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(CHANGE-MY-MIND) Desabafo sobre Recrutamento e Contratação

Olá 👋!

Gostaria de compartilhar uma opinião sobre frustração profissional e pessoal na área de Desenvolvimento.

Contextualizando 🗺️

Sou desenvolvedor já a algum tempo, trabalho primariamente como Frontend mas em meus projetos pessoais faço frontend, backend, devOps, e o que mais precisar (one man army).

Conheci diversos programadores durante essa jornada, desde Júniors a Sênior, pessoas com 15 anos na área até pessoas com menos de 1 ano no mundo da programação, e posso garantir que NEM SEMPRE o tempo de profissão é igual a qualidade de serviço ou conhecimento (ênfase na palavra em "NEM SEMPRE").

Já vi programadores com muitos anos de área fazerem um serviço aquém do que lhe é esperado, assim como também já vi profissionais com pouco tempo de experiência prestarem um serviço além do que lhe é esperado.

Comparação com outras área

Nos esportes, em relação a "tempo", isso também não é diferente ⚽:
Existem jogadores com pouco tempo de experiência mas que são verdadeiros craques, enquanto outros com muitos anos de experiência e que são verdadeiros "bola murcha".


Dito isso, surge uma questão.

Porque muitas empresas ainda limitam suas vagas com uma grande filtro em "tempo de experiência" 🤔?

Acredito sim que a experiência trás conhecimento e maturidade ao programador mas também creio que as empresas ao fazerem isso acabam filtrando os candidatos de maneira incorreta. Pois acabam não se atentando a outras coisas importantes, como:

  • os projetos que aquele candidato já participou
  • o impacto que ele(a) teve nas empresas em que passou
  • a qualidade de código que essa pessoa escreve (Clean Code, Design Patterns, etc)
  • o entendimento vasto (ou não) da linguagem ou framework que aquele candidato costuma utilizar
  • os side-projects que já construiu
  • a qualidade e velocidade das entregas
  • a sua comunicação pessoal e a capacidade de trabalhar em equipe, etc.*

Muitos talentos são perdidos com essa premissa de "Tempo de Experiência ⏲️"

Existem verdadeiros gênios da programação espalhados por aí mas são limitados por empresas por não terem o "tempo de experiência necessário".


A estes meus queridos gafanhotos 🦗, eu recomendo 👇:

Muito side-project - Procure uma dor latente na sociedade e resolva ela através de código, utilizando as linguagens e ferramentas que você sabe (ou aprenda uma nova).
Divulgue o seu trabalho - Utilizando as redes sociais, meios de comunicação ou até mesmo a comunidade do TabNews pra isso, tem certeza que irá te ajudar bastante.
Se candidate as Vagas - Candidate-se mesmo não tendo a experiência necessária. Quem sabe algum RH ou Head Hunter acabe gostando do seu perfil e te ajudando a conquistar o seu lugar.
Paciência- Trabalhe bastante a sua paciência, porque o tempo irá passar e sua hora vai chegar.



De qualquer forma, estou aberto a discutir o assunto e entender outros pontos de vista. Sei que tem diversos Head Hunter e CEO's aqui no TabNews, seria incrível ouvir a opinião deles 😁.

Desde já agradeço a atenção

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É comum as empresas receberem milhares de currículos em um processo seletivo, fora os que recebem fora de processos. Elas mesmas fazem questão de receber muitos, elas vão até atrás, oferecem vagas pra quem não tem a menor chance de ser contratada.

Por que isso acontece? Simples, em qualquer coisa que selecione seres humanos a quantidade faz a qualidade. Vale para jogadores de futebol, qualquer esporte ou outras profissões.

Por que acha que tem tanta gente querendo que você seja programador? Parte é porque muita gente ganha dinheiro com isso, parte é porque tendo muitos tentando sairão alguns bons que farão o que importa mais.

Então as empresas procuram muita gente e precisam fazer um corte.

