O QUE APRENDI CRIANDO UM E-COMMERCE ZERO
Introdução
Há dois anos finalmente decidi que era hora de pôr em prático todos os meus aprendizados em programação e criar um site de e-commerce sozinho. A ideia surgiu enquanto assistia a um sobre programação no YouTube, quando me dei conta que não precisava de um emprego para conseguir experiência de trabalho. Sendo assim decidi abrir uma loja virtual com apenas um produtos. Como a ideia era acumular experiências, acabei decidindo que faria todo o trabalho possível sozinho. Como eu sabia que este projeto daria muito trabalho, sempre optei pelas alternativas mais simples, para manter o projeto viável.
O primeiro passo foi decidir qual seria o produto a ser comercializado, como era apenas um projeto para acumular experiência, não queria arriscar valores altos em estoque, e acabei decidindo vender um produto criado artesanalmente (paninhos de cera de abelha, um produto ecológico para embalar alimentos). Também criei um nome e uma logo para a loja (desenhada no InkScape). Com uma ideia geral do que gostaria da fazer, chegou a hora de tirar o plano do papel e começar a montar o site.
Tecnologias utilizadas
Como a ideia era produzir tudo sozinho, acabei por decidir que, pelo menos nesta primeira etapa, faria o site com o WordPress, programaria muito menos do que gostaria, mas, pelo menos, teria muito mais tempo para dedicar aos outros detalhes do projeto. Para transformar o WordPress em um e-commerce utilizei do plugin WooCommerce. O layout eu consegui deixar parecido com o que eu desejava com o tema origina do WooCommerce, apenas fazendo algumas alterações com o CSS.
A questão dos fretes foi um das minhas maiores preocupações no início do meu projeto, pois os preços para enviar os produtos pelos Correios são exorbitantes, e o envio por transportadora não era possível por não ter CNPJ e nota fiscal. Acabei abrindo um empresa MEI (Micro empreendedor Individual) e para realizar os envios acabei fechando contrato com a Melhor Envio, uma empresa que tem contrato com os correios e outras empresas de logística e permite que enviemos os produtos no nome dela, pagando assim um preço bem inferior ao que eu pagaria como MEI. O melhor de tudo que eles também já possuem um plugin para WordPress, assim o frete já era calculado na hora e as etiquetas de envio eram geradas automaticamente na plataforma deles.
Minha primeira opção de serviço de pagamento foi o Pague Seguro, porém no início tive algumas dúvidas e o contato com eles era muito difícil, acabei trocando pela pagar.me. Ambos os serviços foram incluídos facilmente no site através de plugins prontos. As estratégias de marketing ficaram focadas exclusivamente no Instaram, fiz algumas tentativas em outras plataformas, como Facebook e elo7, mas com poucos resultados.
Aprendizados
Não se vende on-line se você não estiver presente on-line
Muitas vezes temos a falsa ideia de que, apenas porque uma loja possui um site de e-commerce, ela irá vender bastante. Essa ideia não é apenas ingênua, como está totalmente errada. Para vender online você precisa estar presente para o seu público-alvo. É necessário criar postagens, buscar novos clientes, tirar dúvidas dos seus seguidores nas redes sociais. Há uma relação direta entre sua presença on-line e as suas vendas, quanto mais se interage, mais e vende.
Investir em propaganda nas redes sociais nem sempre é viável
Como os meus produtos eram para ser vendidos na faixa de 20 reais o kit, não consegui viabilizar o marketing nas redes sociais, teria de investir mais de 100 reais por dia para que tivesse uma venda estimada de um produto ou menos. Quando criei meu perfil no site da elo7 (um market place para produtos artesanais), nunca cheguei a vender um único produto. Lógico que nunca fiz venda ativa para os produtos na elo7, pois como eu tinha os produtos no meu site, se eu preciso conquistar clientes eu o levo diretamente pro meu site e não para a elo7. Sendo assim, principalmente no início de um negócio, o marketing orgânico é muito mais importante que o pago, pelo menos nesse caso específico.
Até para utilizar instaladores automáticos você precisa entender o que está fazendo
A minha hospedagem era da Hostgator e eles tinham um instalador para WordPress. Seguindo a minha filosofia de fazer tudo da forma mais simples para poder fazer tudo sozinho acabei utilizando este instalador. Porém, além da loja eu ainda tinha outro site (Blog) com outro domínio, mas nesta mesma hospedagem. Estudando sobre segurança acabei chegando a conclusão que era melhor remover o Blog do ar, já que ele não recebia mais manutenção e poderia comprometer a segurança da minha hospedagem. Porém, o que eu não sabia era que eles de alguma forma compartilhavam o mesmo banco de dados, e ao desinstalar o WordPress do Blog, o instalador acabou deletando também o banco de dados da minha loja.
