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Você nunca vai aprender a programar se continuar pulando de linguagem em linguagem

Se você realmente quer aprender a programar, precisa parar de pular de linguagem em linguagem como se estivesse colecionando figurinhas. Programar bem não é sobre quantas sintaxes diferentes você conhece, mas sim sobre o quão bem você entende os fundamentos. Se você não se aprofunda em nada, nunca vai passar do estágio de iniciante.

O Erro Clássico: A Ilusão do Conhecimento Superficial

A cada semana aparece um desesperado perguntando: "Qual linguagem eu devo aprender primeiro?" e, antes mesmo de construir algo decente, já está mudando para outra. "Vi um tweet dizendo que Rust é o futuro! Mas espera, e se eu aprender Go? Ou talvez Kotlin?" No fim das contas, essa pessoa não aprende nada direito.

Pensa comigo: você não aprende um novo idioma só decorando palavras e frases soltas. Precisa entender a gramática, a estrutura, a lógica por trás da comunicação. Com programação é a mesma coisa. Se você só pula de uma linguagem para outra, está gastando energia com decoração de sintaxe em vez de entender o que realmente importa.

O Que Realmente Importa

Todas as linguagens modernas conseguem resolver praticamente os mesmos problemas. A diferença está nos detalhes de implementação, na performance, na ergonomia. Mas os princípios fundamentais da programação são os mesmos:

  • Estruturas de dados: Arrays, listas, filas, pilhas, dicionários... Isso é a base de tudo.
  • Algoritmos: Busca, ordenação, recursão, grafos, programação dinâmica. Sem isso, você só escreve código ineficiente.
  • Arquitetura de software: Como estruturar código para ser manutenável e escalável? Qual padrão faz sentido para cada tipo de problema?
  • Gerenciamento de memória e eficiência: Como sua linguagem lida com garbage collection? Como otimizar código para rodar mais rápido?
  • Concorrência e paralelismo: Entender como lidar com threads e processos faz diferença para escalabilidade.

Nenhuma dessas coisas depende de uma linguagem específica. São conceitos universais. Se você não entende isso, pode aprender 50 linguagens que ainda será um programador fraco.

Como Deixar de Ser Um "Aprendiz Eterno"

  1. Escolha UMA linguagem e domine-a: Pode ser Python, JavaScript, Go, Rust, tanto faz. O importante é aprender como ela realmente funciona. Não basta seguir um tutorial e achar que aprendeu.
  2. Crie projetos reais: Nada de apenas assistir aulas ou copiar código de tutoriais. Resolva problemas práticos, participe de desafios, implemente algo do zero.
  3. Estude os conceitos por trás do código: Leia documentação, entenda como as coisas funcionam por baixo dos panos. Descubra por que certas decisões foram tomadas no design da linguagem.
  4. Aprenda a depurar e otimizar código: Saber encontrar bugs e melhorar performance é o que diferencia um programador comum de um programador excelente.
  5. Depois, expanda seu conhecimento: Quando você tiver confiança em uma linguagem, explore outras para entender diferenças e vantagens, mas sempre mantendo o foco nos fundamentos.

A Escolha É Sua

Se você continuar pulando de linguagem em linguagem sem se aprofundar, vai ficar para sempre nesse ciclo de "aprendendo a programar" sem nunca realmente saber programar. Agora, se tiver foco e se dedicar aos conceitos fundamentais, não importa a linguagem: você sempre será um programador de verdade.

A pergunta é: você quer brincar de aprender ou realmente se tornar bom no que faz?

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Concordo plenamente. O título é chamativo e esse em si não é o problema, ele acaba sendo porque a pessoa acha que é a linguagem que vai dar emprego bom para ela, mas como foi dito são os fundamentos.

Eu sou mais radical e prego para que a pessoa aprende de verdade os fundamentos devem ser aprendidos com uma linguagem real, mas que não será usada em projetos finais, porque tentar aprender duas coisas ao mesmo tempo pode ser complicado, e não tem linguagem melhor para aprender fundamentos do que C.

Quando a pessoa tiver condições ela poderá aprender uma linguagem para aplicar tudo o que aprendeu de forma mais real.

Nem todo mundo tem condições de fazer assim e precisa de um emprego urgente, e até pode funcionar pular etapas, mas cobrará um preço, assim como riqueza atrai riqueza, probreza atrai pobreza, e o governo deveria fazer algo para quebrar essa cadeia, mas não faz.

Se a pessoa souber fazer certo, o que depende de boa escola, mais uma vez o governo falha nisso, ultimamente até em escolas privadas, ela se formará de forma completa, não treinará o erro e cada diz será uma evolução, não ficará patinando.

Aprender novas linguagems, especialmente de paradigmas diferentes, ajuda muito a pessoa a programar melhor, mas, como dito, tem que ser no momento certo, tem que ser um adicional, não para atender mercado.

O tempo, leia-se a IA, fará com que a pessoa que não faz assim fique obsoleta.

S2


Farei algo que muitos pedem para aprender a programar corretamente, gratuitamente (não vendo nada, é retribuição na minha aposentadoria) (links aqui no perfil também).

