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GPT-4 sendo utilizado para escrever o GPT-5

A Era dos "Transformers"

O GPT-4, ou Generative Pre-trained "Transformer" 4, é um modelo de linguagem desenvolvido pela OpenAI, cuja principal característica é a capacidade de gerar texto de maneira contextualizada a partir do treinamento massivo com bilhões de palavras, expressões em diversas línguas e amostras de exemplos. Foi o software que mais alcançou usuários em menos tempo até o momento na história segundo banco suiço UBS no artigo da Reuters.

Essa tecnologia já é amplamente utilizada em diversos setores, como tradução automática, redação de textos, assistentes virtuais, como o ChatGPT, e até mesmo na geração de código-fonte para programação. A cada nova versão, o GPT vem se tornando mais poderoso e versátil, e a expectativa é que o GPT-5 seja ainda mais revolucionário e quem sabe exija ainda mais arcabouços éticos para uma inteligência artificial responsável.

O papel do GPT-4 na criação do GPT-5

A ideia de utilizar o GPT-4 na criação do GPT-5 pode parecer estranha à primeira vista e até mesmo especulativa. Afinal, como um modelo de linguagem pode ajudar no desenvolvimento de outro modelo?

Um dos principais desafios no treinamento de modelos de linguagem é a obtenção de dados de qualidade para alimentar o processo de aprendizado. O GPT-4 pode ser utilizado para gerar exemplos de texto, com base em seu conhecimento prévio, que podem servir de insumo para o treinamento do GPT-5. Essa abordagem reduziria a necessidade de coletar enormes volumes de dados na web, o que é trabalhoso e pode resultar em dados desatualizados ou enviesados.

Além disso, o GPT-4 pode atuar na curadoria dos dados, identificando e corrigindo erros, inconsistências e vieses presentes no conjunto de treinamento. Isso é fundamental para garantir que o GPT-5 seja ainda mais preciso e confiável em suas previsões e gerações de texto.

Otimização de hiperparâmetros e arquitetura

Outro aspecto importante no desenvolvimento do GPT-5 é a otimização da arquitetura do modelo e dos hiperparâmetros, que são variáveis que influenciam o processo de aprendizado. Um artigo muito massa sobre hiperparâmetros usando python pode ser conferido aqui. O GPT-4 pode ser utilizado para analisar automaticamente os resultados obtidos em diferentes configurações e sugerir ajustes que levem a um melhor desempenho.

Dessa forma, o GPT-4 pode auxiliar na busca pela melhor combinação de hiperparâmetros e arquitetura, de maneira mais eficiente e rápida do que seria possível com a intervenção humana.

Autogeração de código e integração

O GPT-4 já demonstrou habilidades "impressionantes" na geração de código-fonte para programação, mesmo com a necessidade de ajustes finos eventuais. Essa capacidade pode ser explorada e amplificada na criação do GPT-5, permitindo que o próprio GPT-4 gere partes do código necessário para implementar a nova versão.

Isso pode acelerar o desenvolvimento do GPT-5, reduzindo o tempo necessário para escrever e testar o código, e garantindo que a implementação seja mais consistente e até mesmo mais otimizada.

Desafios e implicações

A utilização do GPT-4 na criação do GPT-5 traz diversos desafios e implicações éticas e técnicas. Entre os principais pontos a serem considerados, estão:

  1. Controle e qualidade: Garantir que o GPT-4 gere textos e dados de qualidade é crucial para o sucesso do GPT-5. Será necessário implementar mecanismos de verificação e validação melhores para garantir que o conteúdo gerado seja menos enviesado.

  2. Segurança: A autogeração de código pode gerar preocupações quanto à segurança, uma vez que o GPT-4 pode introduzir vulnerabilidades não intencionais no código do GPT-5. Será necessário estabelecer processos rigorosos de revisão e teste de segurança para evitar problemas, o que não é uma tarefa simples.

  3. Responsabilidade: A crescente autonomia dos modelos de linguagem levanta questões sobre a responsabilidade pelas ações e decisões tomadas por eles. É fundamental estabelecer normas e regulamentações claras para definir a responsabilidade dos desenvolvedores e usuários dessas tecnologias. Algumas empresas como o Google e Microsoft já disponibilizaram documentos sobre como tratam o assunto.

  4. Transparência e explicabilidade: À medida que os modelos de linguagem se tornam mais complexos e autônomos, torna-se cada vez mais difícil entender como eles tomam suas decisões e geram suas previsões. A transparência e a capacidade de explicar o funcionamento desses modelos são fundamentais para garantir a confiança do público e dos profissionais que os utilizam. Será necessário desenvolver técnicas e ferramentas que permitam uma maior compreensão do funcionamento interno do GPT-5 e de futuros modelos.

