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Educação tradicional e seus possíveis impactos no ambiente ágil atual:

Sempre que estou estudando entendo claramente como tudo que aprendo sobre educação de crianças de forma positiva (Apego seguro), Desenvolvimento da mente humana e como ser uma boa líder profissionalmente, Se encaixam completamente e na minha opinião, essa é a explicação perfeita de porque temos atualmente tantos líderes que impõe suas decisões. Escrevi esse artigo a um tempo e adorei essa iniciativa, queria muito a opinião de outras pessoas sobre ele sendo concordando ou discordando... Resolvi então compartilhar aqui com vocês para enriquecer essa discursão que atualmente está apenas em minha cabeça. Então vamos lá...

A infância vai com você para todos os lugares pelo resto de sua vida, sua criança interior é o que te ajuda até hoje na tomada de decisões e controla teus medos e traumas (De forma inconsciente).

A falta de olhar para a infância faz com que você tire conclusões precipitadas sobre suas reações emocionais sem considerar que tenham mais a ver com coisas em sua própria historia que estão sendo revividas do que com o que está acontecendo no momento, e o padrão funciona assim: Quando você reage com raiva ou outro sentimento exagerado a alguma demanda de alguém em seu convívio, é porque essa é a forma como aprendeu a se defender de sentir o que sentia quando era criança.

A grande diferença é que quando somos adultos podemos assumir a responsabilidade como adultos e mudar a forma que nossa criança achou de nos proteger da nossa infância, buscando cursos, livros de autoajuda, e-book’s de como ser uma “pessoa melhor”.

Entendendo isso resolvi criar artigos para correlacionar as 3 coisas (Educação positiva, Líder ágil e como funciona e se desenvolve a mente humana) e tornar publico o que venho aprendendo e assim me tornar alguém mais comunicativa (como EU era antes da minha educação tradicional) já adianto que esse vai ser o primeiro de outros artigos que virão.

Primeiro quero falar um pouco sobre a educação tradicional e o que ela fez com as pessoas que tiveram esse tipo de ensinamento.

Nessa forma de educar a base é castigos e recompensas, ela gera medo, imposição, opressão, e polda a verdadeira personalidade da pessoa que está sendo “educada”, eu particularmente chamo de domesticação de seres humanos, Porque vejo essa estrategia a mesma que usamos para ensinar a um cachorro ou a um gato o que é certo ou errado, ensinamos nossos filhos que dizemos amar tanto da mesma forma que um cachorro.

Quando “educamos” alguém assim geramos nessa pessoa um receio de sofrer castigos e o medo de fazer algo errado não porque a pessoa entendeu que é errado fazer mas sim porque está com medo de não ganhar a recompensa (atenção dos pais) e não agradar os adultos.

A criança desenvolve a necessidade de captar a atenção das pessoas, e a sensação de recompensa nisso é tão boa (Pois não está sendo punida nem castigada) que começa a fazer o que os outros querem que ela faça, e vai aos poucos deixando de ser ela mesma pois entende que precisa deixar de ser e se expressar de forma natural para deixar de ser castigada e merecer amor e atenção, ela entende que quando se expressa não é amada e não é vista, logo passa a fingir ser o que não é apenas para agradar e ser suficientemente boa para outras pessoas criando assim um “falso eu”. Com esse tipo de educação (se é que podemos chamar assim…) Viramos cópias das crenças de nossos pais, que já eram cópias das crenças dos pais deles (Um ciclo de gerações), Perdemos nossas inclinações naturais nesse processo de “educação”.

