Uma visão do século XIX sobre o ano 2000
Em 1899 foi criada uma coleção de ilustrações imaginando como seriam as coisas no ano 2000. Os primeiros cinquenta cartões de papel foram produzidos por Jean-Marc Côté, destinados a serem colocados em caixas de cigarros e, posteriormente, enviados como cartões postais. Ao todo, pelo menos setenta e oito cartões foram feitos por Côté e outros artistas, embora o número exato não seja conhecido e algumas ilustrações ainda possam permanecer desconhecidas.
Quem encomendou essas ilustrações foi Armand Gervais, um fabricante francês de brinquedos em Lyon, que planejava exibi-las na Exposição Universal de 1900, que aconteceu de 14 de abril a 12 de novembro de 1900 em Paris, para celebrar as conquistas do século passado e acelerar o desenvolvimento para o próximo.
Entretanto, as ilustrações não foram apresentadas na exposição. Alguns conjuntos de cartões foram impressos por Gervais em 1899, mas ele morreu durante a produção. Durante o quarto de século seguinte, as cartas ficaram ociosas em sua extinta fábrica de brinquedos. Um antiquário comprou o arquivo, transferindo-o para sua própria cripta por mais cinquenta anos, até que o escritor canadense Christopher Hyde os encontrou em sua loja parisiense. Hyde, por sua vez, emprestou os cartões ao autor de ficção científica Isaac Asimov, que os republicou em 1986, acompanhados de comentários, no livro "Futuredays: A Nineteenth Century Vision of the Year 2000".
Exposição Universal de 1900, por La Librairie Illustrée, editeur, Wikimedia.
De certa forma, algumas ideias ilustradas foram concretizadas. Veja algumas que selecionei e que lembram coisas que existem hoje em dia:
Correspondência Cinema-Fono-Telegráfica, parecido com video-chamadas.
Ditando sua correspondência, uma funcionalidade que os teclado virtuais de celular possuem hoje em dia.
Aviação de longa distância, um "avião".
Um fazendeiro muito ocupado, com as máquinas de hoje em dia, temos algo similar à ilustração.
Esfregadora elétrica, podemos associar à um aspirador de pó comum, controlado por uma pessoa, mas hoje em dia já existem os inteligentes, que fazem o serviço sozinhos. Imagem obtida no Wikimedia.
As inovações foram desenhadas exibindo toda a sua complexidade, talvez para dar um certo charme ou então para tornar a ilustração auto-explicativa, enquanto que o que temos hoje em dia tem o seu lado externo mais simples, e a complexidade fica na parte interna, escondida dos olhares. Pense, se o ilustrator desenhasse um aspirador de pó inteligente como os que temos hoje, quem poderia deduzir que a máquina serviria para limpar a casa?
Agora, estão algumas ilustrações que são mais ousadas, que não fazem sentido ou que simplesmente "não chegamos lá ainda", a maioria envolvendo coisas embaixo d'água ou no ar:
Na escola.
Um último tipo de alfaiate, lembra impressoras 3D.
Guarda Hipopótamo.
Um jogo de croquet.
Um estranho engate.
O Fator Rural, hoje já existem empresas tentando fazer entregas com drones.
100 anos é realmente um período muito longo para fazer previsões. Há 100 anos mal existiam os carros, não existiam computadores pessoais, celulares, e nem Internet, e hoje todas essas tecnologias são fundamentais para a nossa sociedade.
Atualmente, a nossa imaginação está mais para criar coisas que funcionem sozinhas, como carros e caminhões autônomos, drones realizando entregas, máquinas que limpam a casa e levam objetos do ponto A para o ponto B etc., mas ainda temos algumas "fantasias" que já existiam há mais de 100 anos, como os famigerados carros voadores. O que percebi é que quase não pensamos em fazer "coisas debaixo d'água".
Visite o link da fonte para ver outras ilustrações.