Quem tem pouca experiência qualitativa, note que o tempo não importa muito, não consegue avaliar muito bem nada disso. E é comum achar que mesmo com pouca experiência já sabe tudo e é bom demais, acham não só que elas sabem muito, mas outras pessoas que ela conhece, porque ela mede pela barra dela, que é baixa por ainda não entender muito.

Então, a não ser que encontre gênios, que são tão raros que provavelmente você não conhece nenhum, quem tem pouca experiência não é tão bom assim. Muitas vezes o que impede a pessoa ser melhor é justamente ela achar que é. Ou de usar como referências pessoas que não são. Se ela não sabe o que é bom, ela vai em quem consegue parecer bom. E passa ter referências ruins e complica sua evolução. Mas, novamente, ela não consegue perceber nada disso. E é comum acontecer com quase todo mundo. Posso te garantir que aconteceu comigo.

Pessoas com muito tempo de experiência de fato podem não ser tão boas. Elas vão cair no processo seletivo depois. Se sobrar alguém melhor. Nem sempre sobra.

Mas precisa começar filtrar. O filtro do tempo absoluto de experiência funciona razoavelmente bem. Tem falhas, claro, deixa passar gente ruim aos montes, mas o processo está só começando. Barra alguém que deveria ir adiante? Sim, mas é bem mais raro do que as pessoas acham. Costuma valer o risco do que o custo de filtrar de outra forma.

É a melhor forma de fazer? Provavelmente não. Mas quem vai achar uma forma melhor?

Antes de responder, pense bem, você provavelmente está na área de programação, ou seja, de solucionar problemas. Precisa saber fazer isso mais do que codificar. Não basta colocar os próprios desejos, tem que achar uma solução do problema para seu usuário, ou seja, a empresa que está contratando. Tem que ter um processo melhor. Esse usuário não quer resolver o seu problema, quer resolver o dele. Olhe sob a ótica dele.

Dá para fazer melhor? Claro que dá. Mas custa caro. Tem quem faz.

O tempo de experiência funciona, ainda que não perfeitamente.

Aí vem o segredo que eu revelo sobre requisitos de vagas.

Eles são feitos para afastar os mais fracos que esmorecem por qualquer barreira. Tempo de experiência, saber inglês, entender de 300 tecnologias, e outras coisas. Um ou outro requisito é fundamental. Eu não nunca tive os requisitos das vagas que fui contratado.

Outro segredo não só para isso. Atitude é tudo. Ou quase. Isso vale mais, porque a atitude certa leva a pessoa pro lugar certo, leva ela evoluir corretamente. Isso é bem visto por muitas empresas, não todas, claro. Tem profissional ruim (em algum nível) que é contratado só por causa da atitude.

Os inexperientes tendem a ter atitudes erradas mais facilmente. Elas podem até aprender as técnicas, mas ainda não as atitudes. Elas tendem se enganar mais facilmente, e tendem perceber menos quando isso acontece.

Depois que percebem o potencial no candidato pelo tempo e quem sabe pela atitude inicial, as empresas vão olhar outros detalhes dos candidatos que sobraram. E ainda deve ter muita gente para analisar. Essa lista passada na postagem original só pode ser analisada com muito trabalho, não tem como fazer com milhares de pessoas.

Obviamente que tem vaga que é feita para quem tem menos experiência. Isso é bom, é necessário.

Minha experiência

Meu primeiro emprego na área eu tinha zero experiência, quase nada de conhecimento, a vaga não existia, insisti por 1 mês e aceitei qualquer coisa. Quando eu resolvi que ia trabalhar em uma empresa mais conhecida, fui sem os requisitos, mas alguma experiência. Os que tinham os requisitos não foram muito bem no teste aplicado, disseram que eu fui melhor. Fui muito bem na entrevista. De qualquer forma eram outros tempos, só teve 2000 candidatos para 2 vagas, não era moda ser programador, e não tinha tanta gente entrando na área sem o menor preparo. Alguma experiência já filtra um pouco.

