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Aprendizandos vindos do meu primeiro ano como desenvolvedor estagiário

Neste mês de dezembro, completei um ano atuando como desenvolvedor estagiário de forma remota.

De antemão, já adianto: nenhum ano de estudo, nem mesmo com muito foco, me proporcionaria o aprendizado que tive nesse período. "Caramba, então eu sei tudo e sou um ótimo desenvolvedor?" Claro que não! Muito pelo contrário.

Abaixo, compartilho os principais aprendizados e conselhos que tirei desse primeiro ano:

Aprendizado real
O aprendizado mencionado anteriormente não se limita ao técnico. Durante esse tempo, aprendi coisas que, provavelmente, nenhum curso me ensinaria. Entre elas, destaco: lidar com prazos, pedir ajuda na hora e na medida certa, comunicar-se de forma assertiva com colegas e, principalmente, lidar com frustrações.

Frustração é, talvez, a palavra que melhor define meu primeiro ano. A principal conclusão que tirei disso é que, hoje, dou menos importância a "cursos" genéricos e busco aprender de maneira mais direcionada. Por exemplo: se me deparo com uma situação no trabalho onde acredito que a implementação de um HashMap seja adequada, eu assisto uma aula ou leio a documentação específica sobre o assunto, sem perder tempo com cursos ou aulas extensas.

Ser dev é mais difícil do que eu pensava
Ser desenvolvedor vai muito além de escrever código. Antes de começar o estágio, minha visão estava completamente voltada para isso: desenvolvedores escrevem código, e, para mim, era só isso. Porém, além de programar, você precisa lidar com performance, entender regras de negócio, avaliar os impactos que sua implementação pode causar no sistema e enfrentar uma série de outros desafios.

E, além de ser difícil, nosso trabalho pode ser monótono às vezes. É necessário aprender a lidar com isso. Caso você ainda não tenha passado por essa experiência, imagine ficar dias tentando resolver o mesmo problema sem nenhum avanço. Vivi isso várias vezes durante o ano e, pelo visto, ainda vou enfrentar esses momentos por mais algum tempo ou talvez até me aposentar.

Cuidado com comparações
Durante este ano, conheci muitas pessoas: algumas no mesmo nível que eu, outras mais experientes, e algumas ABSURDAMENTE mais experientes. Comparar-se a elas é quase inevitável, mas meu conselho é: use essas comparações como motivação. Aproveite esses momentos para se inspirar e buscar aprender ainda mais, para que, no futuro, você também resolva problemas com a mesma rapidez e habilidade que seus colegas mais experientes demonstram.

Outro ponto importante: no início da carreira, com pouca experiência, você provavelmente ainda não consegue avaliar se a solução que alguém está aplicando é realmente boa para o problema. O colega que você considera mais experiente pode, na verdade, estar cometendo um baita erro, enquanto você acredita que ele está implementando uma solução excelente.

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Parabéns, mas não sei se estágio remoto é uma excelente ideia. Pode ser útil, certamente absurdamente melhor que nada, e dependendo da empresa e do estagiário o resultado pode ser próximo. Tá difícil, uns obrigando pessoas experientes com capacidade comprovada e trabalha melhor remoto ou pelo menos 80% remoto, ficar presencial (muitas vezes preferem perder essa pessoa) e colocam estagiário para aprender à distância (pelo menos não vão mandar servir cafezinho :D). #ficaadica.

Uma coisa que eu não costumo falar diretamente, mas vou aproveitar para falar para todos que leiam aqui, que estágio pode ser ótimo, mas também pode ser trágico. Se a empresa tiver uma cultura ruim, profissionais ruins, o estagiário aprenderá o erro, o treinará, ajudará a empresa fazer errado, depois vai arrumar outro emprego e fará mais errado por lá e depois ensinará o próximo estagiário fazer errado. E o estagiário não sabe se estão lhe ajudando na formação correta ou não, caso contrário, ele não precisaria de estágio. Esse é um problema que não vejo solução fácil e que as pessoas aceitariam. Só e não ser orbigado a aceitar algo ruim proque precisa do dinheiro já é um privilégio.

Veja bem, não estou falando que a careira da pessoa certamente estará arruinada, pode ser até que fique bem, mas a capacidade de fazer engenheira de software da forma correta tem chance razoável da pessoa não conseguir mais.

