Go Horse: A Filosofia de Programação Que Resolve Agora, Mas Cobra Depois!
Todo dev já passou por isso: cliente cobrando, prazo estourado, e você só quer que o código funcione, de qualquer jeito. É nessa hora que surge o Go Horse, a famosa filosofia não oficial da programação com um lema simples: se funcionou, tá ótimo. Vamos falar sobre essa abordagem, por que ela ainda é tão usada e onde ela pode te levar.
O Que é Go Horse?
O Go Horse é aquela abordagem de desenvolvimento rápida e improvisada, onde o objetivo é só um: entregar o que foi pedido. Boas práticas, testes e arquitetura? Não hoje. Aqui, o lema é "faz rodar agora, depois a gente vê". Se você já ignorou uma regra de código limpa ou pulou testes só pra conseguir entregar algo, bem-vindo ao Go Horse.
Na prática, significa cortar etapas importantes, como planejamento e validação, para fazer o projeto andar. Isso pode funcionar bem em curtos prazos, mas, a longo prazo, pode gerar sérios problemas.
As Leis Não Escritas do Go Horse
- Funcionou? Tá ótimo!: Se o código rodou, é missão cumprida. A qualidade do código é secundária quando a meta é cumprir o prazo.
- Documentação? Só se sobrar tempo: O código funciona e você tem memória boa, certo? Então pra que parar pra documentar? (Spoiler: vai fazer falta mais tarde).
- Teste é na produção: Pra que fazer testes locais ou automatizados se você pode descobrir os bugs no ambiente real?
- Gambiarra é solução: Se uma gambiarra resolve o problema agora, é a melhor solução. Afinal, "depois a gente refatora".
- Refatorar é luxo: O código está rodando. Se mexer, pode parar de funcionar. Melhor deixar como está.
- Correção ao vivo: Ajustes direto na produção, porque fazer isso em ambiente de teste não dá a mesma adrenalina.
O Preço do Go Horse
O problema do Go Horse é que ele funciona... mas só no curto prazo. A dívida técnica, ou seja, o acúmulo de problemas e gambiarras que precisam ser resolvidos, vai crescendo, e um dia alguém (provavelmente você) vai ter que encarar isso. O código vai ficando confuso, difícil de manter e cheio de armadilhas.
Além disso, a falta de testes e boas práticas aumenta o risco de bugs críticos aparecerem em momentos inconvenientes, como no meio de uma entrega importante para o cliente. E quando esses problemas surgem, o retrabalho é inevitável.
Por Que o Go Horse Sobrevive?
Apesar dos problemas, o Go Horse continua vivo em muitas equipes. Isso acontece porque ele entrega rápido. Quando o prazo já passou e o cliente está pressionando, o Go Horse dá resultados imediatos. Não é o código mais limpo, nem o mais eficiente, mas resolve na hora.
Em projetos experimentais ou protótipos, onde a velocidade é mais importante que a perfeição, ele pode ser útil. Mas se você seguir nesse ritmo por muito tempo, o resultado será um código impossível de manter.
Como Evitar o Go Horse: Alternativas Simples
Para não cair nas armadilhas do Go Horse, existem alternativas simples que podem ser aplicadas no dia a dia:
- Testes básicos: Não precisa de uma suíte de testes supercomplexa, mas incluir testes mínimos ajuda a evitar problemas maiores na produção.
- Documentação leve: Não precisa de uma documentação completa, mas anotar pontos-chave do sistema já ajuda muito a evitar dores de cabeça no futuro.
- Correções planejadas: Tente evitar correções direto na produção. Um ambiente de teste básico pode evitar grandes catástrofes.
- Refatoração contínua: Ao invés de deixar a bagunça crescer, faça melhorias pequenas e constantes no código. Isso mantém a qualidade sem exigir grandes reformulações.
Conclusão: Cavalgar Com Cautela
O Go Horse já salvou muitos devs na corrida contra o tempo, mas ele tem seu preço. Saber quando usar essa abordagem e quando parar para respirar, organizar e melhorar o código é o segredo para não transformar pequenos problemas em grandes pesadelos.
Use o Go Horse com moderação e, sempre que possível, invista em um mínimo de boas práticas. Afinal, uma hora o cavalo cansa, e ninguém quer estar na posição de consertar a bagunça depois.