Em adultos, essa domesticação é tão forte que não precisam mais que ninguém os domestique, pois já perderam a assertividade natural, foram poldados a cada tentativa de se expressar, acharam que o “problema” era eles e que sua forma de ser estava errada porque era sempre castigada cada vez mais, e agora levam TUDO pro lado pessoal, são tão bem treinados a não fazer perguntas que passam a presumir e tirar conclusões que por muitas vezes estão desconexa com a realidade, viraram adultos que não conseguem nem comunicar o que realmente querem com medo do que a outra pessoa vai pensar, ou simplesmente pelo medo de receber um “não”,no fim, nós adultos educados de forma tradicional passamos a ser nosso próprio treinador, punimos a nós mesmos quando não seguimos as regras socialmente aceitas e nos premiamos quando somos “bonzinhos”, nos culpamos o tempo inteiro por não falar algo, ou não fazer algo, criamos um Juiz interno que julga até o que devemos ou não pensar, e isso é tão bem implantado na nossa vida que mesmo quando nos damos conta e somos expostos a novos conceitos descobrimos que essas regras ainda controlam nossa vida, o que quer que vá contra o que aprendemos na domesticação trás o medo de não ser aceito a tona, criamos a necessidade de ser reconhecidos e amados mas não amamos a nós mesmos pois nos foi tirada essa capacidade na domesticação, achamos que nós que estavamos errados em ser quem eramos de forma natural e nos poldamos para nos encaixar as expectativas dos nossos pais, que nos impunham regras de convivência e como se portar, porque na visão deles era assim que se “preparava um indivíduo para vida dura na sociedade”, foi assim que eles aprenderam e assim que os pais deles aprenderam, mas chegando nesse século finalmente podemos observar que a conta não fecha, afinal, como ser minimamente criativo sem liberdade?

Mas olhe bem, se não ficou bem claro vou enfatizar, O problema da nossa sociedade atual não está nas pessoas, não está nos “adultos autoritários”, a “culpa” não é dos indivíduos, Não é dos seus pais, eles apenas são vítimas, a “culpa” é do sistema em que cada adulto hoje e os que passaram, foi inserido na infância, Não procure pessoas ruins, procure os sistemas ruins.

A educação tradicional que vem sendo passada a gerações é um exemplo de sistema ruim.

No mundo ágil vemos resultado dessa domesticação em líderes que impõe suas vontades e suas regras em seus colaboradores, são autoritários e controladores , porque para eles não há outra forma de pedir algo sem ser impor e que para serem bons tem que se reeducar totalmente, criar hábitos novos, Fazer um processo de quebra de ciclo e autoaceitação, o que mais vemos hoje em dia são adultos fazendo cursos de Inteligência emocional porque foram privados de aprender isso na infância.

O mundo da agilidade tem uma grande relação com a forma de educar positivamente, observando isso veremos porque a educação tradicional é inimiga da agilidade.

Quando aprendemos como ser ágil, aprendemos a integrar processos, simplifica-los, incentivar a colaboração, aumentar compromissos e a ter metas e objetivos compartilhados, e nisso enfrentamos muitos empecilhos, pois muitas vezes temos que aprender isso na fase adulta já que na nossa educação tradicional fomos privados disso, fomos impedidos de nos auto organizar, sempre tinha alguém para nos ditar o que fazer, sempre tinha vários nãos que nos fazia ter medo das novidades de testar e experimentar o novo, ainda hoje ainda vemos muitas pessoas que são assim e ficam presas a burocracia porque o “livro de crenças” passado por gerações dessa pessoa a faz se sentir segura porque ela conhece tudo e afinal o novo é algo desconhecido e dá medo, nossa criação foi baseada no medo e em evita-lo, logo aprendemos a ter pavor de mudanças e nos tornamos indivíduos estagnados na mesmice.

O Ágil veio mudar isso assim como a educação positiva, com eles devemos ter uma mudança de pensamento porque a que foi enraizada em nós, nos faz limitados, nessa visão sabemos intuitivamente que tudo está ao contrário e errado e mesmo assim seguimos por medo e insegurança.

Tanto na agilidade quanto na educação positiva temos as seguintes coisas:

