Comunique, se....
Comunicação - A arte do streaming de si mesmo
O que é comunicação?
A comunicação é a arte (ou esforço, vai de você) de transmitir idéias de forma clara. Não somente falar por falar, falar o que pensa ou mesmo o que nosso círculo pessoal costumeiramente aprova.
Em alguns cenários, colocar em prática esta softskill exige esforço, tempo e dedicação. Esforço para entender como cada um pensa e entende as coisas; tempo para digerir o que absorveu e lidar melhor com cada nuance descoberta; e dedicação, para que possamos aprofundar cada vez mais neste universo. Portanto devemos sempre ter a atenção redobrada quando alguem nos dirige a palavra e/ou conversamos e emitimos nossas opniões. Sendo uma das softskills mais importantes dentre todas as outras (minha opnião pessoal), pois sem esta não podemos exercer praticamente nenhuma das outras que dela derivam, é imprescindível que o desenvolvedor/profissional tenha em mente alguns conceitos fundamentais... então, bora nessa?
Se liga nisso:
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Público alvo: Segmento da sociedade com determinadas características em comum (idade, sexo, profissão, interesses etc.), ao qual se dirige uma mensagem ou um conjunto de mensagens.
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Timing: Separação da linha do tempo, no caso das etapas da conversa.
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Escutatória ou Escuta ativa/dinâmica: Técnica que auxilia a escutar e entender o que está sendo dito sem julgar o que ouviu.
Comunicação passiva:
Observe o outro:
Gere conhecimento e referência, conheça os assuntos que ativam os gatilhos de cada público alvo. A questão aqui é sobre entender que as pessoas tem momentos, aprendizados e fatores socioculturais que levam a níveis únicos de percepção. Saiba com quem você está falando!
Timing:
Separe seus temas por partes e tente progredir juntamente com o assunto, captando as idéias principais.
De certa forma, quando não fazemos isto no mundo profissional, parecemos inconsistentes demais.
Outra dica aqui é evitar voltar muito em assuntos findados, talvez sua fala "genial" possa esperar este assunto aparecer novamente.
Desarme distorções:
Esteja atento ao que dizem e, caso digam algo que você discorde, seja claro na sua posição e desarme quaisquer mal entedido direto na fonte. Pode parecer afrontador, mas é importante para a comunicação essa transmissão de clareza.
Linhas cruzadas:
Alinhe as espectativas, pois já deve ter ficado claro que a comunicação muda muito entre interlocutores distintos. Ou seja, fulano pode achar algo que ciclano não concorda. Através da escutatória, saiba o que é tema sensível para um e outro. Policie-se sempre que for comentar sobre este tipo de assunto.
Como melhorar a sua escuta dinâmica:
Se você já foi ao psicólogo ou conhece alguém que é atendido por este profissional da saúde mental, deve ter ouvido falar a frase: "Ele não disse nada, só ficou ouvindo".
Pois bem, parte do trabalho deste profissional envolve esta capacidade de ouvir e entender, sem julgar. E podemos aprender com isso...
Técnicas:
• Estimule a resposta do outro: Através de gestos, acenos com a cabeça e até mesmo observações curtas e seguidas de um "continue". Isso faz com que o interlocutor continue com a sensação de estar sendo ouvido no seu máximo.
• Resume and repeat: Quando alguém acelerar muito em algum assunto, você pode utilizar esta técnica. Em suma, basta repetir o que a pessoa disse, com palavras mais simples e positivas. O resultado esperado é que a pessoa continue circulando no tema, o que é uma grande vantagem em alguns casos.
• Se coloque no lugar do outro: Tente de fato entender e imaginar tudo o que a pessoa fala. Não caia na armadilha de simplesmente tentar montar uma lógica intrínseca com cada palavrinha (sim, nós de TI tendemos a ficar assim desde que aprendemos operadores lógicos), ou seja, apenas imagine a cena. Talvez você pegue até mesmo uma piada ou momento engraçado neste contexto, tornando o interlocutor mais amigável pois está sendo ouvido.
