Introdução à Matemática formal
Recentemente tenho visto como o conhecimento na área da matemática tem sido deixado de lado. Principalmente por vendedores de curso que colocam isso como algo secundário, até mesmo para áreas como dados e machine learning, em alguns casos. A verdade é que falar para iniciantes que o conhecimento em matemática é essencial está quase virando um crime, por isso há algun tempo eu escrevi um post tratando sobre esse assunto e colocando alguns exemplos simples do porquê o conhecimento sólido na matemática é importante na programação. Nesse post vou tratar sobre alguns tópicos básicos da matemática, contextualizando sobre alguns assuntos comuns.
Sumário
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Definição formal de Matemática
1.1 Diferentes áreas de estudo na matemática
1.2 Axiomas, proposições, teoremas, corolários e lemas
1.3 Tipos de prova -
Princípios da lógica matemática
2.1 Conectivos Lógicos
2.2 Valor verdade e tabela verdade
2.3 Negações -
Teoria de conjuntos
3.1 Definição
3.2 Conjunto Universo e Conjunto Vazio
3.3 Operações Básicas de conjuntos
3.4 Álgebra de conjuntos
3.5 Relações entre conjuntos -
Números naturais
4.1 Axiomas de Peano
4.2 Construção dos números naturais
4.3 Indução Matemática
Definição formal de Matemática
Todos nós já estudamos matemática em algum momento da vida, contudo a maioria de nós nunca foi exposto a uma definição formal do que é matemática. Muitos acreditam que é a ciência que estuda os números e suas relações, embora isso não seja completamente errado, é uma definição muito inxuta e incompleta para matemática.
O trabalho de definir matemática está mais ligado à filosofia do que à matemática em si, portanto, naturalmente existiram várias discuções ao longo da história a respeito disso. Uma definição que eu particularmante gosto é a do filósofo alemão Immanuel Kant no seu livro Crítica da razão pura, onde ele cita que
A Matemática e a Física são as duas ciências teóricas, cujos objetos devem ser dados a priori, a primeira de forma completamente pura, ...
Em resumo, Kant discorre que a Matemática é sintética a priori, isto é, a matemática é uma ciência que nos fornece conhecimento certo e novo. De forma parecida também a academia de Platão enaltecia a certeza matemática, de modo a criar a tese da confiabilidade de conhecimento e, posteriormente, a metodologia axiomática, da qual se utiliza até hoje. Como ciência, a matemática é fonte de conhecimento, mas isso apenas atesta uma de suas utilidades, tornando essa então uma definição também incompleta.
Se recorrermos ao dicionário teremos a seguinte definição:
ciência que estuda, por método dedutivo, objetos abstratos (números, figuras, funções) e as relações existentes entre eles.
Essa definição se mostra mais completa no contexto do estudo da matemática. Isso pois temos um conjunto imenso a ser estudado, como números, conjuntos, formas geométricas, funções e etc. Todos esses elementos são objetos abstratos, que têm propriedades, comportamentos, relações entre si e podem ou não representar algo da vida real. Abstração está intimamente ligada ao estudo da matemática, daí outra semelhança entre matemática e computação.
Diferentes áreas de estudo na Matemática
Dentro desse conjunto de estudos, cada elemento é uma área inteira de estudos e teorias. Regras que valem em uma área não necessáriamente valerão em outra e o mesmo para relações entre essas áreas. A seguir uma lista de alguns campos de estudo dentro da matemática.
Área | Descrição |
---|---|
Teoria dos conjuntos | Estudo de propriedades e relações entre conjuntos |
Teoria dos números | Estudo de propriedades dos números inteiros e suas relações |
Estatística | Coleta, análise e interpretação de dados |
Álgebra Linear | Estudo de vetores, espaços e transformações lineares |
Lógica Matemática | Estudo de estruturas lógicas e provas de proposições |
Topologia | Estudo de propriedades de espaços topológicos e continuidade |
Cada uma das áreas citadas tem uma descrição muito enxuta, portanto incompleta e imprecisa, além de existirem inúmeras outras áreas que não foram citadas na tabela acima, caso deseje saber mais sobre essas áreas e outras, sugiro que faça uma pesquisa mais aprofundada sobre o assunto.
