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Porque não temos um órgão regulador de TI no Brasil?

Essa pegunta pode desencadear opiniões inflamadas. De todo modo, acho relevante.

Existem certificados emitidos por empresas (Microsoft, Amazon, Cisco) a profissionais que provaram, por meio de exames, o domínio do conhecimento sem seus produtos.

Considerando isso, qual seria o impacto que um órgão não governamental (nesse caso, poderia ser mantido pelo próprio mercado e grupos de ensino de tecnologia) assumir a responsabilidade por avaliar empresas de soluções tecnologicas, (não os profissionais) e certificando estas? Em resumo, por que não temos uma instituição que garanta que as empresas de TI no Brasil, podem prestar um serviço de qualidade?

Meu questionamento surgiu porque
em dois casos, envolvendo áreas de negócios distintas na mesma companhia, com parceiros de TI diferentes, presenciei a falta de domínio de negócio, sensibilidade e visão. Onde a condução de um processo ocorreu de maneira que as consequências não parecem ter sido bem mapeadas. Em um caso houve comprometimento do histórico e no outro o feedback técnico foi raso, abrindo espaço para muitas dúvidas. Acredito eu que, foi raso porque havia atraso na entrega.

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Eu acredito que toda vez que falamos em regulamentação e delegar o poder de regulamentar a alguém, seja ele quem for, com o tempo acabará se tornando um órgão de conexões políticas onde a proximidade com os "reguladores" do momento dará vantagens para uns e desvantagens para outro.

Se fizemos uma pesquisa com advogados, será que a maioria gosta da obrigatoriedade, posicionamentos e atuação da OAB?
E o CREA?

Não vejo com bons olhos, pelo menos a primeira vista, essa ideia e não acho que uma empresa ser "validada" por um orgão suprimiria o problema relatado do último parágrafo. Acho que tem uma penca de advogado que tem OAB e é ruim pacas.

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Acho que seu comentário é muito pertinente! Principalmente pelo aspecto de a instituição estar sujeita a influência política. Outro ponto é a analogia às instituições já existentes.
Obrigado pela opinião!

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Embora não haja um órgão regulador, existem algumas normas técnicas que podem ser seguidas pelas empresas. Em alguns casos, pode ser exigido que a empresa possua uma determinada "certificação" para participar de uma licitação, por exemplo. Existem normas para diversos aspectos, como qualidade de software, segurança, processos de desenvolvimento, etc. Várias dessas são normas ISO/IEC. Além disso, temos o MPS.BR (que é uma derivação do CMMI).

O MPS.BR, Melhoria do Processo de Software Brasileiro, é um programa da Softex com apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Com inicio em dezembro de 2003, o programa tem como objetivo melhorar a capacidade de desenvolvimento de software, serviços e as práticas de gestão de RH na indústria de TIC. (Softex)

Resumindo... Não há exatamente um órgão regulador, mas já existem leis (como a LGPD) e normas para guiar as empresas na melhoria da gestão de seus recursos tecnológicos.

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Eu não gosto nada dessa ideia, pois imagino que em uma área que o conhecimento evolui tanto e de forma tão rápida, facilmente cursos de universidade, por exemplo, iriam se tornar um pouco ultrapassados por conta da burocracia que envolve modificar o currículo de um curso de ensino superior, fazendo com que leve um certo espaço de tempo (alguns anos) para que as universidades atualizassem suas grades de ensino,
fora os pontos mencionados anteriormente por outras respostas.

Também iria gerar uma dificuldade a mais em pessoas que quisessem aprender por conta própria e entrarem para o mercado de trabalho, pois seriam impossibilitadas pela falta do diploma de ensino superior. O mercado já deve fazer esse tipo de seleção naturalmente, com empresas que contratam mal frequentemente passando por apertos, enquanto a regulamentação da área só iria tornar o mercado mais frio, com menos profissionais disponíveis para serem contratados.

