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Low-code tem futuro?

Sou desenvolvedor, e no começo da minha carreira surgiu a oportunidade de trabalhar com Low-code, mais especificamente com a plataforma Outsystems , desde então (3 anos e meio trabalhando com isso) eu tenho me especializado nessa plataforma e estudando cada vez mais para ser um bom desenvolvedor em geral, eu gostei da plataforma e gosto de como ela abstrai muitas coisas e facilita o processo, para que eu possa ter mais agilidade e rapidez no desenvolvimento, assim podendo focar em entregar mais valor em menos tempo, gostaria de saber qual a opinião da comunidade sobre essas tecnologias e se veem futuro neste tipo de ferramenta,

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Conforme eu já disse em outro fórum (lembrando que lá o contexto era ligeiramente diferente: a ideia de "low code vai acabar com os programadores" - mas a ideia geral acho que serve aqui também):

Eu vejo essas ferramentas NoCode/LowCode mais ou menos como uma comida de micro-ondas. Já vem tudo praticamente feito, é só esquentar e pronto, mas não é a melhor comida que existe. Ou como um miojo, que é fácil de fazer mas o resultado não vai ser o macarrão mais maravilhoso do mundo.

No máximo vc pode colocar alguma coisinha por cima pra incrementar (ovo no miojo, queijo ralado na lasanha), mas é só. Se quiser algo um pouco diferente do que existe (pois só tem poucos sabores genéricos com praticamente o mesmo gosto), não dá. Você está preso ao que o fabricante oferece. Para ter algo diferente, terá que mudar tanto que acaba não tendo mais nada a ver com o original - quem já viu yakisoba de miojo?

A comida de micro-ondas (ou o macarrão instantâneo) pode ser um ótimo quebra-galho pra quem não sabe ou não quer cozinhar. Mas ela não elimina a necessidade de existir restaurantes ou chefs de cozinha. Ela também não faz com que eu nunca mais tenha que cozinhar - e olha que eu sou um reles mortal que detesta cozinhar, e só o faço porque não tem outro jeito (até tem, mas pedir comida todo dia ou viver só de miojo/congelados simplesmente não dá).

Claro que de vez em quando vc não tem saco, tempo ou dinheiro pra algo decente e acaba tendo que apelar pra opções mais rápidas e baratas. Mas daí concluir que todos os chefs e restaurantes do mundo não serão mais necessários, é meio exagerado e até ingênuo.

E é óbvio que depende das necessidades e do contexto. Na época da faculdade eu comia miojo direto, por motivos de não-tenho-dinheiro. Na época me atendia bem, assim como as ferramentas LowCode/NoCode podem atender bem determinado público (e não estou dizendo que elas só são usadas por quem não tem dinheiro, tem N outros fatores que podem influenciar na escolha). Elas atendem um público específico com necessidades específicas, mas não vão acabar com a "programação com códigos".

Mesmo que em algum futuro distante todo mundo só use ferramentas LowCode/NoCode, ainda sim vai precisar de alguém para programá-las. E tudo isso será feito usando códigos em alguma linguagem de programação (da mesma forma que, se um dia todo mundo parar de cozinhar e só pedir comida todo dia, ainda sim terá alguém nos restaurantes fazendo essa comida). De qualquer forma, esse futuro ainda está longe (se é que chegará)...

Enfim, são ferramentas com uso e público específicos, e acredito que têm o seu lugar. E é provável que continuem tendo, mas claro que só o tempo dirá.

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Perfeita sua opinião e colocação.

É uma ferramenta que tem o seu público específico, no OutSystems por exemplo, se pode fazer muita coisa, mas, a ferramente não é uma "bala de prata". Como qualquer tecnologia ou ferramentas, frameworks e etc.

Todas resolvem um problema. Uma é melhor nisso, outra melhor naquilo... e por ai vai.

Também acho que o Low-Code não vai acabar com os desenvolvedores (Java, JavaScript, C#, PHP, Python e etc..), longe disso. Low-Code (OutSystems) é uma ferramenta que se pode usar em problemas e situações específicas, mas não em tudo.

** NÃO EXISTE TECNOLOGIA OU FERRAMENTA QUE ATENDA TUDO. **

Eu sou desenvolvedor OutSystems e trabalho prestando serviço para uma empresa gigante brasileira. A empresa está investindo fortemente em Low-Code, mas, como disse, o Low-Code (OutSystems) não vai revolver todos os problemas ou atender todos os tipos de demandas. Mas é uma decisão estratégica, pois o Low-Code tem valor e um "time-to-market" baixo.

Outras grandes empresas estão implantando o Low-Code, no Brasil, o mercado está começando a se movimentar, entendo que nos próximos anos, a demanda será alta.

Todas as tecnologias se forem boas tem futuro.

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Claro que ela tem futuro. Sempre teve. Existe há muito tempo. Excel, por exemplo. Plataformas específicas, alguns ERPs permitem isso há décadas. Em alguns casos é a melhor solução.

Mas se quer saber se vai substituir os programadores, se vai acabar com as soluções high code, então não tem futuro algum. Soluções eficientes, robustas, que atendem muito bem as necessidades dos usuários, de forma ampla, que são muito bem pensadas, só podem ser feitas com programação pesada.