Sempre tenha um back-up recente do seu banco de dados, pois você nunca sabe o que pode acontecer
Desinstalar o WordPress de um site e perder o banco de dados de outro era algo que para mim era inimaginável, entrei em contato com a Hostgator e ele me informaram possuírem um backup, mas que cobrariam pelo serviço. Havia uma fila enorme para recuperara o backup e sem previsão de data para realizar o serviço. Enquanto esperava consegui ver pelo cruzamento de informação nas plataformas do pargar.me e Envio Fácil que não havia perdido dados de pedido que ainda não haviam sido fechados (Pagos, mas não tinham sido enviados). Como a recuperação dos dados por parte da Hostgator estava demorando muito, acabei decidindo montar o site novamente do zero. Como tudo era feito com o WorPress em um dia o site já estava no ar novamente. O que ficou de mais importante após este incidente foi o aprendizado da importância de se ter back-ups regulares, principalmente do banco de dados em suas próprias mãos.
SEO não depende apenas de palavras-chave
Todos que tem um site tem o sonho de ter o seu nome no topo das listas de procura do Google, e com a minha loja não era diferente. Para melhorar o SEO do site tem vários plugings a disposição, dando dicas de conteúdo, quais palavras usar e onde usá-las, mas, além disso, também foi necessário cadastrar o site no Google analitics e Google maps. Estratégia para deixar o site mais leve também foram aplicadas para melhorar as suas visibilidade para os motores de busca.
A coisa mais importante que se tem em um site é o trafego
Existe uma relação muito clara entre o número de pessoas que visitam a sua página inicial, que visitam a página do produto e que acabam fechando a compra. No meu site era aproximadamente de cada 10 visitantes que entravam na página inicial, uma visitava a página de compra do produto e de cada dez dessas que entravam na página de compra do produto apenas uma comprava, ou seja, de cada 100 que acessam a página, uma acaba fechando a compra. Ou seja, para finalizar 10 vendas eu precisava receber mil visitas no site, por isso a importância de se ter um volume alto de visitas ao seu site.
Vender on-line dá dinheiro
Mesmo a minha lojinha sendo um projeto que tinha como objetivo gerar experiência, e não tinha o lucro como objetivo principal, ela já estava dando um retorno satisfatório após os três primeiros meses de trabalho. Nada que fosse me tornar rico, mas isso nem seria possível com o tipo de produto escolhido (paninhos artesanais). Com um plano de negócios mais ambicioso e com mais pessoas envolvidos no projeto, tenho certeza que seria possível ter um faturamento bem alto, até porque a web te permite vender para todo o país. No meu caso, mesmo morando em Curitiba, grande parte dos meus clientes eram de São Paulo, e cheguei a vender até para alguns estados do nordeste.
Conclusão
Criar uma loja virtual me trouxe uma experiência única, os custos que tive para criar a loja não foram muito altos, no fim das contas ainda acabei tendo um retorno, mesmo cobrindo todos os custos iniciais. As experiências vão ficar para o resto da vida. Tanto a alegria de vender o meu primeiro produto para um cliente desconhecido (pois as primeiras vendas foram todos para amigos e familiares), como a tristeza de saber que os Correios entregam os produtos das grandes empresas por preços bem acessíveis, enquanto dos jovens empreendedores cobram preços exorbitantes, além do maior desespero de todos, que foi quando me dei conta que exclui o banco de dados inteiro da minha loja. Apenas acabei abandonando a loja, pois depois dos três meses me dei conta que, como desenvolvedor proprietário da loja, passava o dia nas redes vendendo e não tinha mais tempo para fazer o que mais gosto, escrever código. Espero em breve poder lançar um novo site, mas desta vez com front-end em React e o Back-end em Java com o Springboot.
PS: Atualmente sou estudante de Sistemas Para Internet e estou em busca de estágio ou meu primeiro emprego na área desenvolvimento web. Caso tenha gostado do meu perfil de desenvolvedor e saiba de alguma vaga, ficarei feliz se puder me ajudar a entrar oficialmente neste mercado de trabalho.