Em 2019, eu prestava consultoria para uma startup. O projeto estava indo relativamente bem: um sistema monolítico, mas bem organizado por contextos. Era um MVP, e o time corria contra o tempo para validar a ideia no mercado.
Mas aí os donos ouviram falar sobre microserviços — afinal, "grandes empresas usam", né? Chamaram outro consultor, que, apesar de nunca ter construído um microserviço de verdade, vendia a ideia como solução mágica. Eu alertei sobre a complexidade envolvida: orquestração, observabilidade, resiliência, deploys independentes, DevOps forte... Mas a ideia dos microserviços vendeu melhor.
Resultado: o projeto travou. A complexidade cresceu exponencialmente, o sistema nunca foi entregue, e a startup acabou falindo por não conseguir atender os prazos. Os investidores surtaram.
Hoje, vejo muita gente construindo uma API separada do front-end e chamando isso de microserviço. Ilusão total. Separar front e back com uma API não transforma sua arquitetura num microserviço. É só uma aplicação desacoplada — e olha lá. 😅