Executando verificação de segurança...
3

Síndrome do impostor

Comecei a programar quando tinha 17 anos por volta de 2001, criando pequenos sites em html para amigos em uma época em que a internet ainda engatinhava e o desenvolvimento web era uma novidade empolgante.

Em 2004/2005 adentrei ao mundo da programação com ASP, uma tecnologia que, naquela época, era amplamente usada para criar sites mais complexos e sistmeas. Me encantei com a possibilidade de criar sites interativos, e, com dedicação e curiosidade, passei incontáveis horas explorando, aprendendo e construindo.

Ao longo dos anos, enquanto outras linguagens e tecnologias surgiam, permaneci fiel ao ASP. Encontrei estabilidade e conforto nessa linguagem, dominando-a completamente. Enquanto muitos migravam para novas linguagens como PHP, Ruby, Node e Python, continuei a trabalhar com ASP, desenvolvendo soluções robustas e eficientes para empresas e projetos pessoais. Me orgulhava da habilidade em entregar resultados sólidos, mesmo usando uma tecnologia que, aos poucos, foi sendo deixada de lado pelo mercado.

Agora, aos 39 anos, estou em um dilema. Tenho mais de 20 anos de experiência em desenvolvimento, mas sinto que o mercado mudou e não acompanhei. O ASP, que um dia foi o pilar de conhecimento, agora é considerado ultrapassado, quase uma relíquia de tempos passados. As ofertas públicas de trabalho para desenvolvedores ASP se tornaram raras, e percebo que está cada vez mais difícil competir com profissionais mais jovens que dominam as linguagens modernas e frameworks de ponta.

Não necessariamente me candidado a vagas, pois tenho contratos fechados com clientes e estou "seguro" no quesito financeiro por estes contratos. Mas tendo construído uma pequena reputação e com todos os sistemas rodando bem até hoje, sempre sou contatado (por networking) para novos sistemas, upgrades e Apps (que desenvolvo e tenho alguns publicados usando o framework Cordova). E por este networking, acabo sendo requisitado para projetos de médio porte/grande, e acabo não tendo segurança de utilizar outra linguagem mais moderna e acabo entregando em ASP.

Tenho estudado e avançado bem em Nextjs, mas como disse, ainda tenho algumas inseguranças no sentido manutenção, publicação em servers fora do ambiente Vercel, etc.

Estes cenários acenderam em mim um sentimento de inadequação. Me questiono se minhas habilidades são suficientes, se ainda são relevantes no mundo da programação. Apesar de ter um profundo conhecimento técnico, começei a sofrer com a síndrome do impostor. Sinto que, por não estar atualizado com as tecnologias mais recentes, meu valor como programador está diminuindo. Mesmo recebendo elogios diários por meu trabalho, internamente, duvido de algumas capacidades. Pergunto-me constantemente: "Será que realmente mereço esse reconhecimento, ou é apenas sorte por ainda encontrar projetos em ASP e as empresas ainda não terem encontrado alguém melhor?" Fico sempre com a sensação que a qualquer momento, alguém com conhecimento em tecnologia pode chegar em um cliente e "revelar" toda essa questão de ser uma linguagem antiga.

A cada novo contrato, me sinto pressionado a aprender linguagens novas e ferramentas modernas, mas o processo de adaptação parece assustador. A curva de aprendizado para as novas tecnologias parece íngreme, e temo não ter mais a mesma agilidade mental de quando era jovem.

Essa insegurança começou a impactar não apenas minha carreira, mas também minha vida pessoal, pois tenho dificuldade de assumir qualquer tipo de compromisso financeiro de logno prazo (um financiamento por exemplo) achando que a qualquer momento posso ter um contrato cancelado. Um paradoxo, pois, ao mesmo tempo que sinto um impostor por não dominar as tecnologias mais modernas, também temo falhar ao aplicar algo novo.

Mas sei que preciso fazer algo para superar esse sentimento. Percebeo que o conhecimento acumulado ao longo de duas décadas de programação não pode ser simplesmente descartado. Tenho uma base sólida em lógica de programação, desenvolvimento de sistemas e resolução de problemas — habilidades atemporais que são valorizadas independentemente da linguagem usada.

Estou em um ponto de transição. Sei que preciso me adaptar às mudanças no mercado, mas também reconheco que minha experiência e trajetória me tornam um programador solicitado no mercado, com uma perspectiva valiosa.

Enfim... textão, mas achei que aqui seria um ótimo lugar para isso!

Carregando publicação patrocinada...
2

No começo pode ficar desconfortável, mas esse é parte do processo de aprender uma nova tecnologia.
Quanto a tu usar ASP e ele estar tendo menos vagas, acredito que faz parte do posicionalmente que tu se colocou (voluntária ou involuntáriamente) e não tem nada de errado nisso, tem gente que precisa de ajuda em ASP e tu tem o conhecimento.
Claro que pode chegar um dia que não tenha mais tantas oportunidades claras pra ASP ai é necessário você ver como quer se posicionar, se vai pegar tecnologias mais buzzwords como o svelte, nest e etc ou tecnologias mais populares dentro das empresas como o react.
Não se sinta como incapaz, pense que ficou durante muitos anos trabalhando com uma tecnologia e estava te atendendo como profissional, claro que o mundo vai andando e vai aparecendo novas tecnologias. Agora que tu viu que teu espeço está estreitando é começar a estudar e digo que talvez fosse mais interessante se manter estudando mesmo que não use tudo que estuda pro trabalho, vai te mantendo por dentro de como as coisas estão evoluindo.

Eu assim como você tenho 17 anos de experiência porém eu pulei para muitas tecnologias como:

  • ASP
  • PHP
  • ASP.net
  • vb6
  • VB.NET
  • JAVA
  • Delphi 5,6,7
  • C#
  • C/C++
  • Ruby
  • Python
  • Rust
  • Javascript
  • Typescript
  • Lua

Sendo que de todas elas só me digo proeficiente em python e rust hoje em dia e linguagens como lua por exemplo só aprendi por curiosidade. Isso não me faz nem melhor e nem pior que você, só que eu me posicionei em um momento para tecnologias do momento para sua respectiva época e hoje acredito que me posiciono em tecnologias um pouco mais vanguarda.

Mesmo assim, as vezes me sinto incapaz quando encontro uma parede sobre algo que não consigo atravessar, ai é respirar mudar um pouco de contexto e depois voltar ao problema.

Espero ter ajudado.