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O Scrum acabou? Desmistificando as adaptações "grotescas" das empresas à metodologia

Nos últimos anos, temos presenciado um fenômeno preocupante no mundo empresarial: a adoção do Scrum de maneira deturpada e, por vezes, quase irreconhecível. Muitas empresas se orgulham de afirmar que estão seguindo a metodologia ágil, mas ao olharmos mais de perto, é difícil não se perguntar se o verdadeiro Scrum ainda existe ou se foi substituído por uma "gestão freestyle" repleta de adaptações grotescas. O problema não reside em adaptar a metodologia às necessidades da empresa, afinal, flexibilidade é uma das bases do ágil; o problema é quando essa adaptação se torna uma desculpa para uma falta de estrutura e planejamento.

O Scrum, em sua essência, oferece um framework sólido para desenvolvimento ágil, com papéis bem definidos, cerimônias e artefatos claros. No entanto, o que muitas empresas têm feito é uma espécie de remix, pegando um pouco do Scrum aqui, um pouco dali, e criando uma abordagem "à la carte" que muitas vezes não funciona de forma coesa. Em vez de adotar os princípios e valores do Scrum, essas empresas estão optando por uma abordagem desconexa, que pode resultar em desorganização, falta de alinhamento e, por fim, na perda dos benefícios que a metodologia ágil pode oferecer.

Seria mais produtivo e eficaz se as empresas optassem por uma abordagem mais coerente. Em vez de apenas utilizar o nome "Scrum" como um rótulo vazio, é recomendável explorar outras metodologias ágeis, como o Kanban, e criar uma gestão híbrida que se adapte às necessidades específicas da organização. No entanto, a base fundamental dessa abordagem deve ser a gestão de métricas e dados concretos. Afinal, o ágil não se trata apenas de mover post-its em um quadro, mas sim de tomar decisões informadas com base em informações claras e relevantes.

O verdadeiro problema não é se o Scrum acabou ou não, mas sim a falta de compromisso das empresas em adotar as metodologias ágeis de maneira genuína e eficaz. Em vez de se apegarem a rótulos e abordagens mal alinhadas, as empresas devem investir em uma cultura ágil real, com papéis e responsabilidades bem definidos, cerimônias significativas e uma gestão baseada em métricas e dados tangíveis. Somente assim poderemos colher os verdadeiros benefícios do desenvolvimento ágil e ver as equipes prosperarem em um ambiente de trabalho colaborativo e orientado a resultados.

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afonsolelis,

Concordo com você, a primeira coisa quando pergunto é como estimam as tarefas, capacity do team e, quando recebo uma resposta sem pé nem cabeça, aí vejo que a empresa infelizmente não entendeu a ferramenta.

Também concordo com a informação que, conforme a empresa evolui, o Scrum talvez não seja a ferramenta mais adequada, porém seguir utilizando o "nome" Scrum, quando na verdade se aplica "Kanban", é um tiro no pé.

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Sendo o Scrum uma estrutura para gerenciamento de projeto de maneira ágil, um framework que permite adaptações, não é esperado que seus seguidores utilizem-se do mesmo modelo de execução para todos os tipos de projetos.

Entre o modelo que o guia Scrum prega de forma literal e a realidade de cada projeto, existe uma distância certa em todos os casos possíveis e é ai que entra o questionamento deste texto.

As distorções ocorrem creio eu, pelo fato das empresas estarem em um estágio tão avançado de mudanças que buscam tecnologias, métodos, metodologias que estão em moda no momento em que ocorre esta mudança na organização, e muitas vezes desordenada, a todo custo.

Talvez a adoção do Scrum, para a estatística citada neste texto, não tenha de fato se quer rodado uma MVP do que é o próprio Scrum, ou que os papéis não estejam desempenhando claramente suas funções do processo, especialmente a do Scrum Master de uma empresa que se orgulha de citar a adoção do Scrum como metodologia ágil.

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Creio que não modifica o scrum, até porque é permitida a adaptação. Também creio que desde a primeira utilização do framework Scrum em um projeto, seja ele na Toyota com o conceito de PDCA, ou no projeto SENTINEL no FBI, em nenhum projeto o Scrum foi seguido a risca, ou engessado em um template padrão. O próprio framework permite a criação de templates adaptativas a realidade de cada projeto ou serviço. O que importa na verdade é seguir os pilares, papeis, eventos e artefatos, seguindo um só objetivo que é o produto final.

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Concordo, mas pensemos nas modificações de hoje do mercado, em que até o conceito de artefto está decaindo. Será que não seria um momento de analisarmos uma evolução?