Não sou nenhum gênio, pelo contrário, tenho sérias limitações. Mas mesmo assim me tornei referência na tecnologia que eles usavam e tendo acesso privilegiado a ela por causa disso. Neste século adotei outra tecnologia e me tornei referência e tive acesso privilegiado. Consegui por causa a atitude (comprometimento, dedicação e apreço aos fatos) e experiência, não foi por talento, pelo menos não um extraordinário. Só o tempo pode provar isso.

Um detalhe extra

Muita gente decorou receitas de bolo e repete coisas que viu por aí. E, novamente, se não for um gênio, só depois de muito tempo ela começa usar direito essas coisas, mesmo assim só alguns, a maioria vai usar de forma deslumbrada, e errada (e isso está pior porque tem muita gente ensinando errado). A maioria vai achar que são bons só porque decoraram coisas. Ele está indo e a empresa está voltando, e as empresas não devem nada para você. Volto falar de atitude, a pessoa toma um caminho ruim e não consegue mais achar o bom.

Vivemos uma época onde nunca foi tão fácil ter informação, e nunca teve tanta informação errada, que parece certa. A IA só vai agravar isso. Você tem que ser muito cuidadoso com sua carreira.

Conclusão

Sim, tem erros, e há perdas no processo, mas o que mais acontece é o talento não existir de fato ou pelo menos a pessoa não saber destacar ele. O pouco experiente que é talentoso precisa fazer todos perceberem isso, se não é só uma fantasia na cabeça dela. A fantasia da J.K. Rowling só teve valor quando foi colocada em livro que foi vendido.

Se a empresa errar e deixar seu talento passar, azar o dela, sorte a sua. Pense bem, seu copo está mais cheio. Vaga é o que não falta. Que venha a próxima.

As dicas da PO são boas e funcionam mesmo, assino embaixo. Adiciono que pode ser bom não ser contratado por certa empresa, ela pode ser ruim para você. Nunca perdi um processo seletivo por insuficiência técnica. Acompanhei pelo menos uma empresa que me recusou e vejo problemas em tudo o que fazem até hoje. Ainda bem que não me contrataram, eu não me daria bem lá. Já fui contratado onde não me dei bem. Mas agrdeço por ter sido contratado onde me dei muito bem, onde aprendi muito, contribui e cresci. Busque isso, não um emprego qualquer (a não ser para a primeira vaga).

Ah, não culpe os outros pelo seu fracasso. Se responsabilize pelo seu sucesso. Ninguém mais o fará. Não seja auto indulgente, isso não te ajuda. Só não entre em paranóia de se cobrar demais.

Farei algo que muitos pedem para aprender programar corretamente, gratuitamente. Para saber quando, me segue nas suas plataformas preferidas. Quase não as uso, não terá infindas notificações (links aqui).

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Ia apenas dizer que há situações que só o tempo te darão a habilidade para cumprir uma determinada tarefa, mas achei tua visão bem completa e já trás ótimos insights sobre como se portar quando encontrar uma vaga que você acha "tua cara" mas barra num requisito que não é daqueles "desejáveis", concordo contigo!

Mas ainda insistiria que há coisas que apenas o tempo (na real me refiro a quilômetros rodados) te dará. Dois exemplos práticos :

  • O analista de AZ-900 : estavamos numa fase de um projeto que rodaria na Azure e precisávamos decidir se usaríamos uma tecnologia multi-cloud ou uma nativa da Azure. Chegamos num ponto de discutir custo$$ e a dica que ouvimos foi : vamos olhar o Azure Advisor. A resposta não é totalmente inválida, mas se houvesse experiência com o uso dela daria pra saber que o Advisor usa dados passados pra recomendar mudanças
  • Nunca dei suporte em produção : este pode ser polêmico, mas eu acho que todo bom DEV precisa sentir o "gostinho de sangue na boca" com um tempo dando suporte em produção. Um incidente crítico em produção te dá um "calo" na experiência que não tem preço.
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Achei bons complementos. Precisa de tempo bem usado, e tem que dar a cara a bater sempre, spo assim consegue o que quer.