Eu sei que a pessoa fica desesperada por um estágio e não costuma ser prudente recusar nenhum, e novamente, ele não sabe avaliar onde está entrando, mas escolher um bom (primeiro) estágio fará toda a diferença em como será a carreira da pessoa. Não estou dizendo que o OP fez uma escolha rui, nem tenho como saber.

Mesmo as pessoas sabendo que não sabem tudo, a atitude geral é um pouco essa em muitas pessoas, se não como estagiário, é em muitos casos quando ela ganha alguma experiência, inclusive faz o que eu falei a cima e sempre repito de abraçar o erro com se sua vida dependesse dele. É muito difícil perceber que está fazendo isso, até porque existe cada vez mais a confirmação que "está certo" vindo de bolhas (pequenas ou grandes) que também aprenderam errado. #ficaadica2 aproveita quem quer e tem neurônios ativos suficientes para isso.

Comecei lendo as dicas e me pareceram boas, óbvia para alguns, mas não para outros, então tem valor.

Um curso pode ensinar lidar com prazos, e de fato os que eu fiz ensinavam, não sei se piorou tanto assim, mas pode ser, a última vez que dei aula, mandar avaliar o aluno entre "passou ou não passou", não tem gradações, curiosamente deixam ser subjetivo, o que abre espaço para vários problemas, mas também dá uma chance de um ou outro caso a avaliação ser mais justa. De qualquer forma a avaliação de quase todos os cursos hoje é: "passou", já acontece até mesmo em algumas universidades públicas renomadas.

Lidar com frustrações é algo que deveria ter curso próprio. E dependendo da pessoa (para que cada vez mais) precisa ser individualizado, isso chama-se terapia (antes chamava-se pais educando os filhos, mas eles abdicaram disso, hoje os filhes querem sentar na janelinha, específica e provavelmente se tiver uma moça que deixa, em seguida vai querer outra).

Curso genérico é ruim, cursos geral, completo, profundo, até mesmo teórico, lento, sem pular etapas, que prepara em cada ponto no momento certo, que ensina raciocinar e entender os problemas e soluções, e jamais entrega receitas de bolo, que não se apega à tecnologias específicas, pelo menos na maior parte do tempo, porque se o curso for bom e a pessoa tiver capacidade (teve boa escola básica) ela aprenderá qualquer tecnologia sozinha ou com mínima ajuda (será necessário para a maioria, isso é normal, poucas são privilegiadas de ser verdadeiramente autodidatas).

Aprendizado estruturado sempre deu melhores resultados, embora em certo momento da carreira sob demanda se torna a norma, mas ainda terá jeitos certos ou errados, e precisará saber qual fonte deve usar. Algo oficial, clássico, curado, sempre é melhor que um videio, que pode ser usado como complemento. E falo isso sem medo de ser taxado de antiquado ou querendo privilegiar algo meu existente que é texto, porque vou começar meu canal. Estou falando contra ele.

Ser desenvolvedor é mais difícil que quase todo mundo pensava porque quase todo mundo está falando que é fácil. Já falei sobre aprender errado, se basear em crenças, reinar o erro e depois ensinar o erro? Brincar de programar é fácil (em termos), ser profissional na área, com P maiúsculo é das atividades mais difíceis que existe. Se está fácil você é um gênio ou um "jênio". Escrever código já é muito mais difícil do que as pessoas acham. pessoas inexperientes vão errar muito, por isso precisam de outras por perto por muito tempo. Muitas serão inexperientes pra sempre, conheço algumas com 30 anos na área assim, e essas é melhor não ter por perto, por motivo que já falei pelo menos duas vezes neste texto.

Gostei do "cuidado com comparações", muito melhor que o "não faça comparações". Ok, sei que eventualmente as pessoas falam isso como hipérbole, ou mesmo como bait, mas se não deixar bem claro depois do título, muitas pessoas vão entender errado.