Axiomas, Proposições, Teoremas, corolários e Lemas
São as estruturas utilizadas para fundamentar teorias matemáticas. São a base da metodologia axiomática e portanto estruturas utilizadas em provas e demonstrações matemática. Seu entendimento é simples, mas a sua relevância é inimaginável para a matemática como um todo.
- Axioma: Uma verdade assumida, que não precisa ou não pode ser provada. Normalmente é o ponto de partida de uma teoria.
- Proposição: Uma afirmação que deve ser provada, pode ser verdadeira ou falsa.
- Teorema: Uma proposição que, depois de provada, tem alta importância dentro de uma teoria.
- Corolário: Uma consequência direta da prova de uma proposição ou teorema
- Lema: Uma proposição especial que serve apenas para auxiliar na prova de um teorema
Perceba como essencialmente existem apenas duas estruturas de prova: axiomas e proposições. Contudo, de acordo com a importância e contexto de uma proposição ela pode ser chamada por novos nomes, teorema, corolário ou lema.
Em algumas literaturas também pode-se chamar axiomas de postulados, mas são apenas sinônimos. Outra estrutura que também é importante mas que prefiri não citar é a definição, que define o que é um elemento dentro da teoria e também pode ser usada como fonte de verdade para uma prova, contudo pode-se enxergar na maior parte das vezes uma definição como um axioma.
Frequentemente precisamos provar proposições e teoremas, saber estratégias de como fazer essas provas é valioso nesse contexto. Existem várias estratégias, das quais as principais são as seguintes:
- Prova por dedução
- Prova por indução
- Prova por contradição
- Prova por contra-exemplo
- Prova por contraposição
- Prova por construção
- Prova por diagonalização
Para entender cada uma dessas provas, sugiro que leiam esse material feito pela usp.
Princípios da lógica matemática
A lógica matemática é simples inicialmente, baseada em provar proposições. Dentro da lógica matemática uma proposição pode ser vista apenas como uma expressão lógica, que tem um valor verdade. Essa área é muito abrangente e pode ser muito aprofundada, mas para o contexto da computação, seu subconjunto mais importante é a chamada lógica booleana.
Conectivos lógicos
Alguns conectivos (ou operadores) são utilizados para a construção de expressões lógicas. Alguns desses conectivos existem na maioria das linguagens de programação, então são de simples entendimento. Existem ainda mais conectivos, contudo preferi citar apenas os mais utilizados e simples.
Sejam p e q expressões lógicas quaisquer.
- ∨ (ou): verdadeiro se p ou q são verdadeiros
- ∧ (e): verdadeiro se p e q são verdadeiros
- ⊕ (ou exclusivo): se apenas p ou q são verdadeiros
- ¬ (não): verdadeiro se a expressão é falsa e falso caso contrário
- → (implicação): p implica em q
- ↔ (se e somente se): verdadeiro só quando p e q são iguais
valor verdade e tabela verdade
Valor verdade é o resultado de uma expressão lógica, sempre sera verdadeiro ou falso. A tabela verdade é uma forma de visualizar os possíveis valores verdade de uma expressão.
Seja p e q expressões lógicas quaisquer:
p | q | ¬p | ¬q | p ∨ q | p ∧ q | p ⊕ q | p → q | p ↔ q |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
V | V | F | F | V | V | F | V | V |
V | F | F | V | V | F | V | F | F |
F | V | V | F | V | F | V | V | F |
F | F | V | V | F | F | F | V | V |
Negações
Uma coisa que causa muita confusão no estudo de lógica são as negações. Negar uma expressão não é necessáriamente simples em alguns cenários, então é importante saber de alguns casos base para auxíliar nesse tipo de problema.
