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O que as aulas de música me ensinaram sobre alunos de programação

Lecionei música na igreja onde frequento por 10 anos. E presenciei situações comuns entre programadores e bastante discutidas aqui no tabnews.

Na igreja, a regra que tínhamos era: primeiro ensinar a teoria musical (notas, compassos, solfejo, partiruras, etc.) e só então o aluno poderia praticar com o instrumento.

Funcionava, às vezes. Alguns alunos se interessavam em entender a teoria, mas outros eram inquietos e passavam pelas aulas teóricas como quem cumpre uma pena.

Não era raro ver alunos desanimando dos estudos por achar o método burocrático. Não eram, em todos os casos, pessoas sem aptidão. Apenas o método não atendiam todos os perfis.

Esses dois perfis de estudantes que presenciei podem ser vistos em qualquer área: alguns preferem começar pela prática, ou pelo conhecimento superficial; enquanto outros preferem entender primeiro as minuncias.

E no mundo da programação não é diferente. Já vi colegas entretidos com as minuncias da linguagem C e dos assemblers, e tambem já vi colegas desistindo da programação por não conseguir vislumbrar aplicações práticas para linguagem C.

Eu mesmo tive C como a minha primeira linguagem, e fui um desses, que desanimou ao não conseguir ligar "a teoria do C" com a "mundo pratico" que acontecia no navegador.

Hoje eu sei que sou do grupo que prefere aprender "de cima pra baixo": entender o superficial, o prático, e então descer para o teórico, para as minuncias. Entender primeiramente "onde se aplica", para entender depois "como se aplica".

Vejo muita discussão sobre qual é a melhor linguagem para iniciar o aprendizado. Acho que se conhecer, sabendo se você é do tipo que aprende "de cima pra baixo", ou "debaixo pra cima", pode ser um caminho.

Óbvio que precisamos entender que, por mais que você comece pela superfície, será necessario, em algum momento, ir a fundo e entender os porquês das coisas. Assim como para os que "gostam do fundo do mar", é necessário entender que, no dia a dia, não se reiventa a roda e as ferramentas estão ai pra simplificar, ganhar tempo e reduzir custos.

E você? E do tipo que aprende "debaixo pra cima" ou "de cima pra baixo"?

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Olha, antes eu não tinha idéia desta decisão e focava em aprender tudo o máximo que eu puder, seja de baixo pra cima, tipo C e depois Java e depois Python, e depois de cima pra baixo, tipo Filas, depois Arrays, depois ponteiros...

Porém depois passei a enxergar que a melhor visão depende do seu contexto atual.

Então, eu sempre busco me adaptar ao meu cenário atual, é isso!

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Também fiz aulas de música (não na igreja, mas enfim) num modelo que eu acho melhor pra mim, que é justamente o mix.
Eu tinha uma aula prática e uma teórica por semana. É a forma que eu acho mais eficiente, justamente pq apenas praticar sem saber pq "assim funciona e assado não" faz você demorar a pegar o jeito da coisa, e talvez nunca pegue.
Mas apenas teorizar sem nunca meter a mão na massa, faz a parada ficar chata além do conteúdo não fixar, afinal, o papel aceita tudo, é na prática que tu prova se aquilo funciona mesmo ou não.

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