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[PROIBIDO PARA SÊNIORS] Você é estudante ou papa-cursos? - Uma conversa franca sobre sua metodologia de estudos

O ano era 2011.

Estava na minha primeira investida universitária. No primeiro semestre, linguagem C. Pesado.

Eu, feliz por encontrar um exemplar de "C Completo e Total" em um sebo na Teodoro Sampaio (SP) por 20 reais, enquanto o exemplar novo e atualizado custava 10 vezes mais na Fnac do outro lado da rua.

Mas tinha um problema. Não havia milagre que fazia alguns daqueles códigos compilarem. E eu, inexperiente neste mundo da programação e em uma época em que youtubers, cursos e comunidades eram escassas (ou então eu era tão inexperiente que não sabia procurá-las), sucumbi com o livro.

Anos depois, descobri que o problema não era só eu, e sim o livro. Hoje, sabemos que "C Completo e Total" não era um dos melhores livros de C disponíveis no mercado. Uma pena: até hoje nutro um carinho estranho por aquele livro que foi o meu primeiro contato com a linguagem C.

Mas o meu princial erro não era as segmentation faults que pipocavam na minha tela a cada tentativa de compilação. Era o fato de eu ser um estudante que confiava piamente em uma única fonte.

Você já deve ter lido algum artigo, algum TCC na sua vida. Já deve ter visto a quantidade de fontes diferentes consumidas para se construir uma linha de pensamento. Não atoa existem normas da ABNT para organizar a exposição das diferentes fontes utilizadas nas pesquisas.

E este é o principal erro de estudantes iniciantes.

Confiar religiosamente em uma única fonte. Um único curso, um único livro, um único post do tabnews, um único prompt do gepeto.

Estudo e pesquisa baseiam-se na análise de diversas fontes, diversas linhas de pensamento, diversas formas de se resolver um problema. Algumas podem ser mais ou menos adequadas àquilo que você precisa. Umas podem ser até mesmo erradas (e informação errada é o que mais tem na internet de hoje). Mas cabe ao estudante estudar todas as informações que recebe.

ESTUDAR:
verbo transitivo e intransitivo

  1. Fazer o possível para aprender, conhecer ou compreender.

  2. Frequentar as aulas de um curso ou de uma escola; ser estudante (ex.: estudar medicina; deixou de estudar há cinco anos).

verbo transitivo
3. Analisar atentamente para compreender ou conhecer (ex.: estuda as obras de Eça de Queirós).

4. Pensar demoradamente sobre (ex.: teve de estudar uma solução alternativa). = MEDITAR, REFLETIR

  1. Decorar; memorizar (ex.: estudar as falas de uma peça de teatro).

6. Ensaiar previamente para ter uma noção do efeito.

verbo transitivo e pronominal
7. Observar ou observar-se atentamente (ex.: o coreógrafo estudava os bailarinos enquanto dançavam; o ator estudava-se ao espelho).

"estudar", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2024, https://dicionario.priberam.org/estudar.

Eu grifei propositalmente alguns significados do verbete "estudar". Reparem que eles estão relacionados com a reflexão, com a análise minunciosa, com a experimentação.

Ou seja, estudar é algo ativo.

É uma atividade praticada pelo estudante. Não é algo passivo, onde você apenas recebe informação, como quem assiste o jornal todas as noites.

Hoje, muito do que chamamos de estudo é assistir cursos e pedir respostas ao ChatGPT. Passividade pura. Nada a ver com o conceito de estudar, ir atrás do conhecimento, testar, experimentar, aferir, inferir, provar e refutar.

Para finalizar, deixo a pergunta: sua rotina de estudos tem sido passiva ou ativa? Você tem sido um estudante ou apenas um papa-cursos?

(Ps.: As boas faculdades têm em suas grades matérias como "Metodologia de pesquisa", onde se aprende, basicamente, o método científico e a forma de aplicá-lo aos estudos. Será que não é isso que está faltando aos estudantes de programação de hoje, que alegam não precisar de faculdade e que podem aprender tudo o que precisa assistindo cursos?)

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Veja mais em https://www.tabnews.com.br/maniero/e22a2800-6080-4ce3-881a-5ca936d63f27.

Eu acho engraçado as pessoas que falam "além de estudar precisa praticar" :D

O que mais falta nas pessoas é não pular partes importantes, elas querem o resultado, por isso dá tudo errado. Outra coisa é acreditar em uma só fonte. Ou fontes que só validam aquela. Isso é anticientífico.

Quantas pessoas aqui vão no dicionário sempre que vê uma palavra que ela não sabe perfeitamente o seu significado?

