Executando verificação de segurança...
6

Crise do profissional sem muita coisa pra fazer

Primeiramente esta é minha primeira publicação aqui no tabnews, e eu tive a vontade de compartilhar esse pensamento com algumas pessoas e escutar opiniões.


Sinto que estou me tornando inútil

Últimamente venho me sentindo inútil em algumas situações quando se fala de trabalho, eu trabalho atualmente como Q.A em uma empresa que atuo como terceirizado (ponto importante a ser considerado) que não demanda praticamente nada em relação a tecnologias e nada muito técnico do que um Q.A pode fazer.

Como por exemplo

  • Testes Automatizados
  • Testes de Performance / Carga
  • Documentação de Testes (Que oferece um melhor entendimento geral do sistema)
  • Apoio a equipe de negócio para construir requisitos
  • Entre outros

E isso vem me frustrando muito, pois apesar de eu gostar de estudar e de fato estar sempre me aprimorando e aprendendo novas tecnologias, praticamente nada disso é demandado, não tem "obrigatoriedade" ou "necessidade" de fato por parte da empresa de ter um profissional assim.

Estudo bastante para ter construído do zero uma pipeline completa de testes automatizados usando Selenium + Python e inserir isso na esteira de desenvolvimento, além de ter conquistado uma certificação.
Aprendi tecnologias como Cypress, Robot Framework, Appium, JMeter e K6 (mas acabei não dando muita sequência na prática pois não vejo sentido em ficar fazendo automações só para praticar com esses outros), apesar do que eu mais pratico e de fato uso no trabalho ser o python com o selenium.

Mas apesar disso tudo, não tem cobrança, não existe uma demanda de fato e aquela coisa de "caramba, preciso fazer isso porque vai agregar".
Sinto que nada que eu faço de fato agrega em algo, visto que além de não ser muito considerado, nem eu nem os próprios devs tem tanta voz.

E cada vez mais, vendo as vagas no LinkedIn e em outras plataformas, vendo pessoas compartilhando suas experiências, percebo que parece que não to conseguindo fazer muita diferença.


Atirando pra todos lados

Nesse cenário, eu comecei a pensar em talvez migrar de área, porém, uma coisa que atrapalha muito essa decisão, é que eu recebo bem acima da média do que as pesssoas no mesmo nível que eu, estariam recebendo.
Tentei estudar um pouco sobre outras linguagens e tentar vislumbrar um pouco a ideia de ser programador, mas cara, realmente não clicou pra mim a ideia de programar, pelo menos não me vejo fazendo isso com outras linguagens além do python.
Eu gosto muito de trabalhar com o que eu trabalho, gosto muito das atividades, dos desafios e de ajudar as pessoas que estão aprendendo, mas eu vejo que estou me esforçando muito quando as vezes poderia estar sei lá, assistindo netflix ou algo do tipo já que não existe cobrança.


Dois trabalhos?

Eu até pensei já em arrumar dois trabalhos e atuar nos dois ao mesmo tempo, só que eu fico com medo disso dar errado!
Conheço pessoas que já fizeram isso e ainda fazem, e que trabalham normalmente, mas eu tenho medo de arriscar e poder perder o meu trabalho e por consequência, o que me mantém estável financeiramente rsrs.

Eu compartilho essa história aqui pra ver se existe mais alguém que passa por algo parecido, que sente algo parecido, e o que faz para tentar mudar isso, adoraria ler as experiências de outras pessoas para poder refletir mais sobre este assunto.

Carregando publicação patrocinada...
4

Olá, já passei algumas vezes por isso, além de programador sou psicoterapeuta, eu estudei isso justamente para entender melhor as nuances psicológicas minhas próprias, das equipes e dos clientes em si.
Eu notei alguns pontos e vou respondê-los, espero que te ajude.

Sentimento de Inutilidade: Você precisa reconhecer suas próprias habilidades e realizações. Não dependa dos outros para isso. Funciona mais ou menos assim, se você não sentir que é especial, ninguém vai te achar especial, por isso precisa mostrar um pouco esse orgulho entende? Quem não é visto não é lembrado. Mostre a eles como suas contribuições são valiosas e necessárias. Isso pode ajudar a combater o sentimentos de inutilidade, e tire da cabeça a expectativa de querer que eles valorizem, nunca tenha expectativas apenas de um lado, tipo vai dar certo e vai ser legal, também tenha ao contrário, ok e se der errado, esteja preparado para os dois cenários sempre, isso vai evitar toda e qualquer frustração.

Frustração com a falta de demanda: Busque oportunidades onde suas habilidades e conhecimentos sejam necessários e valorizados. Isso pode envolver a busca de novos projetos, tarefas ou até mesmo um novo emprego.

