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O que chamamos aqui de "tecnocapitalismo" é uma cultura

Mais do que sistema, o "tecno-capitalismo" é uma cultura. É uma forma de pensar que permeia a sociedade e um conjunto de práticas consolidadas no mercado.

Se é uma cultura, podemos mudá-la

Podemos abrir nossos empreendimentos com uma mentalidade melhor. Podemos conversar com nossos chefes (e se a empresa em que trabalhamos não é aberta a uma conversa com o empregado, o melhor é se esforçar para encontrar um emprego melhor).

O que eu percebo é que a tendência geral é a melhora.

Uma empresa que não gera valor para o cliente está fadada ao fracasso, isso é óbvio. Mas se ela não gerar valor para o empregado, corre o mesmo risco.

No mercado de TI isso é ainda mais evidente. O bom profissional, aquele que a empresa quer reter, precisa estar bem no seu emprego, porque a facilidade para obter um novo emprego é muito grande.

O problema é que as empresas brasileiras são, na média, ruins.

O que a gente pode fazer é se esforçar para criar "um pedaço melhor de mundo", da mesma forma que estamos buscando fazer um pedaço melhor de internet aqui. Quem sabe isso não cause uma revolução no trabalho, aqui no Brasil?

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Interessante o seu comentário, mas acho que é uma análise muito rasa.

No meu caso, a empresa em que eu trabalho é tão grande e com tantas camadas que se eu conseguisse sequer 1 minuto de atenção de quem realmente tem poder para definir a jornada de trabalho seria muito.

Discordo que a tendência geral seja de melhora, posso mudar de ideia se alguém me der uma análise mais profunda de que realmente está melhorando, mas o que eu vejo é que mesmo com mais tecnologias para produtividade, as pessoas trabalham cada vez mais para gerar lucros. Um exemplo claro do que está piorando é o Twitter, onde só vai sobrar quem é "hardcore" e está disposto a sacrificar a própria saúde mental para favorecer um trilionário. Saindo da área de TI, tempos apps como Ifood e Uber, onde a proposta é ter um trabalho para tirar uma renda extra, ou pior, ser chamado de "empreendedor", mas que na realidade está mais para uma escravidão digital, elevando muito o seu tempo de trabalho por um retorno pífeo.

A demanda de vagas na área também é volátil, estamos em um momento onde há muitas vagas, então temos um pouco mais de poder de barganha, mas no futuro pode ser diferente, não é segredo que grande parte das empresas tech não dão lucro, mas elas não quebram porque tem muito dinheiro injetado. Vale lembrar que as crises são ciclicas e inerentes ao capitalismo, nesses momentos é onde quem sai perdendo é o trabalhador.

Por fim, só dizer que o problema é que as empresas são, na média, ruins, e que a tendência é de melhora é no mínimo ideológico, o primeiro a se dar mal se algo acontecer será o trabalhador.

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Não tive tempo de desenvolver, concordo que tenha sido uma análise rasa. Não demonstrei o motivo por trás das opiniões, o faço aqui:

Esse fenômeno que vemos, do Twitter, por exemplo, é passageiro. A carga de trabalho precisa ser sustentável no longo prazo, no sentido de que a empresa perde funcionários, perde qualidade nos produtos e serviços. Concorda que um funcionário motivado, com a vida arrumada, feliz, produz mais? E também o contrário.

As empresas que possuem essa mentalidade de gerar valo para os funcionários e geram valor para os clientes ao mesmo tempo que geram lucros têm vantagem competitiva no mercado. Aquelas que não seguem essa linha perdem dinheiro, porque um funcionário motivado gera mais valor que o insatisfeito.

Por isso eu acredito que a tendência é melhorar.

É claro que a cultura geral do mercado influencia muito nisso. Se a mentalidade geral é a de gerar lucros e esquecer do valor real, tanto para o cliente quanto para o funcionário, é muito difícil que o mercado faça a tendência ao melhor – o mercado reflete a cultura.

Aí está a nossa oportunidade de mudar a cultura. Podemos convencer nossos amigos, entrar em discussões na internet, promover vídeos, etc.

Eu trabalho numa empresa de economia mista, o Banco do Brasil. Aqui o "RH" faz até pesquisa de satisfação com o funcionário. Tem muito o que melhorar, mas a mentalidade geral dos gestores é essa que eu falei acima, e gera vantagem competitiva.

Porém, se a empresa não tem nem mesmo esse objetivo de fazer o bem para o cliente, só espera o lucro, aí é que não vai querer fazer o bem para o funcionário mesmo. Por isso falei que o problema é a falta de qualidade nas empresas – falta esse senso de que o lucro pelo lucro é uma métrica horrível, não se sustenta no longo prazo.


Não tive tempo de elaborar melhor, mas acredito que tenha exposto bem os motivos por trás das opiniões.