Sejam p e q expressões lógicas quaisquer
- ¬(p ∨ q) = p ∧ q = ¬p ∨ ¬q
- ¬(p ∧ q) = p ∨ q = ¬p ∧ ¬q
- ¬(p ⊕ q) = p ↔ q = ¬p ⊕ ¬q
- ¬(p → q) = ¬p → ¬q
O operador de igualdade aqui representa a relação de equivalência lógica, que significa que as proposições que apresentam a mesma tabela verdade.
Teoria de conjuntos
Essa é a área que estuda sobre conjuntos e suas propriedades. Muitos dizem que é a teoria fundamental da matemática, pois a maioria das outras áreas se baseam nela, então é de suma importância entender sobre conjuntos e suas propriedades.
O início do estudo de conjuntos se dá com o Matemático alemão Georg Cantor, no século XIX. Até o início do século XX várias contrubuíções foram feitas para a teoria, que ficou conhecida como teoria ingênua de conjuntos, pois não havia nenhuma definição formal de conjunto. Posteriormente, esses estudos culminaram no surgimento da teoria axiomática de conjuntos, que é a mais utilizada atualmente.
Definição
Conjunto é uma coleção não ordenada de elementos. Dizemos que a pertence a A e denotamos como a ∈ A se a for um elemento do conjunto A e, sua negação a ∉ A se a não for um elemento de A.
Essa é uma chamada definição empírica de conjunto, mas há também a definição axiomática da teoria de conjuntos:
Axioma da existência: Existe pelo menos um conjunto
Axioma da extensão: Dois conjuntos são iguais se, e somente se, seus elementos são os mesmos.
Axioma da especificação: Se um conjunto A existe, e conseguimos descrever (através de uma propriedade) elementos deste conjunto, então existe um conjunto B, subconjunto de A, que contém estes elementos
Axioma do par: Sejam A e B conjuntos quaisquer (que podem ser iguais). Então existe um conjunto C tal que A ∈ C e B ∈ C.
Denotamos também A ⊆ B quando A está contido em B. Perceba que, quando A ⊆ B e B ⊆ A dizemos que A e B são iguais denotando A = B.
A partir de definições empíricas, axiomas, proposições e etc. Construímos uma teoria matemática.
Conjunto universo e conjunto vazio
Existe um conjunto U, chamado conjunto universo que é o conjunto que contém todos os elementos possíveis. Esse conjunto muitas vezes está implícito, mas é importante saber a sua existência.
Existe também outro conjunto, denotado por ∅, chamado conjunto vazio, que é o conjunto que não possui nenhum elemento.
Existem algumas propriedades importantes acerca desses dois conjuntos:
Seja A um conjunto qualquer, então as seguintes afirmações são verdadeiras:
- A ⊆ U
- ∅ ⊆ A
Operações básicas de conjuntos
Sejam A e B dois conjuntos quaisquer e x um elemento de U.
