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Isso é verdade? Em comparação a que? É mais do que outras?

Defina hater. Porque algumas palavras começam a ser usadas sem o sentido original, a pessoa pode ter uma definição própria, às vezes compartilhadas por outras pessoas, mas que não tem relação com o significado original. Por exemplo, tóxico, perdeu o sentido, as pessoas usam para ambientes que tem um posicionamento diferente do que elas desejam.

Então hater é o que? É falar mal por falar mal? Ou hater é demonstrar que a linguagem tem defeitos e aí a pessoa que é fanboy vai dizer que isso é hater.

Independente de qual seja o caso, com razão ou não, só atrai detratores o que é popular. E aí começamos parte da explicação.

Por exemplo, há 15 ou 20 anos atrás eu falava de Python. Era praticamente uma voz isolada. "Ninguém" queria usar, todo mundo falava que não ia mexer nesse negócio estranho que ninguém quer. Mesmo eu mostrando que ela tinha umas coisas interessantes, que servia para alguns trabalhos específicos, que tinha suas inteligências, que era bem útil para diversos cenários, as pessoas negavam. Essas pessoas eram haters?

Aconteceu uma espiral positiva e as pessoas começaram a gostar da linguagem, houve uma onda que foi determinando que ela era boa. Veja bem, a linguagem não mudou praticamente nada. Mas agora o bobão aqui passou a estar certo. Sim, eu sou um marketeiro incompetente. Não é o foco aqui e não vou entrar em detalhes.

As pessoas fizeram o que é muito comum, passaram a adotar a ferramenta para tudo o que viam pela frente, mesmo que ela não fosse a ferramenta ideal para aqueles casos. Claro, em boa parte meio que tanto faz qual é a ferramenta, algum resultado consegue, mesmo que ruim, mesmo que o usuário sofra um pouco, ele consegue usar, mesmo que poderia ser melhor, ou que dá um trabalho aqui ou ali que não daria com outra coisa, e que tem ineficiências "aceitáveis".

Então eu comecei a falar para as pessoas que elas usam para coisas erradas, que ela não é boa para tudo. Virei hater dela?

Linguagens assim tendem a atrair pessoas pouco comprometidas com a programação. Não todas, mas muitas. E até faz parte mesmo. Python é ótima quando o Excel não está dando conta do problema. Nenhum problema nisso. Problema é quando começam a usar para muito além disso. Mas não dá para negar que ela é mais usada por pessoas inexperientes do que por experientes. Algumas pessoas não são e nunca serão desenvolvedoras de software. E tudo bem. É ser hater reconhecer isso?

Note que eu não mudei nada minha percepção da linguagem, só mudei um pouco o discurso porque o mercado que não a aceitava, agora a glorifica, o que eu acho que estavam errados antes e estão agora. Deveria haver um pouco mais de bom senso. E nada disso desmerece a linguagem.

Vez ou outra eu faço análises da linguagem e acho alguns problemas. Quanto mais uso, mais acho defeitos. Normal, acontece com todas as linguagens. Algumas mais que outras, mas em todas tem bastante defeito. Eu os aponto, porque é importante saber disso. Assim como falo das qualidades. Todas as linguagens mais conhecidas são assim. Nenhuma é só qualidade ou só defeito. Isso é ser hater?

Inclusive eu falo que a pessoa pode usar o que quiser para qualquer coisa, só não pode dizer que é a melhor coisa do ponto de vista de engenharia. Quer dizer, até pode dizer, mas ela será julgada por isso. A pessoa pode usar algo só por gosto. De certa forma eu faço escolhas por gosto. É horrível usar algo que não gosta. Claro que eu evito, mas não garanto, usar algo ruim para uma certa tarefa. Por sorte hoje tem várias coisas que servem bem para muitos cenários. E existem casos que precisa usar por razões políticas e não técnicas. Tem caso que deve analisar o custo ou o prazo.

Eu não acho errado que as pessoas usem Python para várias coisas, desde que faça sentido, mas meu caso não costuma encaixar bem em grande parte dos cenários. Se vou para um lado tem uma ferramenta, se vou para outro tem outra. Tem caso que Python poderia ser uma opção, mas as outras que eu costumo usar mais também encaixam e podem ser melhores. Então no empate aproximado, eu prefiro algo que uso com mais frequência. Sou hater?