Medo de mudar: Pense sempre nos prós e contras de diferentes opções a considerar, faça uma lista do que realmente é o mais importante para você. Estabeleça seus valores e siga eles.

Dúvida sobre o próprio valor: Voltando ao mesmo assunto, você já sabe que tem habilidades e realizações, mas ao falar aqui o que fez está buscando uma validação de outras pessoas, o que me leva crer que mesmo você sabendo o que é capaz, ainda mesmo assim tem dúvidas em si mesmo. Não se compare com os outros, mas se concentre em seu próprio crescimento e desenvolvimento, nada do que o “outro” faz vai te ajudar nisso e sim o que você faz.

Conflito entre trabalho e lazer: Encontre um equilíbrio entre trabalho e lazer. Isso pode envolver a definição de limites claros entre o tempo de trabalho e o tempo livre, nada desse pensamento de podia estar fazendo outra coisa como olhar Netflix, isso é um conflito e um erro, há hora para isso e há hora para trabalhar mesmo que não exista demanda, sua empresa paga seu salário, e se eles querem pagar pra você ficar sentado sem fazer nada é direito deles, e se você usar esse tempo para si próprio isso está errado da sua parte, não estou te julgando apenas te chamando a atenção para a forma de ver isso, antes que o teu chefe faça isso.

Medo do fracasso: O mais comum entre todos, mas nem por isso o mais fácil. Precisa na verdade ver o fracasso pelo que ele realmente é, o fracasso é uma oportunidade de aprendizado, em vez de algo a ser temido. Ver dessa forma pode ajudá-lo a tomar risco e buscar novas oportunidades.

Lembre-se qualquer um pode te ensinar a andar de bicicleta, todos podem ser professores disso, suba na bicicleta, tente se equilibrar e pedale, mesmo o cara que nunca andou pode ser um professor, mas aprender de verdade envolve algumas coisas e a primeira é se arriscar, se você não resolve que vai se arriscar a cair nunca vai subir na bicicleta, depois é necessário disciplina, precisa tentar e tentar novamente até que pela repetição você aprende, e chega um momento que se torna automático. Da mesma forma todo o aprendizado é assim. Muitas pessoas perdem muito tempo lendo e assistindo vídeo e aprendendo, mas não executam, não se arriscam e não tem disciplina e acabam jogando fora o que aprenderam, eu daria mais um conselho, nunca aprenda o que não vai realmente utilizar pois é perda de tempo, se aprender use. E se arrisque.

2

Recentemente, compartilhei um artigo sobre minha transformação profissional. Após 26 anos na indústria de software, cheguei a um momento de reflexão que me levou a fazer uma pausa e redefinir minha trajetória profissional. Decidi focar na área de ensino. Sou apaixonado por tecnologia e desenvolvimento, mas o ritmo frenético dos tempos atuais, as exigências incessantes, os prazos quase inatingíveis, e o envolvimento em projetos que muitas vezes não ressoam comigo, tornaram-se exaustivos. Sempre fui fascinado por linguagens de sistemas como C e C++. No último ano, decidi dedicar-me ao estudo de Rust, Golang e Lua, movido simplesmente pelo prazer de aprender algo novo. Minha abordagem de aprendizado envolve desenvolver projetos enquanto exploro novas tecnologias. Esse processo tem sido extremamente gratificante, permitindo-me aprimorar minhas habilidades em outras áreas de interesse, que talvez venha a utilizar no futuro.

Neste momento, estou na fase de "criar meu próprio emprego", embora seja imensamente grato pelas experiências e oportunidades que o mercado de trabalho me proporcionou até aqui. Tenho realizado alguns trabalhos de consultoria, focados principalmente em meus interesses, e estou dedicando-me ao ensino, uma paixão que sempre tive não apenas pela chance de ajudar os outros, mas também pelo meu próprio desenvolvimento pessoal e pelo desejo de continuar aprendendo sempre.

Essa é a minha história pessoal, única e distinta, assim como cada um tem a sua, com seus próprios objetivos e metas. Foi muito interessante ler sobre este tema que você abordou e conhecer diferentes perspectivas.

Um grande abraço.

1

Passei por essa situação em uma experiência anterior também e é bem frustrante ver que as coisas não mudam. Então concluí que o tempo "livre" que a empresa te "dá" pode ser usado de várias formas, eu sempre busquei aproveitar pra ler artigos, assistir conteúdos, fazer uns cursos online e mexer com algumas libs que nunca havia mexido. Uma ideia do que vc pode fazer é criar um projetinho pra colocar suas ideias em prática e jogar no Github, ou até mesmo contribuir com algum projeto open source.