Eu até acho que muito do que se faz hoje com programação em código textual, deveria ser eliminada e ser feito com low/no code. Acho que parte da falta de mão de obra é porque as pessoas estão recorrendo à linguagens de programação tradicionais quando algo mais simples deveria resolver. Parte do problema é que quase todas essas plataformas são ruins ainda. E não sei qual é o ovo ou a galinha, são pouco populares.

Nenhum problema em usar isso, só não ache que é o que eu chamo de "programador de verdade". Não deixa de ser alguma forma de programação, mas é como o exemplo do kht, é só fazer miojo, não ache que é chef de cozinha 3 estrelas Michelin.

Faz sentido para você?

Espero ter ajudado.


Farei algo que muitos pedem para aprender a programar corretamente, gratuitamente. Para saber quando, me segue nas suas plataformas preferidas. Quase não as uso, não terá infindas notificações (links aqui).

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Em minha opinião, quanto mais vc se especializa em uma ferramenta em específico, como a Outsystems por ex, mais refém da empresa que está por trás vc se torna.
Se isso está pagando suas contas no momento, continue e se aprimore para evoluir cada vez mais na sua carreira, mas é bom sempre ter um plano de backup.

Eu gosto de pensar assim, se a ferrementa X que eu uso, simplesmente deixar de existir amanhã, eu conseguiria facilmente outro emprego? Se a resposta é não, eu dedicaria mais meu tempo aprendendo bases e fundamentos pq se esse cenário hipotético um dia acontecer, você estará preparado e conseguirá seguir em outra carreira.
Mas não desista ou negligencie sua carreira atual, pode ser que vc fique nela por muito tempo e está tudo bem.
O importante é vc ser feliz e ter um emprego kkkkkkk

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Oi @locks,

Eu acredito que essa é uma pergunta bem complexa porque junto vem com uma série de SE's.

Visto isso, decidi gravar um vídeo (link no final da resposta) onde eu destrincho melhor a minha linha de pensamento e direciono o melhor possível a resposta do "tem futuro".

De qq forma, eu condensei aqui alguns pontos que eu acho que podem ajudar a entender melhor essa questão.

Tecnologia Abc tem futuro!?

Na época que eu comecei a trabalhar com programação (à 25 anos - 1998) eu utilizava o C para desenvolver um sistema de medição de taxa de erros de comunicação via satélite. Era para um instituto chamado INPE e eu era o pesquisador bolsista.

E já nessa época — coisa de velho rs — havia essa discussão se o Visual Basic era o 'futuro', já que com a sua opção de 'arrastar e soltar' os componentes juntamente com o Basic fazia o par perfeito para desenvolver programas mais rapidamente.

Acabou que o VB se deu muito bem numa fatia de mercado corporativo, e eu acabei ficando no C mesmo, já que o meu projeto precisava manipular bits do hardware (baixo nível).

E a lição que eu tirei nessa época foi: "não existe tecnologia ruim ou boa, existe tecnologia que atende uma demanda do mercado"

E foi aí que eu saquei que antes de estudar tecnologia Abc eu teria que entender primeiro em que tipo de negócio eu gostaria de trabalhar.

As 3 camadas: No-code, Low-code e Hi-code

Nessa linha de raciocínio vamos retornar a 2023 e lembrar que hoje, temos basicamente essas 3 camadas, onde algumas ferramentas dominam:

  • No-code com Bubble, Flutter Flow, etc.
  • Low-code com OutSystems
  • Hi-Code com JavaScript, Python, Ruby, Java, etc.

Acontece que a confusão se inicia quando vamos tentar utilizar uma proposta de no-code, para hi-code, por exemplo.

Visto que o cara que está de olho nessa tecnologia precisa basicamente de velocidade, ele quer entregar o projeto rapidamente. Normalmente startups que precisam validar a ideia.

Ele está pouco se preocupando se o Bubble, por exemplo, vai acrescentar mais x ms no tempo de resposta, ou se ele não terá isso ou aquilo.

Pois, sem ideia validada, não adianta nem iniciar o desenvolvimento.

Então a camada no-code e low-code tem muito valor a entregar no quesito de velocidade e foco no negócio.

Ao passo que, no hi-code — camada que está interessada em ajustar pequenos detalhes — não!

Essas empresas, onde 20 ms de resposta terá um aumento de consumo de servers e diminuição de usuários, os detalhes do CSS e da linguagem importam e muito.

São empresas como Netflix, Amazon, etc... Que estão num nível de negócio e produto onde exigem tal otimização.

A pergunta correta a se fazer

Então a pergunta correta seria: "em qual nicho de mercado eu me adapto melhor!?"

Algumas pessoas não estão tão interessadas em anteder o nicho de startups, por exemplo, justamente porque esse nicho pode não "pagar bem", por estar tentando mobilizar a grana do desenvolvimento em marketing.

Ou outra pessoa — que é o meu caso — que não gosta muito do ambiente corporativo, reuniões, etc... Onde o Hi-code pode ser mais utilizado.

E veja isso não é uma regra, ok!?

Enfim, basicamente eu comentei isso no vídeo e deixei mais algumas dicas interessantes: https://youtu.be/2Q3YzKMLdL4

Te convido a assistir.

Um forte abraço,
-- Felipe Fontoura

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