Se você se desmotivou porque alguém falou mal dela, vai se motivar com o que? Realmente gosta disso? Vai procurar outra? Também tem quem fale mal. Vai se desmotivar com todas?

Se isso for importante para você terá que fazer uma análise minuciosa, extremamente trabalhosa e cansativa, com muito cuidado e afinco para se esmerar em cada detalhe, olhar todos os pontos de vista. Tem linguagens que têm menos "haters" do que outras. Tem linguagens que tem mais haters reais, ou seja, tem pessoas que falam de algo que não entendem, só querem ser detratoras, a qualquer custo, mesmo sem base alguma do que falam. Se você não tiver muito boa experiência com computação, terá dificuldade para avaliar quem está falando algo verdadeiro e quem está mentindo, às vezes nem intencionalmente. E terá que aceitar as palavras que soem melhor aos seus ouvidos. Não é uma forma muito científica de escolher algo, mas pode ser a única que tem.

Decidir baseado em percepções, muitas vezes bem limitadas, definitivamente não é algo bom, então se não quiser depender da opinião dos outros, que podem ser reais ou não, que podem ser piores do que as que você tem, vai ter que trabalhar muito. Se quiser o jeito fácil então espere alguém escrever o que você gostaria de ouvir.

Se tivesse colocado as questões que falam da linguagem você poderia perguntar se é verdade. Aí seria uma postagem bem mais interessante e útil para muita gente. Ainda receberia informações de haters, de fanboys, de pessoas com conhecimento e experiência, outras nem tanto, cada um com seu viés e interesse, mas seria algo mais objetivo, e isso seria mais produtivo.

O mercado exige qualificação. Algumas empresas exigem experiência de sênior, outras não. Algumas sabem o que é isso, outras não. Algumas pessoas não entendem o processo, o mercado, ou só não estão preparadas. Não é fácil e precisa de muita dedicação para alcançar o que pedem. Não adianta reclamar de quem vai contratar, eles são os clientes e você o fornecedor, ou você dá um jeito de fornecer o que eles querem ou ficará só reclamando, sem nada mudar. Nem entidade filantrópica vai contratar alguém sem qualificação adequada por dó. (em momentos muito aquecidos isso até acontece um pouco, mas só um pouco, a barra baixa, mas não tanto assim).

Não existe conhecimento de sênior, existe experiência. Sênior não é o mesmo que conhecimento avançado, assim como júnior não é conhecimento básico. A maioria das pessoas têm dificuldade no mercado porque falta conhecimento básico. Algumas até tem algum conhecimento mais avançado, mas pulam o básico, e isso não é sustentável. Mas muita gente faz isso.

Escolha seu caminho e aceite as consequências. Se estiver dando errado, mude de rumo. Atitude é muito importante. Ela definirá mais que qualquer outra coisa se vai se dar bem ou não, até porque ela será responsável por conquistar o que precisa. A maioria das pessoas patinam na vida por causa da atitude errada.

Ah, antes de terminar quero dizer que minha percepção é que Python tem absurdamente mais fanboys do que haters, não importa por qual definição. E isso é meio a norma, se algo tiver mais hater que fanboy acaba sucumbindo, a não ser que tenha alguma forma de monopólio, verdadeiro ou só de percepção.

Faz sentido para você?

Espero ter ajudado.


Farei algo que muitos pedem para aprender a programar corretamente, gratuitamente. Para saber quando, me segue nas suas plataformas preferidas. Quase não as uso, não terá infindas notificações (links aqui).

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O termo que você usou "detrator" acredito que se encaixa perfeitamente, e o ponto que não deve ter ficado claro, é que para alguém que está iniciando especificamente no ramo da programação, se depara com muitas possibilidades e quando encontra uma nesse mar vasto, aparecem os "detratores".