Você precisa se comparar com os outros, você precisa de parâmetros, precisa de incentivo para melhorar. Só não vá ferrar sua cabeça, não faça ter o efeito contrário, não ache que você precisa ser tão bom quanto o fulano e ciclano e beltrano, entre outros, juntos, porque você seria a maior sumidade do universo, você não consegue ser bom em tudo. E você não precisa ser melhor que todo mundo, sendo melhor que os ruins pode ser que estará no topo da cadeia (ainda que um topo ampliado). E vai demorar para ser melhor até mesmo que os ruins quanto mais pressa, tentará, só não pode esmorecer. Você precisa ser o seu melhor. Se isso não for suficiente, faça como as pessoas mais experientes e inteligente fazem, e até mesmo empresas fazem, vá fazer outra coisa na vida onde possa estar entre os melhores (em espectro amplo).

Você não precisa ser Pelé, nem mesmo Vampeta, só precisa que os times bons queiram você. Se alcançar mais, ótimo. Se só os ruins quiserem você, ainda pode ser um bom resultado para você. Se ninguém quiser, não diga que está faltando time, é que você pode ser melhor jogador de basquete. Lamento se não conseguir jogar nada direito, veja o que pode fazer à respeito. (tudo isso é uma metáfora para os mais desatentos).

Em resumo (só essa parte eu peguei do ChatGPT, ele não está mais escrevendo isso, né? :) ), texto de quem está aprendendo a ser um profissional bom. Se a atitude for correta, que é a parte mais difícil, discursar é fácil, o OP tem grande futuro, pode se comparar com ele para começar. É fácil se perder no caminho, qualquer nuance diferente pode levar para o caminho errado, sei disso por experiência própria, e também por isso que sei que treinar o erro torna difícil desapegar dele, não estou falando dos outros, sei o trabalho que dá, o quanto tem que estudar, como é dolorido refletir tentando deixar vieses de lado.

https://www.tabnews.com.br/maniero/faq-do-programador-perdidao

S2


Farei algo que muitos pedem para aprender a programar corretamente, gratuitamente (não vendo nada, é retribuição na minha aposentadoria) (links aqui no perfil também).

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Olá! Fico feliz com o seu relato. A gente vê tanta gente perdida por aí que anima ver alguém no caminho certo. Vou deixar alguns comentários caso ajude outra pessoa:

nenhum ano de estudo, nem mesmo com muito foco, me proporcionaria o aprendizado que tive nesse período

Pois é! E já vi gente que nunca trabalhou na área negando uma oportunidade de emprego porque não era "a vaga ideal". No primeiro trabalho o objetivo não é ganhar bem ou estar na melhor empresa do mundo. O objetivo é ganhar experiência. Com experiência você consegue vagas melhores depois. Curso nenhum vai dar a experiência que o trabalho dá.

Durante esse tempo, aprendi coisas que, provavelmente, nenhum curso me ensinaria. Entre elas, destaco: lidar com prazos, pedir ajuda na hora e na medida certa, comunicar-se de forma assertiva com colegas e, principalmente, lidar com frustrações.

Sim. Mais uma vez, é o tipo de coisa que só o trabalho do dia a dia ensina.

Porém, além de programar, você precisa lidar com performance, entender regras de negócio, avaliar os impactos que sua implementação pode causar no sistema e enfrentar uma série de outros desafios.

Além disso, tem que ter bom senso e jogo de cintura pra lidar com opiniões e vontades diferentes da sua dentro da empresa. Às vezes é quase um jogo político. É a vida. Aliás, cursos também não ensinam isso.

E, além de ser difícil, nosso trabalho pode ser monótono às vezes. É necessário aprender a lidar com isso. Caso você ainda não tenha passado por essa experiência, imagine ficar dias tentando resolver o mesmo problema sem nenhum avanço.

Sim, ser um programador profissional é difícil. Alguns gurus por aí dizem que é só fazer o curso deles por 6 meses e sair empregado. Papo furado! Ser programador é uma profissão como qualquer outra. Ser um bom encanador, faxineiro, engenheiro, professor, cozinheiro ou vendedor também é difícil! Todo trabalho tem seus problemas e os melhores profissionais sabem lidar com isso.

Comparar-se a elas é quase inevitável, mas meu conselho é: use essas comparações como motivação.

Boa! A ideia é essa mesmo: olhe para desenvolvedores mais experientes como inspiração. Se eles conseguem, você também consegue! Precisa estudar e ter mais tempo de experiência, mas você chega lá.

Só pra ficar claro, não me oponho a fazer cursos. Acho até que é o primeiro passo mais lógico para iniciar a carreira. Mas assim que conseguir, entre num estágio ou trabalho!