Eu me demiti de uma empresa pública que me pagava 13k bruto por mês. Minha filha tinha nascido dias antes. Estou vivendo de pro labore da minha empresa há quatro meses. E estou radiante.
É possível. Não é fácil. Eu fundei uma empresa com outros dois amigos de faculdade há sete anos. Nossas habilidades eram complementares. Todos muito bons. Dentro de nossos empregos, nós abrimos mão de muitos finais de semana e diversão com a família.
Fomos um por um, de modo escalonado, abandonando nossos empregos CLT e negócios paralelos, à medida que nosso negócio tomava corpo e reconhecimento no mercado.
Hoje eu ganho o mesmo que eu ganhava como CLT, com alguns diferenciais:
- não gasto um segundo da minha vida sendo obrigado a fazer código no qual eu não acredito.
- tenho controle total das stacks que usamos, sem depender de departamentos lentos e cheios de gente que não se importa de fato com o produto que eu desenvolvo.
- se eu quiser tirar uma folga ou resolver problemas pessoais, não preciso pedir pra ninguém.
- o céu é o limite. tecnologias e ideias podem ser experimentadas.
- eu sou dono do meu negócio.
Como eu disse, não foi fácil e nem vou aparecer na Forbes. Mas eu atingi o meu sonho de ter meu próprio negócio.
Dito isso aqui vão alguns pontos que fazem a maioria preferir ou conseguir emprego:
- desafio técnico: juniores sabem fazer uma ou outra coisa. uma vaguinha pra pegar experiência é o que dá. ninguém vai dar sociedade pra um júnior só porque foi com a cara dele. e se o junior, sem dinheiro, tentar montar um negócio, a menos que ele seja um gênio, vai falhar.
- know-how de empreendimento: a gente nasce e cresce ouvindo das pessoas: "estude e passe num concurso". As pessoas que amam a gente torcem por isso. Se você não for educado a pensar em entregar valor em escala para as pessoas, acaba indo para o senso comum.
- associar-se com picaretas: a coisa mais comum é um pleno ou sênior se deixar seduzir por alguém que não quer te pagar, mas te dá uma parte. sociedade é um casamento. se escolher errado, vai falhar.