O que mais ressalto é que quem tem pouco tempo de estrada errou pouco e quem errou pouco não pode ser bom, talvez não seja a pessoa adequada para a vaga que quer alguém "pronto". Certo?

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Cara, então, a minha esposa é gerente de uma loja de departamentos, ela me disse que passou por duas experiências de contratação:

  1. Ela contratou um vendedor com muitos anos de experiência, esse vendedor demorou muito a pegar o trabalho, o sistema e não batia as metas;
  2. Ela resolveu contratar uma pessoa que nunca tinha trabalhado com vendas, essa pessoa pegou tudo rapido e logo se tornou a melhor vendedora com indicadores muito altos de vendas.

Então cara, eu ainda acho muito interessante algumas empresas não ficarem indo em busca de um profissional já pronto. Tanto que já vi uma vaga na Geek Hunter contratando um data science sem experiência prévia alguma, exigindo só muita vontade de aprender. Provavelmente a empresa estava em busca de uma pessoa leiga, mas que já tinha um pé na tecnologia com muita sede de aprender para pegar essa pessoa e moldá-la. Nesse caso, acredito que se a empresa investir nessa pessoa, ela pode se tornar uma peça chave na empresa.

Então eu acredito muito nisso, de que uma pessoa que aparentemente não está pronta para o trabalho poder ser contratada e vir a ser o melhor profissional possível mesmo sem experiência.

Eu já vi por ai alguns absurdos como "contrata-se estagiário em data science com 2 anos de experiência, fluente em Python e bibliotecas de analise de dados".

Quando eu vejo uma vaga com essa descrição, já logo entendo que não pode se tratar de uma boa empresa para se trabalhar. A cultura de trabalho de um ambiente que exige fluência em linguagem de programação e anos de experiência para uma vaga de estagio pagando 800 reais não pode ser uma boa empresa para se trabalhar.

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Cara, muito legal essa situação que você retratou, e concordo em gênero, número e grau.
Isso se repete em várias áreas de atuação.
Cabe as empresas o amadurecimento e a nós procurar bem pelas vagas

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Acho sua colocação muito válida e concordo bastante com grande parte do seu ponto de vista.

Porém...

A depender do tamanho da empresa, a quantidade de interessados a serem avaliados pode ser bem grande inviabilizando fazer contato com todos devido aos custos diretos e indiretos dessa abordagem, principalmente o tempo. Somando o fato de que muitos processos são tocados por pessoas que não são de tecnologia, entendesse a necessidade desse filtro onde "tempo de experiência" é uma métrica mais assertiva em uma parte dos casos.

Mas... Nem tudo está perdido.

Atualmente trabalho como Head de Tecnologia em uma empresa de educação onde oferecemos plataformas e experiências para estudantes principalmente em preparação para o concurso de residência médica.

Por aqui estamos bem engajados em montar um ambiente diferenciado (de verdade) alinhando a performance com a satisfação profissional de todos (tarefa extremamente árdua).

Faço questão de entrevistar todos os interessados em compor nosso time. A qualidade dos nossos pares realmente é algo que levamos muito a sério.

Temos um caso curioso de uma pessoa que, mesmo nunca tendo trabalhado antes e sem educação formal na área, entrou como Pleno, pois demonstrou conhecimento para tal, se saindo tão bem nesse aspecto que nem precisou passar por teste técnico.

Costumo usar a seguinte analogia:

você preferiria viajar do Brasil para os EUA com um piloto que tem 30 anos de experiência percorrendo 300m na pista do aeroporto ou com alguém com apenas 1 ano fazendo o trecho RJ X SP, por exemplo?

Bom, se quiser expandir mais esse e/ou outros temas sobre a área, me pinga no LinkedIn estou como /waghnerreis por lá.

Ah, se tem interesse em conhecer mais de perto essa estrutura que estamos montando e ajudar a fazer diferença na qualidade da saúde do Brasil, estamos contratando!

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top Waghner! Muito legal o relato sobre este rapaz que está trabalhando com vocês como pleno, e também sobre a analogia com o piloto de avião, pensando desta maneira faz todo sentido sua colocação.