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Minha História - o Arch Linux na minha carreira

Pra quem sabe um pouco de Linux já devem ter ouvido falar do famoso Arch Linux - provavelmente numa frase que vinha com a palavra "difícil", rs.

Bem, eu tô aqui para apresentar para vocês a minha perspectiva e experiência com esta distro, com o intuito de encorar vocês à se aprofundar neste mundo, mesmo que não seja no Arch Linux, mas no Linux já tá valendo.

Meu primeiro contato

Eu não me lembro ao certo como eu conheci o Arch. Quando eu tento lembrar de qual foi a primeira vez que eu vi algo sobre o Arch, tenho somente a lembraça da thumbnail deste video do Dio Linux. O título ainda dizia: "instale o Arch Linux sem sofrer". Me lembro de ter dito que eu nunca iria instalar essa distro (mal sabia eu o que a vida estava preparando).

Um tempo depois, lá estava eu vendo uns vídeos do Akita, e, neste vídeo, ele diz que "você tem que aprender o quanto antes sobre Linux", "...possui o jeito difícil e o jeito ultradifícil". Eu segui o conselho do Akita e fui aprender mais sobre o Linux. Mas de que jeito? Do jeito ultradifícil.

Resumindo, o jeito difícil seria você instalar o Linux numa máquina virtual. Já o ultradifícil, instalar o Linux direto no PC.

A distro que o Akita tava recomendando era o próprio Arch Linux.

Aqui eu entendi o porquê das palavras "Arch Linux" e "sem sofrer", juntas, era algo intrigante.

O motivo do Arch Linux ser tão assustador é pelo 'simples' motivo de que a distro de obriga a entender o que você está fazendo na instalação do OS, porque é você que tem que instalar MANUALMENTE.

Bem, eu segui um esse post do próprio TabNews, e facilitou bastante a instalação, mas, mesmo assim, eu sofri um pouco. Lembro que, em um só dia, tive que instalar e re-instalar o Arch mais de 5 vezes. Águas passadas.

Mas, foi uma das melhores escolhas que fiz na minha carreira de programação, porque o Arch me motivou a sair da zona de conforto.

Beleza, instalei o Arch Linux, tava dando o boot certinho... peraí... cadê a interface gráfica?

Arch Linux e sua capacidade de customização

Umas das coisas mais legais do Arch Linux é a capacidade de customização dele. Isso se dá porque ele vem com o mínimo de coisas instalados (lembrando que é você que instala).

Não que não seja possível colocar um Gnome, KDE, no Arch Linux, mas, sendo bem sincero, eu acho que perde a essência do Arch Linux, que é a do faça você mesmo.

Tinha descoberto uma comunidade no reddit, onde os usuários postam as custom de seus sistemas operacionais. O que mais tem lá é o povo usando Arch Linux, mas tem Ubuntu, Pop OS, Mac OS. Daí eu descobri um negócio chamado WM - ou Window Manager, em português.

Uma WM manipula as janelas no seus sistema. Eu gosto de pensar que uma WM é uma GUI, só que com bem, beeem menos coisas. Isso abre a porta pra gente fazer várias customs no nosso OS.

Aqui uns exemplos:

a fonte é daquela comunidade que falei

Você pode customizar até o teu editor. Normalmente, quem usa Arch, se acostuma a usar o VIM ou derivados (prova disso é eu estar escrevendo este post e tentando dar <ESC> :w)

Exemplos de custom do editor de texto (fonte: reddit):

Aproveitar e aprender

Várias e várias coisas dá pra fazer no Arch Linux. Nisso, dá para você aprender várias linguagens de uma forma recompensadora - já que você mesmo faz e você mesmo utiliza no dia-a-dia.

Para customizar o Vim, normalmente se utiliza a linguagem Lua ou vim-script (esse é mais chatinho).

Eu mesmo tô na rotina de aprender C. Claro que teve incentivos externos (como o maniero, ele foi um dos principais motivadores para eu estudar C), mas o Arch Linux te ajuda a continuar (mesmo com toda dificuldade).

Quer ver um exemplo? Tem um software, chamado dmenu (dynamic menu). Ele é feito em C. A proposta dele é simplesmente você ter um laucher de aplicativos (sim, no Arch Linux você que tem que baixar um laucher ou quem sabe até fazer). O código dele é aberto (open source), e pode ser encontrado aqui.

Isso abre muitas portas, já que, você vê como um software tão útil foi feito (e dizer, eu achava que seria mais complexo) e você pode adicionar features.

Inclusive, eu tenho uma feature na cabeça: adicionar um menu onde mostra todas as suas pastas e arquivos (em formato de tree, claro), e abrir a pasta ou arquivo usando o editor escolhido. Seria tipo um vim caminho/do/projeto, só que usando uma interface gráfica.

Conclusão

Bem, eu já dei a faca e o queijo pra vocês, agora vocês decidem se querer pegar ou não. Meu objetivo aqui foi incetivar as pessoas a estudar programação de uma forma diferente, sair da web, fazer algo que vive no teu PC, estudar o teu PC, saber o que ele é capaz, como ele é feito, etc.

