"No-Code/Low-Code" é simplesmente um nome da moda (e ruim) para geração automatizada de código, um conceito que tem sido objeto de pesquisa acadêmica e uma parte essencial da indústria de software, desempenhando um papel crucial em cenários específicos. Historicamente, duas aplicações bem-sucedidas dessas ferramentas sempre foram a criação de interfaces gráficas e a manipulação de bancos de dados. Em essência, essas ferramentas funcionam excepcionalmente bem para cerca de 80% do que os aplicativos da Web fazem, fornercer uma interface amigável para a interagir com um bancos de dados.
O problema não está no no-code em si, mas em nós, programadores profissionais, que às vezes adotamos ferramentas projetadas para designers ou leigos. Enquanto ferramentas atendem a públicos especificos outras, como o WordPress atendem a uma audiência ampla. Por outro lado, existem ferramentas direcionadas para nós, programadores, como o Next.js, Rails (convention over configuration) que são, por definição, plataformas low-code. Aonde pode ter modelos completos de aplicativos da Web sem escrever uma única linha de código, podendo customiza-las para suas necessidades escrevendo pouco código (aka low code). De fato, devemos adotar essas ferramentas, mas é essencial lembrar que ainda é importante entender o que está acontecendo por trás delas.
Historicamente o desenvolvimento web tem apresentado uma forte presença dessas soluções de pouco código, oferecendo uma maneira fácil e rápida de criar sites profissionais sem a necessidade de conhecimentos avançados de programação, o que geralmente é desnecessário na grande maioria dos casos, por isso existem muitsa ferramentas direcionados para leigos, que devemos obviamente evitar.
Quando conheci o desenvolvimento da Web no início dos anos 2000, o na época (ainda Macromedia) Dreamweaver, era a ferramenta 'de fato' para a criação de sites profissionais e era uma solução low/no code usado pelos web designers (aka frontend developers) da época. No entanto, com o aumento da demanda por interatividade, conteúdo dinâmico e desempenho, essas ferramentas e profissionais não conseguiram acompanhar o novos ritmos a medida que desenvolvimento da Web tomava rumos diferentes.
O WordPress é um excelente exemplo do tremendo sucesso do desenvolvimento de sites dinâmicos com pouco código, sendo ainda hoje responsável por quase 40% de todos os aplicativos da Web na Internet. Recentemente, está havendo um descontentamento generalizado com as complexidades indevidas do desenvolvimento moderno da Web. Como resultado, novas soluções sem código ou com pouco código estão voltando com força total.
Se algo como um Outsystems, Bubble, WebFlow, direcionados para programadores e de código aberto surgir, provavelmente testemunharemos uma revolução no desenvolvimento web. O código não morrerá, é claro, pois essas soluções são geradores de código automatizados, e as melhores permitem que você manipule e escreva código diretamente. No entanto, para tarefas menores, mais simples ou marginais, isso pode ser feito com muito mais eficiência com a ajuda dessas ferramentas."