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Potencialize seu banco de dados Oracle com PL/SQL

Hoje vim trazer um início do novo mundo que estou estudando nas últimas semanas, o monstro chamado PL/SQL. Espero que aproveitem a leitura.

PL/SQL: Procedural Language SQL

"PL/SQL é uma das tecnologias core da Oracle, sendo essencial para tirar o máximo potencial do banco de dados Oracle."

O que é PL/SQL?

Basicamente, o PL/SQL pega o SQL e o torna ainda mais potente, adicionando a capacidade de incluir lógica de negócios junto com as funcionalidades do SQL. Ou seja, você pode usar uma linguagem procedural que conta com estruturas de decisão e loops, assim como a possibilidade de criar variáveis e constantes para auxílio, além de outras muitas ferramentas.

A princípio, veremos os tipos de dados suportados pelo PL/SQL:

VARCHAR2(n): Conjunto de caracteres (string) de tamanho variável. n varia entre 1 e 4000 caracteres.

NUMBER(p, e): Representa um número com uma precisão de p e uma escala de e.

LONG: Conjunto de caracteres de tamanho variável até 2 gigabytes.

BOOLEAN: Valor binário.

DATE: Data.

CHAR(n): Conjunto de caracteres de tamanho fixo. O n máximo é de 255 bytes e o comprimento por omissão é de 1 byte.

BLOB, CLOB, NCLOB e BFILE: Tipos de dados para conteúdos binários até 4 gigabytes internos ou externos (BFILE) à base de dados.

RAW(n): Dados binários em bruto de comprimento variável. n máximo é de 255 bytes.

LONG RAW: Dados binários em bruto com um comprimento variável e de tamanho máximo igual a 2 gigabytes.

ROWID: String hexadecimal que representa o endereço único de uma linha numa tabela.

Agora veja como é feita uma declaração de variáveis:

identificador tipo_de_dados [(precisão, escala)] [NOT NULL] [:= expressão];

peso NUMBER := 20;

Seguindo com a declaração de constantes:

identificador CONSTANT tipo_de_dados [(precisão, escala)] := expressão;

pessoas CONSTANT NUMBER := 5;

Comentários suportados pelo PL/SQL: /*comentário*/ ou -- comentário

Os operadores seguem bem como os padrões de BD, porém os menos conhecidos e que são muito utilizados são: := para atribuição e => para associação.

Sabendo tudo isso, como posso fazer meu primeiro código em PL/SQL?

PL/SQL é uma linguagem estruturada por blocos, bloco esse definido por: DECLARE, BEGIN, EXCEPTION e END. Sendo somente obrigatórios BEGIN e END, finalizados com ; (ponto e vírgula). Onde tudo dentro de BEGIN será executado. Tudo que precisa ser declarado fica em DECLARE (variáveis, constantes e outros elementos como CURSORES).

Exemplo de bloco:

BEGIN
  DBMS_OUTPUT.put_line('HELLO WORLD!');
END;

Agora uma melhoria desse primeiro exemplo:

DECLARE
  l_message VARCHAR2(100) := 'Hello';
BEGIN
  DECLARE
    l_message2 VARCHAR2(100) :=
      l_message || ' World!'; 
  BEGIN
    DBMS_OUTPUT.put_line(l_message2);
  END;
EXCEPTION
  WHEN OTHERS THEN
    DBMS_OUTPUT.put_line(DBMS_UTILITY.format_error_stack);
END;

Note que dentro do bloco temos DECLARE e também EXCEPTION, ambos opcionais, mas que podem ser bem úteis. Temos também ||, que é usado para concatenação.

Nesses primeiros blocos de exemplos, eles não possuem nomes, logo são conhecidos como blocos anônimos. No entanto, blocos anônimos só funcionam no início e não escalam bem.

Para nomear um bloco, o ideal é fazer uma procedure ou uma função, para que então o bloco seja construído dentro de algum deles. O que basicamente cada um faz:

Procedure -> Usada para realizar uma ação.

Function -> Usada para calcular e retornar um valor.

Usando o primeiro exemplo dentro de uma procedure, ficaria assim:

CREATE OR REPLACE PROCEDURE hello_world AS
BEGIN
  DBMS_OUTPUT.put_line('HELLO WORLD!');
END;

Repare que agora, com a procedure, temos um nome para esse bloco. Veja que para a função ficaria bem parecido:

CREATE OR REPLACE FUNCTION hello_world RETURN VOID AS
BEGIN
  DBMS_OUTPUT.put_line('HELLO WORLD!');
END;

Ainda é possível lançar um parâmetro dentro de uma PROCEDURE. Faça isso após o nome da PROCEDURE, seguindo a seguinte ordem: parameter_name parameter_mode data_type.

