que máquinas, mesmo amando as máquinas.
Obrigado Nath pelo seu post...

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Considerando o, aparente, alto número de desenvolvedores seniores com esse problema, eu diria que essa visão de um desenvolvedor que saiba se comunicar bem ser necessário é "nova".

O estereótipo de programador caladão, que fica enfurnado no computador fazendo as hackisisses ainda, ao menos para mim, é bem forte, o que pode ser mais um indício do quão recente é essa demanda de soft skill.

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Eu realmente não posso falar pelo passado, mas eu tenho a ligeira impressão que isso não é tão recente. Aqui é achismo mesmo. Talvez a diferença é que antes isso não fosse tão evidenciado, por uma série de fatores e contexto de alguns anos atrás.

Sobre a construção desse estereótipo eu ainda queria entender em que momento isso aconteceu, porque inclusive na história da programação quando a gente lembra da Ada Lovelace vai observar que ela não era nada na dela, mas com o passar do tempo mudamos essa imagem.

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No início da rede, lá nos anos 60, quem mexia era só nerd – e provavelmente não existiam tantas equipes, o que deve ter contribuído pra parte "isolado". Imagino que boa parte deles se encaixava no estereótipo que, mais tarde, foi parar nos filmes.

Quanto à Lovelace, creio que só conhece ela quem realmente quer pesquisar a história da programação, o que não deve ser o caso de 99% das pessoas...

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Qualquer pessoa da area tecnica sofre com isso, eu mesmo tinha um problema sério, pq nao conseguia conversar algo que nao fosse tecnico. Uma coisa que me ajudou muito foi tentar socializar mais, tipo ir num bar, lanchonete e etc. Ainda tenho problemas de comunicação, até pq passou passo 12 horas no minimo na frente de um pc programando, seja no trampo, seja em caso em meus projetos pessoais.

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Programação não é ou não era uma coisa com valor social(na escola) então pessoas que não se encaixam nesse modo "geral" de gostos acabam se interessando por programação. E isso é uma comunidade então programadores se comunicam com programadores mas talvez por falta de pratica ou de gostos parecidos tem dificuldade em se comunicar com os outros.

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Entendo teu argumento mas ele faz sentido só se você pensar que desenvolvedoras só irão lidar desenvolvedoras. Dentro da comunidade sim, no mundo real não.

No trabalho você tem que trabalhar com times, entender requisitos, detalhar bloqueios, etc. Se você restringir a tua comunicação ao time de desenvolvimento, hoje, te garanto isso vai limitar tua carreira.

E eu queria entender o que são esses gostos que vc citou. Juro que dei uma bugada nesse momento.

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Compartilho totamente da tua visão, é impressão minha ou isso é bem mais explicito na geração mais jovem?
Creio que antigamente era bem menos perceptível esse problema pelo difícil acesso a tecnologia.
Mas quando falamos de humanos devemos lembrar que somos também afetados por coisas na mente que fogem do nosso controle.
Imagine alguem de 18 anos passar 10h do dia codando e 1h conversando e interagindo (alguns nem isso) e muitas das vezes assuntos nada críticos ou importantes, o fato da lingua de programação ter sua própria forma de ser escrita não poderia afetar o desenvolvimento social das pessoas? Seria um pensamento de querer ao inves de traduzir o codigo para a nossa lingua o português, os jovens estão considerando programação sua língua materna e traduzindo para a língua dos "neandertais"(pessoas que nao entendem língua técnica, contém ironia)?

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Penso diferente.
Sinceramente, acredito que não seja um problema, de fato. Na real é só efeito da bolha social. Isso acontece em qualquer área!
Você aprende palavras, siglas e frases, repete elas praticamente todos os dias e quem está na bolha entende e você não precisa se preocupar em explicar o significado.

Quer um exemplo?
Se você trabalha na área da saúde, terá uma dificuldade enorme de se comunicar com pessoas fora da bolha, visto que criam quase que uma linguagem própria (não é trocadilho rsrs) com jargões, palavras e trejeitos.

Quer outro exemplo? Você identifica um policial somente pela fala: "o indivíduo subtraiu os pertences da vítima" kkkk quem fala assim?

A grande questão, na minha opinião é que, em perfil técnico, as outras pessoas não entendem nada e como tecnologia está cada vez mais presente em tudo, a bolha está cada vez maior e basicamente 100% do dia dos devs é na bolha, sem necessidade de conversar com pessoas ou assuntos de fora.

O que fica evidente nos seniores, visto que precisam se comunicar com outras áreas e níveis de uma empresa, por exemplo.

Acredito que uma boa forma de aperfeiçoar a comunicação seja interagir com o máximo de pessoas fora da bolha, em assuntos diferentes e se propor a falar, opinar, dar bola fora, aprender. Principalmente aprender a ensinar.

Uma coisa que já me ajudou muito foi:
"Como ensinaria o assunto para uma criança de 5 anos"?

Espero ter ajudado.