[Vagas no Exterior] - F.A.Q
Há uns dias, eu fiz uma contribuição aqui no TabNews a respeito de trabalhar no exterior, ou melhor, minimamente, para empresas no exterior. Para minha surpresa, esse post foi muito repercutido e recebeu muitas perguntas e comentários de pessoas que estão bastante interessadas em ingressar no mercado de trabalho internacional.
Não é que não existam boas empresas e bons salários no Brasil, mas o exterior - com efeito, os EUA - consegue pagar salários bem mais competitivos do que aqui, ainda mais para posições entrantes. Não é incomum um dev júnior iniciar recebendo cerca de US 20/hora, valor que, no montante final, te fará receber um salário de aproximadamente R 14k - depois dos impostos. Dificilmente você encontrará uma empresa brasileira disposta a pagar isso.
Isso acontece porque a mão de obra - novamente, principalmente nos EUA - é muito mais cara que aqui. Lá, diferente do Brasil, é incomum salários abaixo de US 60/hora, então se uma empresa de outsourcing contrata alguém por até US 50/hora, ainda representará uma economia expressiva.
Mas chega de conversa técnica, vamos falar sobre os questionamentos que recebi, que acredito serem dúvidas gerais.
Olha que legal as questões que o Victor Dias levantou:
Então vamos lá!
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Quando e por que você se sentiu pronto para aplicar para uma vaga no exterior?
Eu confesso que não fazia a menor ideia, até ser convidado, de que eu estaria "pronto" para uma vaga no exterior. Mas eu te digo o seguinte: Percebi que nós, brasileiros, nos valorizamos menos do que os "gringos" nos valorizam. Foi - e ainda é - incrível como eles sempre pontuam positivamente nossa criatividade. Eu, simplemente, estava disposto a me expor em inglês. Creio que tenha sido esse o ponto de virada. Não foi um sentimento de "estar pronto", foi mais "querer que acontecesse".
Então meu conselho aqui, sem conversa de "coach", é: exponha-se. Qual o prejuízo que você terá se você tentar? Não passar numa entrevista? A vida tem coisas piores que isso. Não existe nenhuma diferença entre você e um engenheiro americano. Ele só tem uma língua nativa diferente e uma vivência diferente. Tenha isso em mente e vá adiante. -
Como você achou a vaga?
A primeira de todas foi através do LinkedIn. Uma empresa brasileira que decidu abrir uma operação no Canadá, e me convidou para um dos projetos que eles assumiram. As demais foram contatos que criei lá. Com recrutadores, PMs, amigos, etc. Dessa forma, me parece que o "maior" desafio, seja a primeira vaga. Depois as coisas fluem como fluem em "portugês". O que eu recomendaria aqui é: tenha um currículo pronto em inglês. E, de acordo com o que eu também comentei neste post e os comentários dos nossos colegas, tenha mais de um modelo. Um bem detalhado, outro mais suscinto. -
O que define um nível aceitável de inglês?
Esse é outro ponto super estimado, na minha opinião. Aqui, o que eu tenho percebido, é que os corajosos se dão tão bem quanto os bem articulados. Ou seja, não importa muito a qualidade do seu inglês, contanto que você consiga transmitir a mensagem e compreender o que está sendo dito. Claro que, se você não conseguir concatenar uma sentença inteira, isso seria ruim, mas você não precisa saber um vocabulário rebuscado para se candidatar a uma vaga.
Vou te falar o que um PM - muito gente boa - me falou uma vez: "Se você consegue assistir Two And Half Men sem legenda, e consegue se virar num restaurante, você tem um inglês satisfatório".
Aqui minha dica é: Faça justamente isso! Tende assistir seriados em inglês e, aos poucos, remover as legendas. Isso te dará uma boa "vivência" do inglês nativo.
PS: Não se assuste com sotaques quando se deparar com eles. Seu ouvido vai se habituar a entender o sotaque também.
Abraços, pessoal! Espero ter contribuído mais um pouquinho com vocês!