EX:

CREATE OR REPLACE PROCEDURE nome_procedure (nome_parametro IN VARCHAR2)

A PROCEDURE deve ser chamada dentro de outro bloco, como se estivesse chamando uma função, por EX:

BEGIN
  nome_procedure('Parametro Varchar = String');
END;

SOBRE NOMES NO PL/SQL

Dentro do PL/SQL não existe case-sensitive, logo, não se faz diferenciação entre maiúsculas e minúsculas. Sendo assim, 'hello_world', 'Hello_World', 'HELLO_WORLD' são a mesma coisa para o PL/SQL.

Nomes de tabelas, views e procedures podem ser chamados de modos diferentes, mas são guardados da seguinte forma: NOME_PROCEDURE, ou seja, tudo em uppercase, podendo ser chamado das seguintes formas: nome_procedure, NOME_PROCEDURE, "NOME_PROCEDURE".

PL/SQL + SQL

PL/SQL é uma linguagem de programação de banco de dados usada em bancos de dados Oracle. Logo, em sua maioria, seus códigos são usados em conjunto com SQL. Você apenas escreve o que precisa em SQL dentro do PL/SQL. Temos como exemplo uma tabela de funcionários, com uma PK sendo o employee_id e outra coluna sendo o last_name. Eu posso buscar o último nome do funcionário que tenha o id 138 da seguinte forma:

SELECT last_name
  FROM employees
 WHERE employee_id = 138;

Agora, como eu faria a mesma busca usando PL/SQL, copiando o nome do resultado e colocando numa variável local, usando a cláusula INTO, ficaria assim:

DECLARE
  l_name employees.last_name%TYPE;
BEGIN
  SELECT last_name
    INTO l_name
    FROM employees
   WHERE employee_id = 138;
  DBMS_OUTPUT.put_line(l_name);
END;

Veja que temos algo novo nesse bloco, sendo ele o %TYPE. Ele é uma funcionalidade muito interessante que funciona de âncora, transformando o tipo da coluna SQL na variável do PL/SQL. Ou seja, como last_name é VARCHAR, logo, l_name também é VARCHAR.

Voltando ao bloco: de início, eu declaro a variável local (l_name) e então uso a âncora de tipo de dado (%TYPE). Em seguida, é executado tudo, guardando o resultado na variável l_name.

Claro que é perfeitamente possível fazer também DELETE, UPDATE e INSERT usando PL/SQL. Mostrarei agora alguns exemplos básicos deles.

Em um cenário que é necessário excluir todos os funcionários do departamento 10 e, após isso, mostrar a quantidade de linhas que foram afetadas com essa execução:

DECLARE
  l_dept_id employees.department_id%TYPE := 10;
BEGIN
  DELETE FROM employees
       WHERE department_id = l_dept_id;

  DBMS_OUTPUT.put_line(SQL%ROWCOUNT);
END;

Note o comando SQL%ROWCOUNT; ele é usado para mostrar a quantidade de linhas afetadas. Ele entra na categoria de cursores, mas é um tipo especial. Depois, vale a pena um texto só sobre cursores, os especiais e como criar os seus próprios.

Atualizando todos os funcionários do departamento 10 com 20% a mais de salário:

DECLARE
  l_dept_id employees.department_id%TYPE := 10;
BEGIN
  UPDATE employees
    SET salary = salary * 1.2
   WHERE department_id = l_dept_id;

  DBMS_OUTPUT.put_line(SQL%ROWCOUNT);
END;

Inserindo um novo funcionário na tabela:

BEGIN
  INSERT INTO employees (employee_id
                       , last_name
                       , department_id
                       , salary)
       VALUES (100
             , 'Feuerstein'
             , 10
             , 200000);

  DBMS_OUTPUT.put_line(SQL%ROWCOUNT);
END;

Por aqui, finalizo a introdução sobre PL/SQL. Caso tenha se interessado, não deixe de ver os links das fontes: Oracle e Medium, creditado ao @alexjosesilva.

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Parabéns pelo post! E obrigado por compartilhar. É legal ver outros se aventurando na da programação dentro do banco de dados.