  5. Desigualdade e acesso: A evolução rápida das tecnologias de IA, como o GPT, pode levar a uma crescente desigualdade entre aqueles que têm acesso a essas ferramentas e aqueles que não têm, com impacto no mercado do trabalho segundo estudos da OpenAI. É essencial garantir que o GPT-5 e outras inovações sejam acessíveis e benéficas para todos, independentemente de sua localização geográfica, condição econômica ou nível educacional. Um artigo que explora essa questão foi escrito por Bill Gates "The Age of IA begun" e também demonstra que ainda estamos no começo do potencial das inteligências artificiais:

Por fim, devemos ter em mente que estamos apenas no começo do que a IA pode realizar. Quaisquer limitações que tenha hoje desaparecerão antes que percebamos. (Bill Gates)

Conclusão

O uso do GPT-4 para criar o GPT-5 tem o potencial de acelerar o desenvolvimento de modelos de linguagem ainda mais poderosos. Isso pode abrir portas para aplicações inovadoras e melhorar a maneira como lidamos com a linguagem e os dados em diversos setores, ainda mais com o suporte de pluguins que expandem a experiência com a plataforma.

No entanto, também é fundamental abordar os desafios e implicações éticas e técnicas associados a essa abordagem. Para garantir que o GPT-5 e outras inovações em IA sejam seguras, confiáveis e benéficas para todos, é necessário um esforço conjunto entre desenvolvedores, pesquisadores, governos e a sociedade em geral. Por isso, este artigo foi escrito.

A medida em que o GPT-4 e futuros modelos de IA se tornam mais autônomos, também cresce a importância de se estabelecer diretrizes e regulamentações claras para seu uso e desenvolvimento. A colaboração entre todos os envolvidos é crucial para garantir um futuro promissor para a Inteligência Artificial e seu impacto em nossas vidas.

E vocês o que acham dos impactos que a autonomia das inteligências artificias avançadas (positivos e negativos) terão no futuro da programação e do mercado de trabalho? Não hesitem em deixar nos comentários!!

Fontes:

OpenAI - https://openai.com/
ChatGPT Records - https://www.reuters.com/technology/chatgpt-sets-record-fastest-growing-user-base-analyst-note-2023-02-01/
OpenAI - GPT 4 - ChatGPT - https://openai.com/product/gpt-4
GPT 4 Technical report - https://arxiv.org/abs/2303.08774
The Age of IA begun - Gates Notes - https://www.gatesnotes.com/The-Age-of-AI-Has-Begun
Mais detalhes sobre o impacto no mercado de trabalho do ChatGPT 4 - https://www.linkedin.com/posts/felipe-prochazka-27972b30_gpt4-openai-mercadodetrabalho-activity-7044006296978661377-NJaP?utm_source=share&utm_medium=member_desktop

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De certa forma, não é tão simples. ;)

Existe um esforço conjunto necessário para desenvolver, treinar e aperfeiçoar esses sistemas, exigindo novas competências profissionais.

Também é necessária supervisão humana para garantir aspectos sociais e éticos que possam sair fora de controle. E, isto é um dos principais pontos de atenção que devemos levar em consideração para o futuro da programação e da sociedade.

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Isso me lembra uma das histórias de "Eu, Robô", de Isaac Asimov, onde os cientistas começam a usar os robôs para auxiliar no desenvolvimento dos cérebros positrônicos, até chegar ao ponto em que nenhum humano é realmente capaz de entender como os cérebros positrônicos funcionam. E a única coisa que impedia a "revolução das máquinas" eram as Três Leis da Robótica. Isso me faz pensar em como é aplicado algo similar às três leis no caso das IAs atuais. Claro, elas ainda não têm esse nível de inteligência, mas espera-se que em algum momento elas venham a ter.

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É fundamental que não esqueçamos como inteligencias artificiais operam e o papel delas na sociedade. Para que servam para auxiliar ao invés de substituir responsabilidades.

Ainda é difícil saber como um análogo as leis da robótica de Asimov pode ser aplicado com sucesso e aceito por inumeras empresas e nações com propositos diferentes nesta corrida pela inteligência artificial mais avançada.

Uma boa hipotese é utilizando tecnologia blockchain e regulações internacionais, que sejam bem construídas e aplicáveis a quaisquer seres (potencialmente) sencientes por design.

O fato é quem se antecipar às tendências conseguirá lidar melhor com as consequências.

Vale a pena a leitura deste artigo complementar, do engenheiro da Microsoft, Jaron Lanier, precursor da realidade virtual e que teve contato com os modelos GPT: aqui. Ele declarou que o maior receio (a nivel existencial) é que a sociedade fique ainda mais isolada socialmente e mentalmente afetada, se utilizarmos essa tecnologia da maneira errada.