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10 Dicas de Negócio para Devs que Querem Criar um SaaS ou Empreender

Contexto

Recentemente, tenho visto uma tendência forte de profissionais de tecnologia querendo escapar do padrão da CLT ou da prestação de serviços e querendo construir negócios de software para terem maior liberdade e reconhecimento financeiro.
Mas, infelizmente, pela especialização na área técnica, algumas vezes faltam insumos para tirar as ideias do papel em formato de negócio, que pare em pé e que sustentem esse sonho. Então, resolvi compartilhar algumas dicas com quem está passando por isso agora.
Essas dicas são baseadas em coisas que eu vejo que são travas para pessoas desenvolvedoras que pensam em ter seus próprios negócios.

Quem sou eu?

Meu nome é Thiago Fagundes, eu sou Head de Value Creation em uma grande empresa de SaaS chamada Superlógica e passei por diversas áreas de negócio em grandes empresas.
Além disso, eu escrevo uma Newsletter chamada Operando um SaaS que traz dicas e conteúdos técnicos sobre negócio para quem quer construir um negócio de software.
Eu nunca trabalhei como desenvolvedor, mas escrevo meus códigos por diversão ou para resolver problemas no trabalho há mais ou menos 13 anos. Então, conheço um pouquinho desse lado também.
Agora que vocês me conhecem um pouquinho, vamos às dicas.

Dicas

A ideia importa pouco, teste rápido e vá para cima

Muita gente acha que ter uma boa ideia de negócio é suficiente ou mesmo algo valioso. Mas, a grande verdade é que é praticamente impossível ter uma ideia 100% original. Se é uma ideia original demais e ninguém nunca fez, pode ser um forte sinal de que a ideia não é tão boa assim.
Eu já vi várias ideias ruins que foram bem executadas, melhoraram e se tornaram verdadeiros sucessos. Com trabalho duro é possível até educar mercados e tornar ideias fracas em negócios viáveis.
Não gaste muito tempo com a ideia. Teste ideias rapidamente conversando com clientes ou fazendo estratégias de backdoor e deixe os dados escolherem por você.

Ter concorrência é bom

Muita gente, quando vé um concorrente, desanima. Esse é um pensamento comum em quem quer construir um negócio inovador. Mas, na verdade, ter mais alguém construindo (ou até já estabelecido) em um mercado é um ótimo sinal. Principalmente se houverem empresas no mercado faturando e faturando bem.
Isso significa que existe um mercado e que se você conseguir pegar um pedacinho desse mercado, sendo levemente diferente ou atendendo melhor uma parte do público, conseguirá rentabilizar a ideia.
Construir um mercado do zero é MUITO difícil, ainda mais se você está construindo um negócio sem ajuda ($$$$$$) de fundos de VC. Se você é um empreendedor solo ou com uma equipe pequena, fuja das ideias mirabolantes.

Saia da caverna

Sinto muito mas você vai precisar falar com clientes. Ou no mínimo achar alguém que esteja disposto a falar por você.
Então, escolha um nicho ou público para atender com seu produto que você goste de interagir. Isso vai facilitar muito o processo.

Se não tiver uma dor pela qual os clientes paguem, não tem negócio

Quando o fundador do negócio tem perfil técnico, é muito comum que ele comece pela solução. Ou seja, comece pensando o negócio pelo quê ele quer fazer e não por qual dor ele gostaria de resolver com tecnologia.
Isso não impede que o negócio tenha sucesso, mas dificulta um pouco. Exige uma visão de negócios muito maior. Isso porque não adianta ter um produto super legal se ele não resolve uma dor e digo mais: uma dor pela qual os clientes estão dispostos a pagar.

Construa e eles - não - virão

Hoje em dia, você chuta uma lata e sai um produto novo. É muito difícil criar algo que chame atenção verdadeira e que crie um efeito viral.
Então, a verdade é que provavelmente você vai construir seu produto maravilhoso e zero pessoas chegarão até ele. Você vai precisar pensar no marketing e nas vendas. Canais de distribuição são até mais importantes do que um produto de altíssima qualidade.
Produto sem distribuição não dá negócio, distribuição com produto ruim dá. E eu já vi isso na prática algumas vezes. Tem gente que vende produto que nem existe.

Feito é melhor que perfeito. Faça um Mínimo Produto Vendável.

Sua primeira versão não precisa ser maravilhosa e nem precisa ser completa. Pense no desenvolvimento do seu produto com a lógica do Mínimo Produto Vendável.
O que é isso? É o mínimo produto que resolve uma dor e que alguém estaria disposto a tirar uma grana - por menor que seja - do bolso para pagar.

Na maior parte dos mercados, pouco importa a tecnologia

O dinheiro é cego. Ele não vê se o backend é uma planilha de sheets ou se a automação é um indiano (alô Amazon!). Na maior parte dos mercados, o cliente não está nem aí para qual stack você está usando ou o porquê. Se for a T3 stack ou Bubble, tanto faz. O cliente enxerga apenas a valor que seu produto entrega.