União
Denotamos o conjunto A união com B por A ∪ B da seguinte forma:
A ∪ B := { x | x ∈ A ∨ x ∈ B } (A união B é definido como o conjunto dos elementos x tais que x pertence a A ou x pertence a B)
Intersecção
Denotamos o conjunto A intersecção com B por A ∩ B da seguinte forma:
A ∩ B := { x | x ∈ A ∧ x ∈ B } (A intercecção B é definido como o conjunto dos elementos x tais que x pertence a A e x pertence a B)
Complemento
Denotamos o conjunto complemento de A por A' da seguinte forma:
A' := { x | x ∉ A } (complemento de A é definido como o conjunto dos elementos x tais que x não pertence a A)
Complemento relativo (diferença)
Denotamos o conjunto diferença entre B e A por B - A (B \ A é outra notação) da seguinte forma:
B - A := { x | x ∈ ∧ x ∉ A } (diferença entre B e A é definido como o conjunto dos elementos x tais que x pertence a B e x não pertence a A)
Álgebra de conjuntos
O seguinte teorema denota um conjunto de propriedades que é chamado de "Álgebra de conjuntos":
Seja U conjunto universo. Para qualquer A, B, C ∈ U valem as seguintes propriedades:
- Idempotência → A ∩ A = A; A ∪ A = A
- Comutatividade → A ∩ B = B ∩ A; A ∪ B = B ∪ A
- Associatividade → (A ∩ B) ∩ C = A ∩ (B ∩ C); (A ∪ B) ∪ C = A ∪ (B ∪ C)
- Absorção → A ∩ (A ∪ B) = A; A ∪ (A ∩ B) = A
- Distributividade → A ∩ (B ∩ C) = (A ∩ B) ∪ (A ∩ C); A ∪ (B ∩ C) = (A ∪ B) ∩ (A ∪ C)
- Complementoridade → A ∩ A' = ∅; A ∪ A' = U
- Consistência → A ∩ B = A ↔ A ⊆ B; A ∪ B = B ↔ A ⊆ B
Para cada propriedade provada a partir dessas leis, então na segunta propriedade também é válida, isto é, para ∩ também vale ∪, além de para ∅ também valerá para U. Isso se chama princípio da dualidade.
Relações entre conjuntos
Pares ordenados
Denota-se por (a, b) par ordenado com componentes a e b (nessa ordem).
Veja que (b, a) ≠ (a, b) ≠ {a, b}
Dois pares ordenados (a, b) e (c, d) são ditos iguais se e somente se a = b e c = d. O que é diferente da igualdade entre conjuntos.
Produto cartesiano
Dados dois conjuntos A e B, o produto cartesiano entre A e B, denotado por A x B é o conjunto de todos os pares ordenados (a, b), com a ∈ A e b ∈ B.
A x B = { (a, b) : a ∈ A ∧ b ∈ B }
Relação
Uma relação ρ de um conjunto A em um conjunto B é um subconjunto do produto cartesiano A x B. Dizemos que ρ é uma relação de A em B e escrevemos
(a, b) ↔ a ρ b (a está relacionado com b por ρ).
Quando A = B dizemos que ρ é uma relação em A.
Funções
Toda função é também uma relação entre dois conjuntos. Por exemplo:
f(x) = 2x é uma relação em \mathbb{R} (números reais). O conjunto dessa relação é o seguinte:
f(x) = { (a, b) : b = 2a }
Usualmente funções são denotadas da seguinte forma:
f: \mathbb{R} → \mathbb{R} (aplicação f de \mathbb{R} para \mathbb{R}).
Podemos representar graficamente uma função a partir de um plano cartesiano, por exemplo, para a função f(x) = x² temos:
Onde o "eixo" x representa o conjunto de domínio e o "eixo" y representa o conjunto de contradomínio, de forma que todos os pontos que compoẽm efetivamente o gráfico da função são os pares ordenados obtidos pela relação f(x).
Toda função é uma relação, mas nem toda relação é uma função, para ser considerada função é necessário que uma condição seja satisfeita:
Só pode haver no máximo um elemento do contradomínio relacionado para cada elemento do domínio
Números Naturais
Os números naturais são os primeiros que todos aprendemos. São baseados em quantidades inteiras e contagem naturais. Nessa seção iremos definir formalmente os números naturais.
Axiomas de Peano
Seja um dado conjunto \mathbb{N} não vazio e uma função s: N → N chamada função sucessor:
(P1) Cada elemento de \mathbb{N} tem um único sucessor nesse conjunto, sendo que elementos diferentes têm sucessores diferentes.
(P2) Existe um elemento especial de \mathbb{N} que não é sucessor de elemento algum do conjunto.
Os axiomas P1 e P2 são chamados axiomas de Peano e são a base para toda a construção do conjunto dos números naturais.
Construção dos números naturais
Chamaremos o elemento definido em P2 de 1 e, usando notação usual, definimos 2 = s(1), 3 = s(2), 4 = s(3) e etc.
