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Ninguém sabe

Vamos lá mais uma vez:

Ninguém sabe o que são esses títulos. Eles não servem para muita coisa porque cada um tem uma maneira de ver. Em geral são usados para diferenciar salários.

Alguns usam tempo de experiência, outros usam qualidade, e pode variar de lugar para lugar, então é melhor falar em tempo ou no que a precisa ter domínio, em vez de dizer um título que ninguém sabe oque é.

Esta é uma falha do setor como um todo, que começou a ser usado errado pelo RH, e as pessoas compraram essa ideia errada, como tantas outras.

Entenda que esse é o estado na nossa área, as pessoas se apegam a coisas sem valor concreto algum, não só nisso mas em vários assuntos, é muito comum pegar as pessoas adotando algo como modinha (moda não é algo passageiro, mas sim algo que as pessoas somente usam porque outras pessoas usam).

Se você não tem experiência, seja ela qual for, você é estudante, estagiário ou trainee (um termo que se usava muito e por alguma razão ele se perdeu).

Eu entendo que as pessoas usam os termos, ou para dizer que a pessoa é iniciante, intermediário ou experiente, por isso o intermediário (pleno) é menos usado, porque as pessoas tendem a simplificar e querer saber só do iniciante e experiente; ou para se impor como algo que ela pode não ser, quando ela siz que é sênior. Diversas pessoas com título de sênior não são experientes o suficiente, e falham muitas vezes em coisas básicas. Eu não gosto de me classificar como sênior, apesar de 40 anos na área, porque eu não me dou bem com absolutamente tudo (não sei se estou sendo muito exigente). Eu já recebi título de master (vem depois do sênior, mas poucos usam) em um emprego quando eu estava começando minha carreira, então ignore essas coisas.

Para mim um júnior precisa ter entendimento matemático completo (o que inclui bem a lógica), boa interpretação e capacidade de produzir textos coerentes (inclui capacidade de seguir instruções), conhecer o básico da ciência, o que é a carreira, a profissão, além de entender como um computador funciona superficialmente, álgebra booleana, os termos mais importantes corretamente, os principais conceitos, mecanismos, técnicas, saber o que é e como opera bem as ferramentas principais de uso (compilador, debugger, todos os aspectos de uma linguagem, etc.), entender o básico de algoritmos e estruturas de dados, alguma coisa de infra, provavelmente um pouco de banco de dados, etc.

Mas eu tirei isso de onde? Da minha experiência. Outras pessoas tiram de outros lugares e obtêm resultados diferentes. Por isso não tem muito como determinar.

Eu não gosto das definições mais usadas. Menos ainda porque parecem ser as mais certas só por serem as mais copiadas.

Eu sei que tudo isso que eu digo não vai adiantar nada, se a pessoa passou bom tempo recebendo essas informações, outras pessoas continuam usando, ela se sente na obrigação de repetir isso, o que me faz pensar que ela estão um pouco longe de ser sênior, que não deveria ceder a pressões sociais, de ter vieses porque algo é popular.

Isso ajuda entender um pouco o que é ser sênior. E por isso muitas pessoas com muita experiência não é. As pessoas vão adquirindo entendimento do que importa de verdade. O que realmente tem valor, ela escolhe o que ajuda e ignora o que não traz nada de bom.

Então que tal se preparar e não se preocupar com títulos? Não é isso que importa? Não é o título que fará você entregar algo melhor, é o que sabe e como faz. É capacidade de aprender com os erros, de melhorar, de aprender coisas novas, de não precisar de supervisão, de achar por conta própria o que precisa, de estruturar seus estudos e carreira.

Se quer se apegar a algum título, espere alguém dizer o que você é, aí fale que é, porque alguém deu o aval. Qualquer pessoa que entende a dinâmica da carreira sabe que isso não tem relevância, e vai impressionar os outros.

Faz sentido para você?

Espero ter ajudado.

Farei algo que muitos pedem para aprender a programar corretamente, gratuitamente. Para saber quando, me segue nas suas plataformas preferidas. Quase não as uso, não terá infindas notificações (links aqui).

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Muito bom cabeçalho e concordo em larga medida.

Não tem como saber

Acrescentando à excelente resposta, cada empresa tem um nível de exigência e profundidade técnica, então que é sênior numa Start-up brasileira pode ser júnior no Google e tudo bem. Isso não importa tanto no final.

Para piorar, considerando o nível geral de conhecimento e experiência, tanto meu próprio quando o exigido pelo mercado, me considero Plênior. Ou seja, acho que já sei mais do que a maioria dos classificados como pleno mas ainda não tenho a casca grossa e as cicatrizes dos reconhecidos seniores

Acrescento o que faço na minha vida

Eu não coloco no meu perfil meu alegado nível e deixo que a empresa na qual estou trabalhando me ranqueie de acordo com os próprios critérios. Faço o mesmo durante recrutamentos e seleções.

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Acho que na verdade a maioria dessas questões surgem no inicio (meu caso) bate essa insegurança de saber se sou um "junior" ou não !? Quando vou ser ? Como fazer pra ser?
Seu texto esclarece bem o que um profissional experiente geralmente espera encontrar em um Jr., essa pressão e necessidade de se enfiar em uma caixa pra se vender no mercado acho que gera essa preocupação maior de ser algo do que muita das vezes saber fazer algo...