e as vezes quando tento explicar o pessoal não leva de uma boa forma.
É porque isso é a receita para burnout além de você misturar algumas coisas e passar algumas ideias erradas:
- "você nunca fará o que te da prazer na maiorias das vezes"
Embora seja mais comum em autistas, tdahs e esquizofrenia paranoide, as pessoas tem algo chamado "hiperfoco", quando o hiperfoco (ou também o que a pessoa ama fazer) é relacionado a algo que a sociedade considera produtivo (exemplo, programação, desenho técnico, agricultura, pedagogia, medicina, enfermagem...) é possível não só dá muito dinheiro, como é o que a pessoa ama, como a pessoa vai sentir prazer no que faz, e isso não é raro, só é pouco valorizado, por exemplo, minha filha tem um hiperfoco bem nítido em botânica, se eu fizer como a maioria dos pais, ela provavelmente vai fazer outra faculdade "por dinheiro", sendo que botânica pode pagar mais que medicina em valores líquidos, então não é que "você nunca fará o que te da prazer na maiorias das vezes" é que: seu hiperfoco está em uma atividade não comercializável (o que não é muito comum) ou é simplesmente ignorada (que geralmente é o que acontece)
- "Dinheiro traz felicidade, probreza sempre tristeza."
Isso é outra ideia errada que muita gente tem, dinheiro traz felicidade se trouxer liberdade financeira e localização e te permite fazer o que você ama, se pra ter dinheiro você precisa trabalhar 6x1 por exemplo, dificilmente irá ser feliz mesmo que ganhe muito dinheiro então antes de "se você for bom em algo que não gosta e dar dinheiro essa é a decisão certa" é preciso pensar: fazendo algo que eu não gosto, eu vou ter dinheiro (e tempo) para fazer o que eu gosto? Se e apenas se a resposta for sim é a resposta certa, se não não é, infelizmente a maioria das pessoas só percebe isso no final da vida, um brasileiro vive 76 anos, é muito pouco tempo pra correr atrás de papel pra pagar boleto, se as pessoas soubessem não trocariam momentos de verdadeira felicidade por dinheiro
- "mas se eu pudesse ficar vendo futebol e falar de historia o dia inteiro que é o que eu gosto de fazer eu faria"
E o último ponto, "faça o que você ama" não é sobre vícios e coisas momentâneas, ok, é divertido assistir um jogo de futebol? Para algumas pessoas sim, mas não é amor por futebol, é gostar da emoção que o jogo traz, passou o jogo acabou (e provavelmente o futebol poderia ser substituído por outras coisas), amar futebol é por exemplo ver (nesse caso de verdade) o futebol como uma arte e uma ciência e isso vai muito além de passar o dia assistindo futebol
Pra concluir, tanto "Não faça o que você ama, faça o que da dinheiro" quanto "Faça o que você ama" são duas frases claramente erradas, ambas podem destruir o psicológico e o físico de alguém, uma frase mais eficiente seria: "Faça o que você ama, se não der dinheiro, faça o que da dinheiro para você poder fazer o que ama" esse é o equilíbrio perfeito