Achei muito bem colocado a questão da critica e da usuabilidade da linguagem pra certas e outras coisas, tenho total consciência, que leva um bom tempo para aprender de fato uma linguagem. A insegurança que creio que muitos iniciantes tem, é ter um foco errado ou "aprender" da forma errada, obviamente isso é subjetivo, assim como a leitura na minha opinião se o livro está chato, troca e vai pro próximo, mas como leigo não sei exatamente se isso se aplica a programação, já que você pode se dar conta que passou 1 ou mais "anos" e você pulou de tecnologia em tecnologia e não conseguiu nenhum conhecimento sólido em nada.

E sim quando se tem autoridade em um assunto como aparentemente você tem, fica facil separar as lacunas e dar nomes aos "bois", mas acredito que a principal dúvida dos iniciantes, não é em como estudar ou como se preparar pro mercado de trabalho, e sim, no que "focar" os esforços.

Como tudo na vida tem pessoas que acertam de primeira, e outras que morrem sem descobrir qual era o ponto certo de partida, creio que essa dúvida todos tem, para qualquer âmbito profissional. Mais ainda para quem começou a estudar programação, que é um vasto mercado.

A pergunta é, python é realmente uma boa base para começar na area de programação? Pra pessoas que querem de fato ingressar no mercado de trabalho?

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Eu acho que não. Respondi inúmeras vezes. E muitas vezes eu lembro de avisar que eu tenho a experiência e foco em ajudar desenvolvedores de software de primeira linha. E elas precisam de uma base muito boa, não podem pegar atalhos, não podem ir pelo caminho que parece mais fácil, porque isso vai cobrar um preço. Mas nem todo mundo quer isso, e não precisa querer o mesmo. Eu não sei ajudar quem quer outro caminho.

Minha experiência indica que Python não é uma boa linguagem para dar uma boa base para um desenvolvedor de software. Ela até serve, mas tem limitações. Mais ainda, ela é mais agradável, mas isso traz a questão da atitude. Se a pessoa precisa de algo agradável para aprender, tenho dó quando ela pegar a dificuldade que é a área depois. Eu prefiro desestimular alguém assim do que enganar e fazer parecer que é fácil. Tem que começar por algo difícil mesmo. Não é absurdamente difícil, mas o que mostra se a pessoa tem vocação para aquilo ou não. E raramente a pessoa começa por cima e depois "arruma tempo" para voltar aprender o que está embaixo, que é o alicerce. Quem começa sem alicerce tem uma casa que está sempre próxima de desmoronar. Então ela se limita. E depois reclama que o mercado não tem tanta vaga, que não paga tão bem quanto diziam.

Por isso que eu recomendo a pessoa começar com C. Ela dá a base. Mas precisa aprender de forma apropriada. Precisa usá-la para entender a computação. Não é para trabalhar com ela. Não espere conseguir um emprego depois de aprendê-la, e nem que vá aprender o suficiente para isso. Não é para dominá-la, é só ferramenta real para aplicar o aprendizado de computação. Tem que vir acompanhado de todos os conceitos. Não é para treinar a ferramenta, ou para decorar receitas de bolo, é para aprender de verdade.

Eu sei que a maioria não quer isso. Eu sei que algumas pessoas não podem se dar ao luxo de aprender algo que não dará emprego imediato. Lamento por essas pessoas, elas terão sua formação deficiente. E espero que elas possam corrigir isso, mesmo que raramente aconteça.

Python é um belo de um atalho. JavaScript talvez melhor, do ponto de vista da facilidade de vagas. Mas nada disso é bom para formar a pessoa. A pessoa escolhe o que quer e o que pode. E como eu disse antes, depois arca com as consequências. Se ela tiver outro objetivo de vida, pode ser ótima. Eu não vou falar para um engenheiro ou um administrador, ou até mesmo um sysadmin aprender C.

Só reforço que desenvolver softwares não é saber ferramentas, é muito mais complexo que isso. Solucionar problemas não pode ser resumido a uma linguagem de programação.

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Muito obrigado pelo tempo e por esclarecer de fato, acho que captei a essência do que você quis passar. A linguagem não é tão importante e sim os fundamentos por trás. Vou começar a estudar C para abranger essa base, é exatamente isso que eu quero, autonomia como desenvolvedor.