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Opa, jogando meus 2 cents aqui! Trabalho com games há uns 10 anos e posso dizer que já vi muita coisa passar por baixo dessa ponte. Antes de mais nada, sempre digo que desenvolver jogos é algo extremamente difícil e é uma das profissões mais ingratas. Você precisa ser um engenheiro de software excepcional, mas o seu conhecimento técnico vai muito além do código e muito além de qualquer ferramenta.

O problema, ao meu ver, não é usar Unity, Godot, GameMaker, Construct, e tantas outras game engines por aí. E tão pouco, desenvolver apenas jogos indies. Pelo contrário, temos inúmeros exemplos de jogos feitos com essas engines que entregaram produtos espetaculares, de encher os olhos tecnicamente, que conseguiram virar e revirar a game engine de cabeça pra baixo, fazer ela dar cambalhota e dar estrelhinha. Se pesquisar um pouco mais a fundo vai ver que tem muito jogo bom, inclusive feito por empresas triple A. Tenho certeza que muitos desses profissionais conseguiram um emprego nessas empresas.

E aí que tá o "segredo". Conseguir um emprego em uma dessas grandes empresas, é no mínimo, a mesma dificuldade de você conseguir um emprego em uma das big techs. Vai exigir bastante estudo, bastante conhecimento, e um portfolio atraente. Aí que entram as tais game engines pra te ajudar nessa jornada. Então, na verdade TEMOS que aprender, usar e abusar das Unitys, Unreals, e Godots da vida. Até porque isso vai ser um grande "nice to have" na hora da entrevista.

Mas concordo com a segunda parte do texto. C++ é, e ainda será, a principal linguagem de programação para jogos altamente performáticos. Se fosse pra começar a minha carreira do zero, eu incluiria o C++ como parte dos meus estudos diários. Mas isso não quer dizer que, se você focou boa parte da sua carreira em C# (por exemplo) você não possa começar a estudar C++ agora.

Outros pontos que gostaria de explorar, mas vou deixar só uma pincelada pra não ficar muito longo:

  • Temos que refletir sobre essa romantização de trabalhar nas grandes empresas como se fossem o ápice da carreira como game dev. O mercado está mudando e a cada ano que passa temos uma base de usuários em games mobile que só cresce. Inclusive, essas grandes tem produzido mais conteúdo para esse mercado e acho que esse é o futuro à longo prazo.
  • Falando sobre indústria nacional. No momento, eu reconheço apenas duas empresas que estão na primeira prateleira competindo internacionalmente contra empresas de peso. A WildLife, e a Aquiris, que inclusive foi comprada pela Epic Games, e fez um rebranding da marca para Epic Games Brasil - um grande marco para a indústria nacional, diga-se de passagem. O que basicamente, significa que temos uma empresa triple A no Brasil.
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