PL/SQL é uma ferramenta incrível para quem realmente quer dominar a arte de programação. E não se trata só de PL/SQL no Oracle, mas também do pgSQL no Postgres, inclusive com suporte à JavaScript, ou até funções nativas em C para o SQLite.

Programar direto no banco é poderoso, eficiente, e, sinceramente, muito mais divertido! E tem muita gente por aí ainda discutindo qual ORM é o melhor... Hahaha, mal sabem eles o que estão perdendo!

Um abraço e bons estudos!

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Porém colocar regra de negócios no banco de dados é de uma burrice sem tamanho, gerando acoplamento desnecessário.

Outro ponto é o fato de ser Oracle, um banco que se perdeu no tempo, deixando muito a desejar. O PostgreSQL hoje em dia é muito superior ao Oracle em vários aspectos.

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Se não colocar a regra de negócio no banco de dados, como consegue garantir a qualidade/integridade dos dados, se estes forem alterados fora da aplicação. No caso Oracle se eu aceder aos dados a partir do cliente sqlplus por exemplo e modificar dados, como garantir a consistência?

Quanto ao Oracle se ter perdido no tempo, não me parece que tenha estado com atenção às versões que têm sido lançadas... podemos ter queixas do custo, mas de funcionalidades não vejo atraso nenhum :-)

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Quem trata de regra de negócio é o backend, o ORM só deve validar os dados e se comunicar com o Banco, q por sua vez só deve armazenar e recuperar os dados. Pra que serve o backend na tua visão já que quer fazer tudo direto no banco de dados?

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Em ciência da computação quando finalizei lá em 2001 a regra de negócio era inserida no db, desde então trago isso em todo meu desenvolvimento client/server independente de backend/middleware/frontend.

Processamento muito mais rápido quando o próprio db executa a regra em seu core, do que depender de um backend enviar todas transações, além de você minimizar quantidade de código do backend. Costumo deixar o backend principalmente para crud e consumo de api, o máximo que eu puder fazer de regras no db eu faço!

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Isso é algo pessoal seu, não tem nada a ver com ser melhor ou pior. Não adianta sair criticando meio mundo só pq fazem as coisas diferente do que era feito em 2001, as coisas mudam, evoluem e se transformam, tecnologia é assim.

Em 2001 Fortran era mais utilizado do que Python para analise de dados, hoje a maioria nem sabe o que é Fortran.

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Quem criticou foi quem falou que era uma burrice sem tamanho, apenas coloquei meu ponto de vista. Fortran 1960 meu amigo, 2001 era java e continua sendo... Qual o seu ponto de vista?

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Fortran tinha bastante relevância nos anos 90 e início dos anos 2000, mas nunca chegou a ser uma linguagem comercial como Java é até hoje. O principal trabalho feito em Fortran é a Lapack, q foi escrita em Fortran 77 e é usada por debaixo dos panos em qualquer sistema que envolva o mínimo de Álgebra Linear, utilizando o frontend Blas.

A questão de regra de negócio é mínimamente de implementação, uns utilizam no banco, outros no backend, outros delegam para o ORM e também existem os boçais que ligam o frontend diretamente no Banco de Dados sem nenhum tipo de validação. Todos tem problemas e todos tem alguma vantagem, no meu ponto de vista programação é algo social, você usa o que o seu time decidir usar, gostando ou não.

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PLSQL é bizarramente bom! É possível consumir uma API diretamente por ele... coisa de doido!

O único problema, é que acho bem difícil fugir da regra de "não deixar a regra de negócio no banco". Pra mim, ele é perfeito pra isso.

Belo post!

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Agora que vi que minha frase ficou com duplo sentido. Eu exaltei uma nova funcionalidade. Ficaria melhor se eu tivesse falado:

é possível ATÉ SERVIR uma api diretamente por ele

Você precisa apenas de um NGINX e o banco de dados para servir uma api inteira, é magnífico

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Se curtiu a ideia de uma API nativa no Oracle, recomendo dar uma explorada no postgrest com PLV8. É uma combinação poderosa para desenvolver data-driven APIs poderosas e eficientes com pouquissimo código!

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Belo texto camarada mas so pra avisar que Long e LongRaw foram descontinuados.
Aconselho o uso de BLOB, CLOB, NCLOB e BFILE.
O bloco exception funciona como um Try Catch então se é um novato antes de usar aprenda sobre controles de exceção.
O PL/SQL também tem uma maneira própria de fazer junção de tabelas(JOIN).
Você coloca as tabelas no from e no where as colunas que são chave.