Evite o overengineering

Vai demorar MUITO pro seu produto sequer precisar se preocupar com escalabilidade. E sabe o que mais? Dá para construir negócios prósperos com infraestruturas extremamente frágeis. Você não precisa colocar coisa demais no seu produto se ele ainda não precisa. Isso só atrasa seu projeto, tira tempo de coisas verdadeiramente importantes e provavelmente te fará desanimar.

Nem sempre mais completo é melhor

Hoje em dia toda grande empresa quer virar um SuperApp. Além de megalomaníaca, essa ideia é muito difícil de tirar do papel e irrita os usuários. As plataformas estão ficando robustas demais e os clientes têm a impressão de que pagam um absurdo por coisas que não usam e que nunca irão usar.
Muitas vezes um excelente produto é aquele que resolve muito bem uma única dor, com uma ou poucas funcionalidades e que por ser simples pode cobrar um valor justo por isso. Ou seja, um grande diferencial para o seu negócio pode ser fazer MENOS que os concorrentes. É, isso mesmo. Loucura não?

Coce a sua própria coceira

Você sabia que na última turma da Y Combinator (maior aceleradora de startups do mundo) houve uma grande prevalência de Dev Tools? Esse tema está super em alta e é um mercado MUITO rentável. É um nicho adepto a tecnologia, disposto a pagar por soluções e que você pode acertar tanto no B2B quanto no B2C.
E não precisa ser necessariamente com SaaS. Você pode criar ferramentas e vender ou até mesmo cobrar pelo uso. Um exemplo super legal que quero deixar aqui é do desenvolvedor Zeno Rocha, que criou o tema de VSCode Dracula e faturou centenas de milhares de dólares.
Já pensou poder resolver uma dor sua e aproveitar isso para lucrar? Super legal né?

Por fim, aprenda a vender ou junte-se a alguém que saiba

Saber vender é uma habilidade que gera tração aos negócios e não há muito como escapar. Se você é como maioria dos devs e não gosta muito da ideia, ache logo um sócio que saiba ou que esteja disposto a vender.

E aí, gostou das dicas e quer aprofundar ainda mais nos conhecimentos de negócio que você precisará ter para crescer seu SaaS? Não se esquece de dar uma olhada na minha Newsletter.

Operando um SaaS

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Muito boa as dicas, recentemente eu lancei meu produto, um saas chamado Logaflow. Ele evoluiu bastante com a ajuda dos usuarios testers, algo também que eu fiz essa semana foi retirar o plano gratuito e disponibilizar um plano trial de 14 dias. É um teste que estou fazendo para aumentar a conversão.

Falando um pouco sobre sobre o Logaflow, ele é uma ferramenta de coleta de feedback, assim como o Canny, porém trazendo muito mais contextualização do que aconteceu com o usuário que enviou o feedback (seja ele uma idéia, um bug ou comentário).

Com contextualização eu quero dizer que o Logaflow, ele automaticamente captura um replay instantâneo de até 1 min das ultimas ações do usuário até o envio de feedback, além também de capturar informações de ambiente (browser, sistema operacional, dimensão do dispositivo do usuário), logs do console e requests feitas durante esse período.

Com isso o time de Produto e de Desenvolvimento vão poder usar o Logaflow, não só como uma ferramenta de feedbacl, mas também como uma ferramenta de debug. Onde por exemplo em caso de um bug reportado pelo usuário, o dev vai poder pular a etapa de ficar tentando replicar o que aconteceu com ele (essa é a etapa que na maioria das vezes acaba atrasando a task, afinal o usuário não sabe fornecer todas as informações que um dev precisa) e ja partiria para a solução do problema, entregando correções de bugs reportados pelos usuários de forma muito mais rápida.

Um dia eu vou conta aqui no Tabnews como foi o processo de criação dessa ferramenta, como foi sair da minha caverna de desenvolvedor.

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Nossa, a landing page de vocês está linda. Parece ser uma solução muito interessante, realmente. Compartilhe sim, eu particularmente adoro acompanhar esse tipo de caso!

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Muito bom o conteúdo.

Essa questão da concorrência que você falou é importante, e algumas vezes a gente acha que é concorrente, pois há serviços como Uber, 99app, iFood, que tem nas grandes cidades, porém em municípios menores, na faixa de 50 mil habitantes ou menos, esses serviços não operam. Isso fez com que foram surgindo serviços similares para esse público que ficou "desamparado" desses serviços.

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Muito pertinente esse tópico. Eu e alguns amigos da faculdade estamos pretendendo fazer isso que você fez. Por isso, foi bem pertinente ver esse tópico, mais ainda o comentário do codetunes também, que só fez enriquecer mais ainda o assunto!

Obrigado!

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