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Por que somos cruéis com nossos filhos?

Olá, senhoras e senhores. Meu nome é Fabricio e sou médico pediatra. Hoje trago aqui algumas reflexões importantes e preocupantes.
É muito comum lidarmos da maneira errada com as emoções das crianças, muitas vezes aprendemos (na nossa infância) da forma errada e replicamos o comportamento. Assim como não gostamos ou não nos sentimos bem quando alguém minimiza nosso sofrimento ou faz pouco caso do que sentimos, as crianças também entendem assim. Por mais que para nós adultos os motivos da criança sejam pequenos para tamanha reação, o sentimento e a sensação que a criança tem é só dela, precisamos lidar da maneira correta para que com o tempo a criança aprenda a diminuir e modular suas reações.

Quem nunca escutou frases como: “pare de chorar”, “não é pra tanto”, “para de fazer birra/manha”, “você nem está triste”, “olha, não saiu uma lágrima”, “engole esse choro”, “fica quieta e pare de chorar se não...”. Ameaças, desdém, ofensas, agressões das mais diversas. Justo no momento de fragilidade, tristeza, raiva, frustração, medo.
Como você se sentiria se fosse com você? Como você acha que isso pode melhorar dessa forma no futuro?

Imagina você estar lendo em seu celular esse texto e no meio da leitura alguém vem e tira abruptamente de você o celular da sua mão e diz "chega, acabou seu tempo". Como você se sentiria?
E caso você estivesse triste porque perdeu o emprego ou, pior, perdeu um ente querido. Você, choroso e magoado, e alguém que você considera seu amigo íntimo olhasse para você e dissesse “não é pra tanto”, “engole esse choro”. O que você faria? Como se sentiria?

Que crueldade é essa que subtemos nossas crianças? Para onde essa educação a base do autoritarismo e medo irá nos levar?

Pois então, as crianças são tão humanas quanto qualquer adulto (talvez até mais), somente precisam de acolhimento, validação dos seus sentimentos, amor e carinho. Um verdadeiro ombro amigo assim como faríamos com qualquer adulto amigo ou familiar.

E se nada disso faz sentido, basta uma única coisa: respeito. A criança (e qualquer outro ser humano) precisa ser respeitada e isso é o mínimo.
Vamos mudar nosso comportamento para que possamos ensinar nossas crianças de uma forma acolhedora, amorosa, gentil, cuidadosa e paciente.
Sejam o suporte das crianças para ensinarmos elas sobre suas emoções e criarmos um mundo melhor no futuro.

Por fim, deixo uma dica de leitura para ler com as crianças e ajudar nesse processo de entendimento emocional: Emocionário – Diga o que você sente. Escrito pela psicóloga e psicoterapeuta Rosa Collado Carrascosa.

Agora, me digam vocês, já passaram por isso na sua infância? Ou tiveram a alegria de ter uma educação respeitosa? Me contem suas experiências quando crianças e agora como adultos.

Muito obrigado pela atenção e até mais.

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Fala Fabricio, tudo joia?

Concordo em partes com a sua posição, entretanto, tenho um ponto de vista oposto e irei expô-lo, afim de, quem sabe, trocarmos opiniões, vamos lá...

  • Engula o choro

    Por vezes ouvir isso pode soar "repressivo" por parte dos mais adultos, justamente por "diminuir" a importância dos sentimentos das crianças, como você pontuou. No entanto, isso se torna necessário no momento em que os adultos possuem uma maior vivência e compreendem que há dores pelas quais a criança realmente precisa externalizar (A morte do animal de estimação, um coleguinha que se mudou, etc, etc), mas outras situações como a simples birra do "Eu pedi da cor azul e não vermelha" ou "Eu queria era de morango, não de chocolate", afins, são dignas de um "Deixe de birra, isso não é motivo pra chorar".

    Além disso, as crianças precisam entender que um adulto, normalmente chora menos, ou pelos motivos que realmente importam. No caso dos meninos, entender quais os momentos são de choro e quais são os momentos para segurar o choro, são essenciais. Na minha opinião, um homem forte pressupõe uma criança forte, que consegue entender as situações ou, no mínimo, se esforça para controlar seus sentimentos.

    Que crueldade é essa que subtemos nossas crianças? Para onde essa educação a base do autoritarismo e medo irá nos levar?

    Não acredito que o autoritarismo e/ou medo seja(m) bons alicerces para a educação infantil. Mas o respeito e, principalmente, o exemplo, sim. Em alguns casos é preciso ser mais severo, castigar e esperar que a criança peça desculpas pelo erro; bloquear privilégios temporariamente; etc.

  • Quando eu era menino, fazia as coisas de menino, falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino

    Imagina você estar lendo em seu celular esse texto e no meio da leitura alguém vem e tira abruptamente de você o celular da sua mão e diz "chega, acabou seu tempo".

    Crianças estão na fase mais "esponjeante" da vida de um ser humano. Nesse período, estão na formação do imaginário. Acredito que o celular para um garoto de até 13-14 anos, mais atrapalha que ajuda. Até essa fase, o ideal é que se leia para ele, tentar fazer amizade, afins, pois, depois vem a fase "punk".

    Iniciei o parágrafo anterior falando sobre o imaginário porque o trecho que marquei do seu post citava o celular, mas trazendo o ponto que realmente queria tratar acerca dessa citação é este: Sim, você deve dizer "Acabou o seu tempo" e ensinar para a criança que ela precisa ter limites e você, o adulto responsável, é quem delimita. Claro, o ideal é conversar antes e mencionar os horários, estabelecer 40 minutos para algum tipo de interação que envolva uma tela (computador, celular, tablet, etc, etc), no restante do tempo, ocupe-se em conversar com a sua criança. Porque se você não fizer isso, o youtuber favorito dela, ou o influencer mais popular do tiko e teko o fará. E a fase "punk" vai ser muito mais "punkada" do que o normal.