Se possível, deixa a tua experiência aqui também. Me conta se você já usou o Arch Linux ou alguma outra distro. Se você já utilizou o Vim (ou algum derivado).

Eu quis mostrar para vocês que existe coisas diferentes do que estamos acostumados, coisas como: Ubuntu, Pop Os, Fedora, Windows; VsCode, Intellij, Visual Studio; JavaScript, HTML, CSS.

Me diga o que faltou, o que eu errei (erro de digitação não, esse eu já sei, rs). Se o post foi bom. Tenho vários assuntos que quero falar mais especificadamente.

Eu quero juntar um pessoal para estudar isto que foi apresentado a vocês. Fazer uma comunidade mais informada sobre esse assunto. Tem tanta coisa boa que dá pra tirar do que eu expliquei aqui, só se esforçar um pouco.

Bem, essa foi a minha contribuição para um "pedaço mais massa na internet".

Carregando publicação patrocinada...
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Eu comecei com o Slackware em 2004...e era uma época que ninguém tinha laptop. Eu montei uma máquina em casa com umas peças da Santa Efigênia e instalei na raça. Foram dias até fazer aquilo funcionar, mas foi um aprendizado intenso.

O que me fez desistir algum tempo depois do Slackware foi o fato de não ter um gerenciador de pacotes. Era lamentável, e hoje com o gerenciamento de pacotes e ferramentas de provisionamento parece ridículo achar que seja possível não utilizar isso, mas o fato é que o Slackware não tinha.

Eu me lembro da época que o Arch Linux surgiu, e até eu fiz uma instalação e achei muito similar a ideia do Slackware. Fiquei impressionando com o pacman que era superior ao apt do Debian na época, mas acabei ficando nas Debian like da vida. Com o tempo, o trabalho, eu simplesmente queria uma máquina para sentar e trabalhar e não pensar no sistema operacional e no Debian eu tinha extamente isso. Fora que eu já fiquei tão bolado com bugs repentinos que a ideia de uma distribuição "rolling release" no meu desktop de trabalho não me agradava nenhum pouco...mas bacana seu relato.

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Ótimo artigo, amigo. Eu decidi dar uma chance para o Arch Linux, mesmo dizendo que nunca iria instalá-lo (evento canônico na vida do dev), e me apaixonei pela facilidade de gerenciar os pacotes e instalar softwares pelo AUR usando o yay.

Além disso, eu gostei muito da ideia de customizar a instalação a meu gosto e à mão (tanto que já reinstalei umas 10x direto no meu PC kkkkk). Atualmente estou testando o KDE (sou gnomídia) e estou gostando bastante, mas quero poder me aventurar no mundo das WM, como Hyprland, que me deixou muito curioso.

Arch Linux é uma delícia, a única parte "difícil" é a instalação e resolver os problemas enquanto você está trabalhando no dia-a-dia, mas isso é questão de tempo até você ficar tranquilo para resolver qualquer parada, sozinho ou com a ajuda da sua grande comunidade.

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Me identifico um pouco com a sua história, mas meu primeiro contato com Linux foi a muito tempo atrás, tipo muito tempo mesmo rsrs uma das primeiras distros que instalei no meu primeiro PC foi o lendário Kurumin, uma distro brasileira, testei outras distros também e depois voltei pro Windows, no final do ano passado já estava decidido a migrar novamente para o Linux e instalar uma distro no SSD principal da máquina, sem dual boot ou máquina virtual, estava até usando o WSL2 e gostei bastante, mas não é mesma coisa que rodar integralmente na máquina.

Queria um ambiente mais apropriado para meus estudos de programação, já conhecia a distro Arch mas foi em um dos vídeos do Akita que me convenci a migrar para Linux.

Tentei uma primeira vez instalar o Arch do jeito hard mas não consegui, instalei mais algumas vezes mas dessa vez usando o archinstall, o assistente de instalação do Arch, formatei e testei o Manjaro mas não estava satisfeito, é como se eu não tivesse conseguido vencer um desafio e fiquei frustrado. Formatei novamente e dessa vez fui tentando até conseguir instalar o Arch do modo Hard, isso sem dúvida me ajudou a ter uma compreenção muito mais profunda sobre sistemas linux.

Tive que aprender na marra sobre a estruta do sistema, como montar uma tabela fstab, como configurar o sistema de arquivos para btrfs e criar snapshots de recuperação e como é importante monitorar e manter o sistema atualizado e corrigir as quebras de sistema quando ocorre alguma atualização, nunca na minha vida tive tanto que ler a documentação e pesquisar em fóruns por resolução de problemas.

Hoje estou bem satisfeito com a minha máquina rodando o Arch e ambiente gráfico Gnome.

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Falou tudo irmão. Cara, assim, o Arch não é uma distro especial, tu consegue fazer tudo nas outras distros, mas eu uso ele por causa dele ser roling release, ai os programas que eu uso acaba tendo mais features -- o i3wm do Debian (mesmo o unstable) não têm um suporte bom pra arrastar as janelas com o mouse no modo tiling por exemplo.