Operações
Soma
Dado n ∈ \mathbb{N}, definimos a soma de n com 1 como o sucesor de n (ou de 1 por n):
(n + 1) := s(n); (1 + n) := s(n)
Definimos também a soma de n com 2 (s(1)) como sendo o sucessor da soma de 1:
n + 2 = 2 + n := 1 + (n + 1) = (n + 1) + 1
E assim sucessivamente definimos a soma para qualquer elemento do conjunto dos números naturais. De forma análoga, também definimos n + m
para qualquer n, m ∈ \mathbb{N}.
Multiplicação
Dado n ∈ \mathbb{N}, definimos o produto de n com 1 como o próprio n:
n * 1 := n; 1 * n := n
Definimos também o produto de n com 2 como sendo a soma do produto de n com 1 e n:
n * 2 = 2 * n := (n * 1) + 2
E assim sucessivamente definimos o produto para qualquer elemento do conjunto dos números naturais. De forma análoga, também definimos n * m
para qualquer n, m ∈ \mathbb{N}.
Indução Matemática
Se x ∈ \mathbb{N} for tal que a afirmação n ∈ X implica que n + 1 ∈ N é verdadeira para todo n e, se 1 ∈ X, então necessariamente X = \mathbb{N}.
Essa é o chamado Princípio da Indução Matemárica e é um dos mais importantes conceitos dos números naturais que se estende para toda a matemática. Muitas conclusões importantes podem ser encontradas a partir desse princípio, então vamos ver uma delas:
Para todo n ∈ \mathbb{N}, vale que:
1 + 2 + 3 + 4 + ... + n = \frac{n(n+i)}{2} (1)
prova:
Seja X = { x ∈ \mathbb{N}: (1) é verdadeiro }
n=1→1 = \frac{1(1 + 1)}{2}=1; logo 1 ∈ X
n=2→2 = \frac{2(2 + 1)}{2}=3; logo 2 ∈ X
Sabemos que n ∈ X pela hipótese, basta provarmos que n + 1 ∈ X e então iremos concluir que X = \mathbb{N}, pelo Princípio da Indução Matemática.
n = n + 1 → n + 1 = \frac{n(n+1)}{2} + 1 = \frac{2(n+1) + n(2+1)}{2} = \frac{(n+1)(2+n)}{2} = \frac{(n+1)[(n+1) + 1]}{2}
Portanto, n + 1 ∈ X e, pelo Princípio da Indução Matemática concluímos que X = \mathbb{N} e que (1) vale para todo n ∈ \mathbb{N}
Referências
KANT, Immanuel. 1966. Kritik der reinen Vernuft. Stuttgart: Philipp Reclam.
FOSSA, J. A. . Bertrand Russell Sobre a Matemática nos Princípios. Revista Brasileira de História da Matemática, [S. l.], v. 21, n. 42, p. 329–349, 2021. DOI: 10.47976/RBHM2021v21n42329-349. Disponível em: https://www.rbhm.org.br/index.php/RBHM/article/view/365. Acesso em: 22 out. 2023.
Tipos de provas. Disponível em: http://wiki.icmc.usp.br/images/7/72/Tiposdeprova.pdf. Acesso em: 22 out. 2023
TRIGO, Thiago. Negação de Proposições Compostas. Disponível em: https://www.infoescola.com/matematica/negacao-de-proposicoes-compostas. Acesso em: 22 out. 2023
GPT, chat. 2023. Serviu para nada. Disponível em: https://chat.openai.com. Acesso em: 22 out. 2023
CARIELO, Marcelo Santos. 2012. Introdução à teoria ingênua dos conjuntos parte 1. Disponível em: https://www.ime.unicamp.br/~mac/db/2012-1S-082125.pdf. Acesso em: 22 out. 2023
Doering, Claus Ivo. Introdução à Análise Matemática na Reta. Rio de Janeiro: SBM, 2015. ISBN 9788583370352.