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Gostaria de ter lido esse texto no meu inicio, e ter seguido exatamente os pontos que colocou na parte do "que realmente importa".
No meu inicio fiz exatamente isso, de pular de linguagem para linguagem sem saber o que estava fazendo e pensando que tinha aprendido a linguagem.
Se me perguntarem, não lembro de nada do que estudei, por tentar aprender a linguagem, mas nunca realmente me aprofundar ou aprender a linguagem.
Muito obrigado pelo repositorio! Espero que não se importe de passar o mesmo para outras pessoas que precisem.

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Concordo plenamente, mas acho que o oposto também vale: Não tenha medo de mudar de linguagem. É normal se apegar a primeira linguagem, pois é provavel que tenha demorado bastante para domina-la, mas fique tranquilo, a próxima será mais rápido!

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Concordo em escolher apenas 1 para começar. Devagar e sempre. Mas eu iniciaria por uma linguagem interpretada, pois tendem a ser mais permissivas e isso é melhor para o aprendizado: Python ou JavaScript ou PHP. Ruby talvez em um segundo momento.

Depois iria pra alguma compilada, Go é bem simples, apesar dos ponteiros. Kotlin, C# e Java são boas escolhas. Não iniciaria por Rust.

Por último, alguma linguagem funcional, pra entender porque tanta gente defende: Lisp, Elixir, Ocaml, Haskell.

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Acho que uma dúvida importante que eu tenho que lançar, é: Quando você sabe que sabe o suficiente? Ou quando sei que posso aprender uma nova linguagem? Eu mesmo não tendo trabalhado como dev ainda programo desde os meus 11 anos e mexi com algumas linguagens, mas não sei se sei o suficiente, conheço os fundamentos, algoritimos, estrutura de dados, paradigma imperativo, etc, etc. Mas quando sei que realmente estou pronto, sim tenho vários projetos e sei criar sem depender de tutoriais. Quando eu sei que realmente sei uma linguagem?

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Boas perguntas!

  1. Você não tem como saber que sabe o suficiente; mas:

  2. Quando no problema que você está resolvendo surge a necessidade de aprender mais, de tal maneira que a linguagem que você está usando precisa de muitas "gambiarras" para resolver o problema em questão, então você pode buscar isso em outras linguagens.

  3. Nas linguagens atuais você nunca sabera uma linguagem completamente, pois são muito vastas (isso era diferente nas linguagens antigas nas quais podiamos dominar totalmente uma linguagem, e ainda precisamos nos livrar desse conceito nas linguagens modernas); nas linguagens modernas dada a sua vastidão você sempre precisará de alguns materiais de apoio para te auxiliarem nos problemas complexos.

  4. Concluindo: Não vai existir um momento no qual você saberá um linguagem completamente. Tenha materiais de apoio e faça seus resumos com trechos de códigos reaproveitáveis, documente bem os projetos que você já fez para consulta futura; organize, organize, reorganize tudo isso para consultá-los com praticidade.

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Provavelmente voce nunca saberá 100% de uma linguagem.
Na maior parte dos casos, usando a regra de Pareto, com conhecimento de 20% da linguagem voce ja conseguira resolver 80% dos casos de uso.

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Concordo plenamente, e sou a prova disso.

Atualmente estou fazendo engenharia de software e logo no segundo semestre tenho duas matérias (desenvolvimento web com HTML, CSS Javascript e PHP e Introdução a programação de computadores - Envolve aprender C-) que me fez ter que aprender praticamente 3 linguagens diferentes, JS, PHP e C. Isso dificulta muito porque também trabalho e tenho que dividir o tempo com os estudos, logo não tenho como dar foco em uma linguagem só, já que, tenho que passar nas provas. Estou enfrentando dificuldades em aprender as 3 "ao mesmo tempo", quero que o semestre acabe logo para eu poder focar em JS para tentar conseguir uma vaga e, futuramente, poder focar em outras (talvez PHP e C).

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Aprender estruturas de dados é como aprender a usar ferramentas: você pode até conhecer vários tipos de martelos, mas se não souber quando usar um serrote ou uma chave de fenda, seu projeto não vai sair do papel. Estruturas de dados são a base da programação, independentemente da linguagem. São elas que definem como os dados são organizados, manipulados e otimizados para resolver problemas reais.
Agora, sobre "pular de linguagem em linguagem": claro que só colecionar sintaxes sem entender os fundamentos é um erro. Mas aprender novas linguagens no momento certo amplia sua visão como programador. Cada linguagem traz um paradigma, um jeito diferente de pensar e resolver problemas. Alguém que só conhece uma linguagem pode acabar preso a um único modelo mental, como um guitarrista que só sabe tocar em uma tonalidade.
O segredo é equilíbrio: primeiro, aprofunde-se em uma linguagem para aprender os fundamentos. Depois, explore outras para expandir seu repertório e se tornar um programador mais versátil e preparado para diferentes desafios. Afinal, a melhor linguagem é aquela que resolve o problema da forma mais eficiente – e quanto mais você souber, melhor será sua escolha.

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