Li o seu texto e fiquei bastante surpreso com o último parágrafo sobre a sua possível desistência. Não me considero um programador de elite, mas, ao longo da minha carreira, construí algumas coisas tanto para mim quanto para empresas. O que torna a programação tão especial é que ela é um conhecimento acessível a todos e, sim, desafiador. Pode ser que a pessoa que comentou algo sobre sua trajetória realmente não entenda a complexidade do processo de programar – e tudo bem.
Talvez eu soe um pouco direto, mas peço que entenda: pensar em abandonar a programação parece quase como negar tudo o que você construiu até agora. Aos 23 anos, após uma demissão que me abalou profundamente, eu também pensei em desistir. Na época, escrevi algo parecido e postei no LinkedIn (algo do qual me arrependo bastante hoje). Mas uma frase simples me fez continuar: "Eu preciso saber como essa história termina." Por mais clichê que pareça, toda caminhada é cheia de obstáculos, e é comum a nossa geração esperar resultados imediatos, ou se tornar o melhor da noite para o dia. Isso simplesmente não acontece.
O impacto que essa situação teve em você pode estar ligado ao seu ego. Uma coisa que sempre me ajuda a manter o interesse em qualquer assunto é assumir que sei muito pouco sobre ele e estar aberto a aprender, sempre reconhecendo que nunca serei "o melhor". Isso não é fraqueza; é força. Ter ego é importante para manter a confiança, mas deixar que ele domine – seja por pressão interna ou externa – pode se tornar uma grande armadilha.
Siga em frente. Desistir agora seria deixar a história pela metade. Mesmo que você não alcance exatamente o que almeja, poderá sempre dizer que deu o seu melhor, que lutou até o fim. E isso, por si só, já faz toda a diferença.