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Não tem muito como ser diferente de ler, reler, e consumir outras formas, e escrever algumas partes para fixar. Algumas pessoas dizem que dá mais resultado escrever no papel que digital. Eu acho que varia de pessoa para pessoa, por isso cada um tem que achar seu jeito. E é claro que o estudo sempre envolve a prática. Algumas pessoas acham que precisam falar na prática porque acham que estudo é só consumir, não acho que isso faça sentido. Leitura é diferente de estudo.

O que eu acho que falta muito nos estudos é a reflexão. É o questionamento, é pensar sobre o'que acabou de aprender, é ver se faz sentido mesmo, procurar outras fontes, é buscar as implicações daquilo, as exceções, os contextos, o que pode dar errado, é antecipar a visão usando isso de forma real e no que pode beneficiar onde já usa, ver a aplicação, entender bem as motivações e justificativas. Sem isso não é aprendizado, é adestramento.

Também ajuda muito debater com outras pessoas. Especialmente se essas outras pessoas são boas naquilo. Cuidado com os charlatões.

Isto é um bobagem:

Pirâmide de Glasser

Não tem nada que comprove isso, pelo contrário. E só uma pessoa ingênua acredita que é assim. Justamente por isso que se divulga muito isso na internet. Essas porcentagens são completamente chutadas (acha que as coisas são tão lineares assim?) a ordem não tem nada que corrobora, até mesmo que seja uma pirâmide (de William Glasser). Então serve para gerar engajamento, mas não para mostrar para alguém como aprender, até porque cada pessoa é diferente e precisaria de uma pirâmide para cada um. Mas serve para dar uma base interessante. Não está errado que múltiplas atividades são úteis para fixar melhor.

É claro que precisa fazer certo. Por exemplo, algumas pessoas falam para ter um blog, ensinar os outros. Já discutimos aqui e já tivemos ótimas respostas, principalmente, que eu me lembro, do kht, que mostra que isso é uma falácia, afinal, ensinar errado aos outros é ruim para você e para os outros. Não quer dizer que não deva fazer isso, mas sempre pedindo para criticarem o que você faz, a não ser que já domine muito aquilo, e nunca acredite que está certo. Mas tem que fazer isso de verdade. Se você ensinar errado, treinará errado, e dará o início errado para outro treinar esse erro.

Nunca treine o erro

Não tenha compromisso com ele.

Então tem que entender  como funciona. Ótimo querer ensinar os outros, mas isso é o gatilho para você aprender melhor. Não é ensinar qualquer coisa. É mentira que todo mundo tem alguma coisa para ensinar alguém. Até tem, mas errado ou obviedade não tem valor.

Tem que ir procurando por detalhes que vão te ajudando e o que é perda de tempo. Em alguns (ou muitos) casos precisa de ajuda profissional nisso.

Pessoas com pouca disciplina não conseguirão fazer igual aos disciplinados. Pessoas com ansiedade terão que criar uma técnica que funcione para ela, além de talvez fazer tratamento. Se for TDAH então... Só estou citando alguns dos muitos exemplos de como dicas genéricas não funcionam. Não estou nem pegando as pessoas que têm atraso intelectual.

Algumas técnicas são placebos. Por isso se te serve, ótimo. Algumas pessoas são mais suscetíveis do que outras.

Voltando ao início, existem cada vez mais estudos mostrando que as tecnologias estão emburrecendo as pessoas, e a IA fará o estrago definitivo. Não é minha opinião. Sim, estudos nem sempre provam alguma coisa, principalmente em saúde (estimam em 85%) nem são verdadeiros (excluindo a má fé e o que só um leigo - imprensa - interprete errado, até por simplificação), por isso precisamos aprender sobre ciência para tudo na vida, assim não seremos completos idiotas manipulados pelos outros, e podemos ter só um pouco idiotas que não tem o que fazer para sair disso. Mas tem vários estudos, alguns indiscutíveis, porque mostra inequivocamente o que aconteceu no passado, mesmo que não comprove toda a causa, que indicam essa deterioração cognitiva do ser humano.

Estou dizendo com isso que a tecnologia te atrasa quando se trata de estudos (diferente de dar acesso mais fácil à informação e alguma forma de organização), ela compromete seu aprendizado, até porque facilita. O aprendizado envolve dor (em geral em pequeno grau e pode vir com prazer ao mesmo tempo). A tecnologia causa uma falsa impressão de evolução que amolece a pessoa (nem todos caem nessa armadilha, por isso vê pessoas que parecem gênios e te causa admiração/inveja).

Por fim, quando você começa a aprender bem, tende a aprender melhor depois. Quem tem lógica tende a aprender melhor. Quem tem disciplina costuma ter mais facilidade. E quem tem serenidade costuma ter algumas vantagens. A experiência ajuda muito. Desde que ela não seja o erro (não confundir com aprender com os próprios, e erros dos outros). Errar é uma técnica válida e importante. Insistir no erro, não.

Eu dei um exemplo de como estudar em um ponto bem específico.

Faz sentido para você?

Espero ter ajudado.


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Poderia dar a referência de onde você viu que 85% dos estudos em saúde não são verdadeiros ?
E também que tipo de estudo seriam esses ?

Só curiosidade mesmo. Grato.

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Eu não tenho aqui, faz tempo que vi em algum lugar, mas foi de alguém que trabalha com isso. Isso é válido para os de saúde, e é estimativa de pessoas que trabalham na área, não tem um dado oficial que diz isso. E se atente que isso não é falsificação, é que são feitos em bases fracas, tanto que eles não são publicados nas instituições mais renomadas da área. Faz parte do método científico que muitas coisas falharão. Boa parte dos estudos desmentem outros em algum ponto. É assim que funciona, se chega em uma "verdade" sempre questionando tudo. E os de saúde são bastante suscetíveis a erros, provavelmente só perdendo para os de pseudociência. São raros os estudos que apresentam provas incontestes. Lembrando que se publicam milhões de estudos por ano. A questão toda é: estudo não prova nada, eles ajudam entender algo, mostra que algumas pessoas concluiram algo, mas não tome como verdade absoluta, eles tendem ser mais confiáveis que achismos, mas podem errar também. Estou até contradizendo o que eu falei: tem estudos, mas só por causa disso não é garantia do que foi dito lá, não confie em tudo.

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Entendi, como você jogou um percentual, pensei que você poderia ter algum estudo específico sobre isso. Aí fiquei curioso para ver quais os critérios da pesquisa para definir o que seria um artigo "errado/falso".

Me ligo que é de se esperar que haja falhas e erros em estudos científicos, porém o percentual me deixou intrigado com o método, visto que definir um artigo "errado/falso" a rigor seria bastante complexo (Afinal não dá pra sair reproduzindo tudo rsrs).

Valeu a resposta.

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É um número que eu vi profisssionais de saúde usarem. Se eles erraram, é com eles. Pode acontecer. Em física o percetual deve ser muito menor. Em computação... huuumm :D

Estritamente falando, o falso é aquele que outro estudo mostra que é.

E se for olhar todos os estudos, deve ser isso mesmo. Provavelmente a maioria dos estudos refutam os anteriores pelo menos em partes. Alguns confirmam e dão mais solidez, ainda que não de 100%.