• Participe: A comunicação não verbal diz muito mais do que a verbal, algo em torno de 80/20%. Ouça o tom de voz, veja as expressões e gestos, assim você vai se conectar ainda mais com seu interlocutor. Portanto, não adianta estar participando na conversa e, simultaneamente, digitando algo no computador por exemplo. Sempre que alguém se dirigir a você é importante buscar a continuidade ou desfecho da conversa, caso contrário será pouco provável que seu comunicante volte a te solicitar.
• Respire e estimule: As vezes buscamos uma janela de oportunidade para falar tudo que pensamos, descarregando opniões (talvez inconvenientes) na conversa. Entenda que se você foi abordado, sua obrigação é ouvir e não falar (exceto se solicitado). Quando perceber uma brecha para falar, use-a para estimular ainda mais o outro a se expressar. Isso normalmente destrói diversos bloqueios que seu interlocutor pode ter sobre você. Use frases como: "Então você acha que podemos resolver isto assim?" ou "Parece que você tem pensado bastante sobre isso".
DICA DE OURO:
Se faça de bobo, mesmo que não seja o caso! O bobo está mais próximo do público geral do que o esperto!
Muitas vezes a comunicação é sobre identificação e representatividade e não sobre argumentos e provas cabais
Sobre o Feedback - Comunicação ativa
Agora, pense no cenário que alguem de fato te peça uma opnião particular. Entenda que este momento é um momento importante para a saúde da relação profissional, deste modo é importante saber construir o feedback, seja ele positivo ou negativo. Este pode ser de três tipos, principalmente: de reconhecimento, de orientação e de avaliação e, responder um tipo pelo outro é um erro muito comum.
de reconhecimento:
Quando somos perguntados sobre o que achamos sobre algo feito pelo interlocutor, mas de forma passiva. "O café ficou bom?", "O que você acha deste projeto qe fiz em HTML?"
Em geral, a resposta para este tipo é ressaltar os pontos positivos do que foi apresentado, abstendo-se de manifestações negativas. Caso não goste do café, siga o que dizia Nelson Rodrigues:
"As mentiras que nascem do zêlo também não merecem desprezo. Dada a pergunta: Engordei? Homem nenhum pode responder com absoluta honestidade." - Evite, a todo custo, o sincericídio.
de orientação:
Quando somos perguntados sobre como faríamos algo, de forma ativa. "O que você faria se o chefe te pedisse para fazer hora extra hoje?", "Eu compro o camiseta azul ou a vermelha?"
Neste caso, pelo menos no mundo profissional, apegue-se ao politicamente correto! A justa escolha, já defendida por Aristóteles é a melhor forma de intervir, sem interferir na liberdade do indivíduo, sendo o equilíbrio ideal entre os vícios e as virtudes. Ofereça ao interlocutor meios de repensar o próprio contexto, ao invés de direcioná-lo a uma conclusão com suas referências pessoais.
de avaliação:
Quando somos perguntados sobre sobre algo, de forma ativa. "O que você pensa sobre o esta fantasia de carnaval?", "O que você achou do jogo do time de futebol ontem?"
Neste cenário sim, única e exclusivamente, podemos opinar de forma ativa sobre algo. Porém não devemos poupar delicadeza (principalmente no tom de voz), afinal uma crítica avaliativa pode facilmente ser mal recebida pelos filtros do interlocutor, distorcendo totalmente seu sentido e gerando quebra de confiança;
Por isso, parafraseando novamente o Doutor e especialista em Gestão Comunicacional pela USP, Marcos Gross: "Comunicação é o esforço para compreender e ser compreendido pelos outros"
Um grande abraço, isso é tudo pessoal!
Não esqueçam de deixar um comentário e falar sobre suas percepções também!
Até! 👋