Alto Valor: A Jornada para o Sucesso no Mercado de Luxo
Como programador desde 1990 e prototipador de dispositivos tecnológicos novos para incubadoras de tecnologia em universidades federais, tenho visto que os negócios em tecnologia estão cada vez mais desafiadores. Não tecnicamente, mas porque as pessoas não técnicas que gerenciam um negócio não entendem de tecnologia. São pessoas que, apesar de utilizarem muito tecnologia, não compreendem o que há por trás dela. E por isso fazem pedidos absurdos, com prazos absurdos e exigem conhecimentos absurdos.
Para lidar com isso, fui levado a estudar psicologia, até o ponto em que realmente fiz um curso de psicoterapeuta e li alguns livros de nível universitário sobre psicologia. Isso me ajudou a entender melhor o que eu poderia fazer e como me comportar para atender melhor esses clientes não técnicos que querem tecnologia e não sabem como a realidade funciona. No entanto, ao fazer isso, acabei me afastando das pessoas, apesar de conhecê-las melhor, porque percebi que muita coisa na psicologia humana é mimo, ignorância ou pensar apenas em si mesmo.
Comecei a perceber que atender todos os clientes ou um monte deles não era uma coisa boa, pois muitos deles, devido a ter essas características negativas, traziam consigo alguma forma de prejuízo para mim, como perda de tempo, retrabalho etc. Então eu comecei a filtrar esses clientes e ficar apenas com os melhores nos quesitos de psicologia, pessoas que tinham consciência pelo menos do esforço do outro, davam valor ao trabalho do outro, priorizavam qualidade etc.
Para começar a filtrar os clientes, tive que ter contato presencial com eles, porque digitalmente é mais difícil obter insights psicológicos a cerca de alguém. E o fato de eu atender presencialmente acabou me gerando um medo, pois atender pessoalmente não é escalável para apenas uma pessoa. No entanto, o que me pesou mais foi desenvolver o trabalho em si e não captar clientes, dessa forma consegui resolver tendo uma equipe de fundo para desenvolver.
Por outro lado, os lucros aumentaram absurdamente, porque agora eu tinha clientes de alta qualidade e fornecia um atendimento presencial, mais detalhado, mais estudado, melhor desenvolvido durante a conversa, com muito menos erros e menos necessidade de alterações posteriores, além disso consegui formar um laço emocional com o cliente que se sentia ouvido, ele percebia que eu me importava com ele porque eu explicava ativamente onde a decisão dele iria afetar ele no futuro e acho que isso foi o que fez muitos clientes inclusive não se importarem tanto com o preço, o preço em si deixou de ser o requisito mais importante.
Concluindo, eu acredito que essa jornada é feita por muitos donos de empresas de diversos ramos hoje em dia, e muitas vezes eles não estão conscientes disso, e o que vai definir se eles terão sucesso ou não no mercado de projetos ou negócios de alto valor é justamente o fato de tentar impor ferramentas de autoatendimento em vez de priorizar o atendimento humano, não buscar entender a psicologia do ponto de vista humano e de sentimentos, muitas vezes esse estudo de psicologia passa apenas pela venda e não pelo tratamento de emoções e espectativas do cliente, e por fim não filtrar clientes com valores humanos que importam para o negócio intensivamente, buscando apenas vender para o máximo de clientes possíveis.
Uma coisa que gostaria de destacar é que isso melhorou minha qualidade de vida e diminuiu drasticamente o stress. Portanto, para entrar no mercado de alto valor, você deveria focar em psicologia para compreender melhor as pessoas, e saltar fora dos clientes e empresas, que têm profissionais que não entendem de tecnologia e fazem pedidos absurdos ou estão muito preocupados com redução dos preços, pois o nível de stress e retrabalho causado por eles é absurdo.
Lembro que estou falando sobre o mercado de projetos ou até negócios diversos de alto valor agregado e não de mercado comum.