  • Seja amigo do(a) seu(ua) filho(a)

    Pegando um pouco a linha que deixei no ponto anterior e costurando com esse outro, destaco: Seja o amigo que você quer que o seu filho tenha. Pela infância é bem provável que ele tenha diversos amigos, mas você precisa demonstrar que é o melhor amigo dele, sendo atencioso com as dores que ele demonstra ter, sendo consolador em alguns casos, mas principalmente, sendo próximo. Porque com a informação descentralizada, distribuída e rápida, proporcionada pela internet, ele estará sujeito a diversas fontes, se aproximando da influência que ele julgar mais "maneira" ou "divertida".

    Se for possível, conte sobre as grandes histórias antigas, que envolviam grandes duplas. Don Quixote (sonhador) e Sancho Pança (realista), A volta ao mundo em 80 dias, com o Sr. Phileas Fogg (Porque é divertido mesmo, nem é tanto pela dupla kk). Conte sobre os grandes homens da história, sobre como eles foram pessoas honradas, simples e ao mesmo tempo, foram capazes de moldar o mundo à suas almas.

  • Aproveite a infância do seu filho

    Não preciso me extender nesse ponto, mas simplesmente repetir uma verdade que todos já sabem: A vida é curta e o tempo passa voando. Aproveite a pequenez de seu filho, aproveite a inocência que ele possui, ensine-o com o exemplo dos homens virtuosos da história da humanidade. E seja também virtuoso. Ame a mãe dele também kk

-- É isso. Espero ter contribuído de alguma forma com o seu post.

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Oi amigo, Sou pai de dois meninos. 5 e 1,4 anos. São os meninos que mudaram minha vida. Mas as vezes me pego muito estressados com eles, e já a mãe é pior ainda.

Sou muito de tentar conversar e entender, mas, tem dias que eles estão insuportáveis. Principalmente o mais velho. Pois o pequeno é mais não saber falar e chorar para se comunicar.

Agora na nossa ultima viagem, que fomos de carro, 11 horas de viagem, com parada de 30 a 60 minutos durante todo percurso. Ambos vieram acordados, acho, que estavam ansiosos.

O mais velho, quando chegou no sítio no segundo dia estava choroso e muito teimoso, tanto que me tirou do serio que apanhou lá, e acabamos vindo embora mais cedo, pq ele não se comportava, e eu e minha esposa estavamos morrendo de vergonha.

Ele entende muito bem o que a gente fala, mas as vezes sinto que ignora nossos pedidos, ou as vezes olha ouve concorda e 10 minutos depois esta fazendo novamente errado.

Ultimamente tenho estado muito cansado desse comportamento dele, e quando o dia foi muito cansativo, e ele esta desse jeito, ele acaba apanhando. Depois acabo arrependido, pensando que deveria ter agido diferente.

Mas tem momentos, meu deus, que ele parecer que esta querendo provocar, testar a gente.

Obrigado pela recomendação, vou dividir com minha esposa o que vc dividiu com a genet.

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Entendo perfeitamente. Somos humanos e também erramos, gritamos, ofendemos. A questão é que devemos saber admitir nossos erros e pedir desculpas. Pois é isso que desejamos que as crianças aprendam.
É um processo trabalhoso que exige MUITA paciência e calma dos pais, porém uma criança só aprende a ser calma e paciente com adultos calmos e pacientes repetidas vezes.

E, mais um detalhe importante: é normal as crianças agirem assim, é uma super reação emocional que acontece por vezes, principalmente entre 1 e 3 anos. Ela tem essa sensação negativa e não sabe como lidar com aquela emoção e explode da forma que consegue. A criança não faz aquilo para ofender, envergonhar ou testar os pais. Nós somos os adultos da relação e temos que tentar não nos deixar sermos ofendidos pelas atitudes das crianças para podermos agir da melhor forma com elas e ensinar-mos eles a lidar com suas emoções com o tempo. Quanto mais agressivos e impacientes formos com eles mais o comportamento das crianças irão piorar e menos eles saberão lidar com suas emoções.

Espero ter ajudado um pouco. Um abraço e boa sorte, você não está sozinho, é um grande desafio a paternidade e maternidade!

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Oi amigo, eu também já tive essa confusão mental, tanto no meu casamento quanto na relação com o meu filho. No primeiro momento, eu reagi de forma bruta com ambos. Daí um certo dia, voltando para casa, Deus falou comigo, na real, me deu um ralho, acredito eu, disse: "Que isso cara? Você quem é o homem da sua casa. Sua esposa está confusa, ajude-a e seu filho é apenas uma criança.". Obviamente que isso foi a minha experiência com Deus, e não é minha intenção aqui tentar lhe convencer de nada, mas, apenas mostrar que as precisamos agir como homens acolhedores e protedores e, tentar compreender a situação para ajudarmos as pessoas que amamos, mesmo que essa atitude seja procurarmos ajuda, procurarmos ler mais, procurar por conteúdos que nos guie nesse desafio. Então, seja firme e claro, mas jamais bruto ou violento. Crianças são muito literais, as vezes, eles não entendem metáforas e jamais tente comprar seus filhos, algo como: "Coma salada para poder comer chocolate", seja o exemplo dos seus filho: seja calmo, seja mais saudável...
Bom, é isso amigo, minha intenção aqui é ajudar com um pouco da minha experiência como pai. Peço ao meu Deus, que sua família seja blindada de qualquer tentação, de qualquer mal. E que Deus lhe dê o dom da sabedoria para você souber tomar sempre as melhores decisões.