Não faça o que você ama, faça o que da dinheiro

Dinheiro é importante, mas não é tudo. É inegável que precisamos de dinheiro para viver, pagar contas, e ter conforto. Mas limitar nossa vida apenas ao que dá dinheiro pode levar a um vazio existencial.

A questão do retorno marginal do dinheiro na felicidade é crucial aqui. Existem muitos estudos empíricos que mostram como o aumento de renda pode impactar nossa felicidade, especialmente quando saímos de um nível de renda mais baixo. Por exemplo, se você passa de um salário de R$ 1.320 para R$ 13.200, sua felicidade tende a aumentar significativamente, pois você passa a ter mais segurança financeira, conforto e acesso a oportunidades. No entanto, à medida que a renda continua a aumentar, como de R$ 13.200 para R$ 20.000 por exemplo, o impacto adicional na felicidade é bem menor. Algumas pesquisas até sugerem que, após certo ponto, não há mais retorno em termos de felicidade com o aumento da renda.

Isso nos leva ao conceito de Ikigai. Se o dinheiro tem um retorno marginal em termos de felicidade, então buscar apenas a maximização da renda pode não ser a melhor estratégia para uma vida plena e satisfatória. O Ikigai propõe um equilíbrio, onde você encontra uma atividade que não só te proporciona uma renda, mas que também te dá prazer, utiliza suas habilidades e atende a uma necessidade real do mundo. O ideal é equilibrar e otimizar todas estas dimensões. Esse equilíbrio é o que pode trazer uma felicidade duradoura segundo a sabedoria popular japonesa.

Depende, normalmente você é bom naquilo que gosta muito, justamente pelo interesse de sempre ser melhor. Você pesquisa, estuda, coloca em pratica e absorve todo aquele conhecimento. Pode ser em futebol, judô, programação, biologia, medicina, música etc...

Agora, estão dispostos a pagar pelo resultado que você entrega com o seu conhecimento? Estão dispostos a pagar quanto? Será que esse conhecimento é útil para melhorar a vida de outra pessoa a fim de ela te pagar por isso ?

Conheço gente que trabalhou por 30 anos com contabilidade e gostava de medicina. Hoje, que chegou a hora de se aponsentar (a água bateu na bunda), percebeu que viveu a vida inteira em busca somente de dinheiro e a idade chegou e não pôde realizar o sonho de ser médico. A depressão bateu na porta, e o fim é bastante triste.

Nem sempre a busca somente por dinheiro vale a pena. O destino não é importante e sim contemplar o caminho. Óbvio que não estamos falando em pobreza extrema, quanto a isso faça o que for necesário e aí vale o que foi dito no post. Mas a minha visão nesse quesito é que às vezes é preciso manter sua saúde psicológica, sua felicidade e não somente ganhos.

Só concordo. Teremos muita filosofia e mimimi neste tópico, mas está claro que o pensamento inicial do autor não se refere aos extremos.

Isso se torna um tema muito amplo, pois várias coisas podem dar dinheiro, e isso depende muito das habilidades da pessoa. Se uma pessoa se dedicar ao que ama e ir além ao desenvolver habilidades sociais talvez consiga ter lucro com aquilo. Em algumas áreas que ja estão saturadas acaba dificultando as coisas, mas no final vai da pessoa desenvolver habilidades, tanto soft quanto hard skills.
E o tempo é outra coisa que deve ser levado em consideração também pois o tempo que se leva para pessoa adquirir habilidades e se tornar um "profissional mínimo viável" pode ser um pouco longo e quando ela estiver formada o mercado pode estar em outra tendencia.

Olha eu tenho uma visão parecida, por exemplo tô aqui com meus 18 anos, e estou trabalhando em uma sorveteria e estudando programação para ser programador, e ano passado trabalhei em um supermercado, eu gostei de trabalhar em supermercado e sorveteria? sim (tiver sorte de conhecer pessoas boas), mais não é o meu sonho, e foi trabalhando nesses trabalhos que não era meu sonho que eu consegui dinheiro para montar meu pc.