Essa pergunta é muito bacana, eu queria ouvir opiniões de outras pessoas sobre exatamente esse tema. (Bom saber que elas também não curtem kkk)

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Eu não tinha parado para pensar nisso do ensino superior, e de verdade é um efeito cascata gigante, sobre o ensino superior, eu faço numa universidade razoavelmente boa pelo que vejo das outras, e muitos módulos da faculdade foram gravados de 2015 pra baixo, o mais recente que aprendi foi do php e as aulas mais novas foram de 2018. Difícil regulamentar uma área que muda constantemente.

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Acredito que seja uma área difícil de regulamentar. Se pensarmos em desenvolvimento de software, como seria a métrica de conhecimento de um determinado negócio ? além do que "código bom" é algo muito abstrato, cada desenvolvedor faz de um jeito, claro que existem os patterns e conceitos de clean code e clean archtecture, mas acredito que não seja algo que tenha uma exatidão para definir oque é certo ou não. Talvez o caminho de certificações, estudos formais como universidades, ajuda a escolher os prestadores. Mas hoje ninguém pede o currículo de um profissional para contratar. Talvez um exame de qualificação a cada 2 anos para certificar.
É um assunto complexo.
Hoje pela demanda de profissionais aumentando, muitos profissionais entram no mercado sem as bases. A própria expansão de universidades que foram criadas nos ultimos 15 anos com cursos que o aluno "vai passando" ou a distância entre o acadêmico e o mercado de trabalho talvez seja uns dos problemas de muitos profissionais desqualificados.

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O trecho final é muito relevante. O ensino na área de tecnologia não é capaz de acompanhar as necessidades do mercado de trabalho.

Essa lacuna de conhecimento também explica o número de vagas no mercado de trabalho.

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Também não vejo com bons olhos isso de regulamentação, por mais que empresas talvez precisem melhorar em vários sentidos, mas no caso que você citou de falta de domínio de negócio, sensibilidade e visão, pode ser por conta de muitas variáveis, como falta de investimento, ou profissionais na liderança que não estão tão preparados, e se for parar pra analisar, há uma série de empresas em vários setores que também são por assim dizer deficientes em vários aspectos..

Acredito que o contratante deve fazer o trabalho de casa e tentar pesquisar o que der antes de fazer a contratação, pelo menos pra tentar se prevenir do que conseguir.

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Como regulamentar uma área tão dinâmica? Regulamentar o quê? Regulamentar como? Qual é o pattern certo? Qual é a linguagem certa? E o framework?
Teriamos que criar um "padrão iso" de codigo "bom". Mas, o que é um codigo "bom"? Um codigo bom hoje nao é um codigo bom amanhã. Uma linguagem boa hoje nao é uma linguagem boa amanhã.

Imagina só termos que esperar a benção do órgão regulador para utilizar um novo codigo de Machine Learning, porque é necessario criar uma cartilha de regulação para que todos sigam a risca.

E os projetos de faculdade? Nao poderiam mais existir, afinal nenhum universitário é um profissional regulamentado. E os projetos open source? Já nao sao mais tao "open", pois agora estão sob a batuta de um dono, o "orgao regulador".

E a montanha de burocratas, pagos apenas para validar e invalidar código, as custas das caras carteirinhas de "programador profissional"?

Gente, olha o tamanho do monstro...

E ainda assim, a qualidade do código nao estaria garantida. Basta voce lembrar da ultima consulta médica em um hospital publico, quando um profissional encarteirado e habilitado mau olhou na sua cara e ainda te deu um diagnostico errado ..

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Os pontos que você enumerou são importantes.

Todos os aspectos norteiam para ideia de que um órgão responsável por determinar o que é apropriado ou não tendem a engessar a dinâmica existente na nossa área. Essa dinâmica é o diferencial...

Agradeço por expor a sua opinião.

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Cara, poderia até existir; o problema é que a probabilidade de virar uma ANATEL é muito forte, ou seja, sentar em tudo que é solução que não pague-os e dar a vida para uma oligarquia.

Acho que a solução que você procura não é um órgão regulador, e sim um órgão padronizador, como ISO, EIA, TIA, IEEE, ECMA... Só que esse aqui no Brasil também é difícil. A ABNT é praticamente uma tradutora de padrões, imagina um órgão padronizador de TI do gigante mercado tecnólogico brasileiro...