Quando eu falo do ciclo: aprende errado, treina-o, recebe validação, ensina errado, briga pelo erro; é para tudo na vida.

Ajudei? Era o meu desejo.


Farei algo que muitos pedem para aprender a programar corretamente, gratuitamente (não vendo nada, é retribuição na minha aposentadoria) (links aqui).

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A gente só sabe que uma fonte é ruim quando procura outras fontes e compara resultados diferentes. Isso serve pra respostas de IAs, pra livros e pra tudo mais. Ainda mais na internet formada por câmaras de eco, como é hoje.

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Concordo com o que vc disse, cara de inicio eu diria pra assistir aulas na velocidade normal, tentar compreender é melhor do que avançar freneticamente, pra depois lá na frente ficar batendo cabeça, não faça volume de livros e videoaulas assistidas simplesmente por fazer, as vezes é necessário assistir mais de uma vez ou ler mais de uma vez pra conseguir entender o conceito, dificilmente um conceito dificil entra na cabeça com uma simples batida de olho, se vc consegue, vc pode ser o prox Einstein kkkkkk

é necessário ler e reler, é chato, mas a repeticao eh que vai fazer com q isso comece a ser normal e assim no dia a dia começa a ser o novo comum ...

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Eu gosto do aprendizado cíclico: vc lê (ou assiste o curso), aplica, erra, lê novamente, procura outra fonte, cruza informações, aplica novamente...

Não tem segredo e nem caminho fácil pro sucesso.

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O bom exemplo mesmo é o TCC, ele é a prova que uma fonte de estudo não é confiável. Eu vejo que hoje é mais motivador estudar programação pois tem N cursos de diversas modalidades. Na época que eu comecei a programar nem imaginava que iria seguir nessa área, eu pensava mais em seguir na aérea de infra. Mas hoje tem N cursos simplificando mais o conteúdo. Não faz mais sentido comprar tantos livros já que não são hoje a principal fonte de conhecimento.
Enfim assino em baixo do que você falou no seu post.

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Acredito que livros são para assuntos mais duradouros. Uma release do Python dura um ano? Menos? SOLID ou Clean Architeture costumam durar bem mais que isso.

Embora existam excelentes livros sobre linguagems hoje, não sei se faz tanto sentido compra-los.

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Estudar matemática (e portanto computação), como bem apontado pelo Maniero, mas não detalhado, é essencialmente prático. Isso explica a importância de um curso de cálculo na formação de futuros profissionais. Veja bem, eu sou um programador bem hardcore, trabalho com coisas extremamente complexas, mas acho que nunca precisei resolver uma integral 'profissionalmente'.

A relevância deste curso está na prática que ele obriga os estudantes a terem com seus estudos. A teoria por trás das integrais é absurdamente simples, e compreensível após uma simples leitura atenta. Contudo, na hora da aplicação, é completamente comum falhar. É como levantar peso na academia: a teoria é simples, mas só se obtém sucesso com treino diário. Com matemática acontece o mesmo: você entende a teoria, sabe exatamente o que fazer, mas só vai resolver problemas díficeis (pesados) com sucesso após muitas tentativas e prática. A analogia com a academia não é coincidência: assim como na academia de ginástica, nas universidades não vamos deveriamos ir para aprender, mas essencialmente para praticar!

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E hoje as pessoas tem um medo terrível de falhar, vide alguns posts aqui no tabnews, no sentido "que profissao/linguagem/faculdade eu escolho?", ou "o que eu faço da minha vida".

As pessoas têm medo até de mensagem de erro no console. Um livro ou um curso costuma dar o caminho perfeito das pedras. Mas o que acontece se mudarmos uma entrada que seja?

Se tá funcionando, não mexe? Será que a solução é essa mesmo?

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dificil usar livros antigos e comprar em sebos da vida, ,porque até mesmo o c sofre atualizações e as vezes por mais q o codigo rode, as vezes vc ta aprendendo coisa que já está ultrapassada, uma boa dica é se vc já tem coisa antiga de qualquer linguagem e travar na compilacao joga o codigo no gpt e pede pra ele atualizar , e explicar tbm, que ele vai possivelmente te mostrar a forma que vai estar mais atual e compilar, cometi esse erro com php,

ps: tem muito livro bom q da pra encontrar na z-library ou em torrents da vida...

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Como disse em um comentário aqui mesmo, livros para linguagem estão perdendo cada vez mais o sentido. As releases das linguagens acontecem em períodos curtos e ninguem vai ficar editando/comprando livroa duas vezes por ano.

Para assuntos mais duradouros, como padrões ou parte teórica (como algoritmos), bons livros ainda são fontes bem confiáveis.