Só que dá uma satisfação quando você consegue finalizar o seu setup no final do jeito que você quer. Eu instalei o meu Arch num SSD NVME com 256 GB, uma partição pra boot, outra pra boot UEFI e outra pra ser minha home, a home está encriptada com o LUKS e a unidade virtual dessa partição ta formatada em BTRFS, ou seja, segurança + snapshots -- sem contar as inúmeras customizações que fiz no meu Neovim, Fish, Tmux e afins pra melhorar meu workflow pra mim, e só pra mim. E tipo, eu tô feliz por ter realmente entendido isso, e não por ter conseguido de fato, o processo faz sentido e não é mais difícil, e é só isso que importa.

Ta aqui meus dotfiles caso esteja interessado OP!

https://github.com/kevinmarquesp/.dotfiles/

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Que bacana, um dia chego lá também.

Fazem anos que utilizo somente distros Linux, e atualmente (uns 3 anos) estou no PopOs. Partir para o arch é algo que me permeira as ideias faz um tempo. E apesar de ontem (sem brincadeira) surgir um notebook (de trabalho) dual core na minha não acabei instalando o debian minimal e estou testando algumas coisas, indo de encontro com o post, e inspirado por ele, acredito que vou pivotar para o arch nesse note dual core e posteriormente migrar o SO do meu note pessoal também.

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Acho a ideia de se aventurar no arch Linux e em editores como Vim legal.

Já me aventurei no emacs durante a minha graduação, antes de ter qualquer contato profissional em desenvolvimento de aplicações.

Depois quando comecei a trabalhar e usar editores como PHPStorm ou VSCode, não enxergo um mundo em que emacs realmente seja melhor que eles. Eu acho que é mais pra um público entusiasta mesmo. Mas é só a minha OPINIÃO.

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Ótimo artigo. Eu sempre recomendo Linux pra todos muito por ser o sistema confiável e customizável, e que te impulsiona a fazer as coisas por si mesmo. Arch é difícil, mas pra quem tem tempo vale muito a pena.

Pra quem tá a fim de aprender algo novo e tem paciência pra quebrar a cabeça, qualquer distro Linux nesse pique se encaixa perfeitamente.

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Eu sou mau acostumado com Linux Mint, que acaba entregando uma refeição pronta ... mas também sei que muitas vezes a instalação vai pro vinagre e nem sei ao certo o que aconteceu. Consigo andar pelo sistema de arquivos, mas sinto que falta por mais a mão na massa! A minha dúvida é por exemplo, poderei instalar o vscode, python, javascript, etc, etc?! Veja são questionamentos bobos, peço que me perdoe. Usuário linux não deve ser acomodado e ja experimentei pop os, ubuntu e muitas vezes o que me derrotou foi a configuração de Hardware e software. Enfim ... gostaria de tentar o Arch Linux. Grato por compartilhar!

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Entendo o seu medo de vir pro Arch Linux e ter algo que você utilize e não tenha suporte. Mas, pode ficar despreocupado, o Arch Linux tem suporte sim!

A maioria das coisas que outras distros possuem o Arch Linux também possui. Tem uma ferramenta chamada AUR (vem de Arch User Repository), que é simplesmente um "repositório dirigido pela comunidade". Tem quase tudo lá.

O Arch Linux também é bem conhecido pelo pacman (package manager) já que ele é bem eficiente, rápido e prático. Os pacotes são atualizados constantemente.

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Cara, grato por responder meus questionamentos! Tem muita gente que quer participar do universo Linux, mas quer soluções mais rápidas de instalação. A questão é: Qual a diferença dessa ação? Não será um pouco da (falta) cultura do usuário Windows? Conhecimento faz toda a diferença!

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Veja que o Mint é uma distribuição baseada no Ubuntu. Da mesma forma, existem diversas distribuições baseadas no Arch.

A Manjaro é uma dessas. É simples de instalar, as atualizações são mais semanais (a menos que seja de segurança).

Eu diria que bastam alguns cliques para instalar mais de 95% do que precisas dos repositórios oficiais. Algumas coisas estão no AUR que é o repositório mantido pelos usuários. Algumas coisas mais específicas precisam ser compiladas e podem ser simples ou uma dor de cabeça.

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Eu já desisti de tentar usar Linux como SO principal.
O WSL (Windows Subsystem Linux) do Windows é tudo que eu preciso.
Só uso Linux quando necessário, ou seja, em servidores, no trabalho ou em casa para fazer testes ou aprender mais.
Eu sempre acabo perdendo dados, tendo dores de cabeça com drivers, placa de vídeo, impressora multifuncional, webcam, jogos, documentos do MS Office, etc.
Talvez quando for trocar de computador eu já fique de olho em algum com a certeza que tudo irá funcionar, então darei mais uma chance ao Linux.
Também estou pensando em pegar um notebook velho e parado que eu tenho e fazer dele um servidor de algo em Linux.