Eu penso no seguinte: eu me lasco agora para viver feliz depois

Pessoas podem dizer que dinheiro não trás felicidade, pra mim, só diz isso quem já nasceu com dinheiro ou em uma família com estabilidade financeira.

Antes eu programava pelo celular e criava apps pelo mesmo e era uma desgraça porque era quasse é quasse 2 minutos e meio para fazer build e não tinha previw da telas, sem autocomplete e formatar o código era na mão mesmo e depois que eu consegui montar meu pc eu me senti no paraíso com as facilidades que o Android Studio trás, e por que também agora eu consigo jogar jogos e usar ferramentas que só tem para pc

Então sim, dinheiro trás felicidade, e nem todo mundo tem condição de trabalhar no que gosta.

e as vezes quando tento explicar o pessoal não leva de uma boa forma.

É porque isso é a receita para burnout além de você misturar algumas coisas e passar algumas ideias erradas:

• "você nunca fará o que te da prazer na maiorias das vezes"

Embora seja mais comum em autistas, tdahs e esquizofrenia paranoide, as pessoas tem algo chamado "hiperfoco", quando o hiperfoco (ou também o que a pessoa ama fazer) é relacionado a algo que a sociedade considera produtivo (exemplo, programação, desenho técnico, agricultura, pedagogia, medicina, enfermagem...) é possível não só dá muito dinheiro, como é o que a pessoa ama, como a pessoa vai sentir prazer no que faz, e isso não é raro, só é pouco valorizado, por exemplo, minha filha tem um hiperfoco bem nítido em botânica, se eu fizer como a maioria dos pais, ela provavelmente vai fazer outra faculdade "por dinheiro", sendo que botânica pode pagar mais que medicina em valores líquidos, então não é que "você nunca fará o que te da prazer na maiorias das vezes" é que: seu hiperfoco está em uma atividade não comercializável (o que não é muito comum) ou é simplesmente ignorada (que geralmente é o que acontece)

• "Dinheiro traz felicidade, probreza sempre tristeza."

Isso é outra ideia errada que muita gente tem, dinheiro traz felicidade se trouxer liberdade financeira e localização e te permite fazer o que você ama, se pra ter dinheiro você precisa trabalhar 6x1 por exemplo, dificilmente irá ser feliz mesmo que ganhe muito dinheiro então antes de "se você for bom em algo que não gosta e dar dinheiro essa é a decisão certa" é preciso pensar: fazendo algo que eu não gosto, eu vou ter dinheiro (e tempo) para fazer o que eu gosto? Se e apenas se a resposta for sim é a resposta certa, se não não é, infelizmente a maioria das pessoas só percebe isso no final da vida, um brasileiro vive 76 anos, é muito pouco tempo pra correr atrás de papel pra pagar boleto, se as pessoas soubessem não trocariam momentos de verdadeira felicidade por dinheiro

• "mas se eu pudesse ficar vendo futebol e falar de historia o dia inteiro que é o que eu gosto de fazer eu faria"

E o último ponto, "faça o que você ama" não é sobre vícios e coisas momentâneas, ok, é divertido assistir um jogo de futebol? Para algumas pessoas sim, mas não é amor por futebol, é gostar da emoção que o jogo traz, passou o jogo acabou (e provavelmente o futebol poderia ser substituído por outras coisas), amar futebol é por exemplo ver (nesse caso de verdade) o futebol como uma arte e uma ciência e isso vai muito além de passar o dia assistindo futebol

Pra concluir, tanto "Não faça o que você ama, faça o que da dinheiro" quanto "Faça o que você ama" são duas frases claramente erradas, ambas podem destruir o psicológico e o físico de alguém, uma frase mais eficiente seria: "Faça o que você ama, se não der dinheiro, faça o que da dinheiro para você poder fazer o que ama" esse é o equilíbrio perfeito