  • Erros são oportunidades de aprender. Tomadas de decisões envolve o auto-conhecimento
  • Interferências externas, atrapalham as equipes, assim como as decisões familiares.
  • A família é uma equipe autoorganizavel ( Cada um tem seu papel),semelhante as equipes ágeis.
  • Ambas Tem objetivo compartilhado e decisões em conjunto (lazer,educação,alimentação), (modificações,horários...)
  • Todos precisam de um timebox de funcionamento para iniciar suas obrigações e tempo de resposta.
  • Na educação positiva usamos a comunicação não violenta e encontramos várias formas de falar o que queremos com palavras positivas e diferentes (treinamento perfeito para o mercado de trabalho)
  • Ser um líder ágil requer transparência e confiança, criar um ser humano também, A Transparência cria laços.
  • Como líder trabalhamos com criatividade e isso requer empatia, assim como criar um ser humano
  • As crianças devem ser protagonistas da sua educação assim como os dev do seu trabalho (O processo de aprendizagem começa de dentro)
  • Como líderes alem do raciocínio, precisamos abordar o estado emocional da equipe e isso é o papel que a mãe faz o dia inteiro quando se dedica a cuidar do seu filho
  • Fazemos perguntas poderosas, para instiga-los (desenvolvedores e filhos)
  • O experimento maximiza os resultados.
  • Balanceamos os conhecimentos adulto/criança, assim como dev e Líder. ( é bobagem pensar que não podemos aprender nada, todos tem algo a ensinar)
  • Trabalhamos com feedbacks constantes, enaltecendo os bons comportamentos (pois deles que vem a motivação) e mostrando os ruins para que possa ser melhorado.
  • A criança precisa de previsibilidade de eventos, assim como o adulto ao
    fazer as suas listas de atividades diárias.
  • definimos passos a serem seguidos em busca da evolução e maturidade do time;
  • evita dar ordens, faz solicitações**: (solicita ações)**
  • Faz o outro entender a sua responsabilidade e se perceber dentro do trabalho
  • Gerar confiança
  • Demonstra equilíbrio emocional
  • Procura ver como fala com as pessoas ( Tom de voz)
  • É Justo, firme e Flexível
  • Gera Motivação ( compartilhar soluções, ideias, )
  • Tem uma boa comunicação para fazer o trabalho fluir bem
  • É um exemplo para a equipe

No caso Mães que exercem a educação positiva são indivíduos perfeitos para o cargo de liderança pois exercem ela naturalmente no lar, ok? elas sabem que criando um ambiente seguro para liberdade, a criatividade flui sem limites e que podemos até nos beneficiar com isso nos permitindo conhecer e nos relacionar com pessoas incríveis (crianças) e permitindo aos seus filhos se conhecerem o suficiente para controlar suas emoções e assim alcançar a inteligência emocional que carece em muitos adultos atualmente.

A pergunta que fica é: se pudermos mudar na nova geração precisaríamos ensinar inteligência emocional para adultos? não se tornaria algo natural a eles?

Desculpa se pareceu confuso, espero ter passado um pouco da visão que tenho aqui, espero que seja uma discursão interessante :D

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Olá Elaine,

achei bem interessante a correlação que você sobre a abordagem Ágil e a educação positiva.
Sou programador e estudei pedagogia, então pra mim foi bem útil o que você escreveu.

Como aqui se trata de um fórum de tecnologia, acho que seria interessante você deixar explícito no título e na introdução uma referência a abordagem ágil.

Porque o título me remeteu a assuntos pedagógicos.. o que me chamou a atenção, mas não é propósito dessa rede.

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Elaine, deixei para ler esse artigo com calma e achei muito interessante, obrigado por trazer esse tipo de assunto para cá! A rede do TabNews é pequena ainda (não lançamos o site oficialmente) então espero muito que no futuro publicações assim profundas tragam um engajamento maior 🤝

E no passado fui lider de tecnologia e cometi vários erros, mas um dos piores foi ter abusado desse aqui:

A família é uma equipe autoorganizavel ( Cada um tem seu papel),semelhante as equipes ágeis.

Eu cheguei a um ponto de colocar na fogueira a necessidade de qualquer tipo de liderança, pois eu achava que as pessoas deveriam e conseguiam se auto-organizar. Elas conseguem, mas não todas, inclusive a menor parte consegue. Então é ótimo quando conseguem, mas desastroso quando não conseguem e você passou essa responsabilidade para elas.

Me senti numa posição super estranha, pois eu estava dando total liberdade para as pessoas (algo que achava extremamente valioso), mas ao mesmo tempo várias pessoas estavam se machucando com isso.

Então claramente eu abusei da situação, do contexto que não estava preparado, e daqui pra frente eu vejo que estipular limites é importante para as pessoas não se machucarem, se alinharem, entenderem por onde é saudável navegar. Não é ir para o extremo de total liberdade, nem total extremo de total controle, é o meio termo.

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Obrigado pelo feedback! No caso ai especifiquei que são autoorganizaveis no sentido de cada um ter seu papel mas o direcionamento do líder é primordial para o funcionamento da equipe, estipular limites é necessário sempre, pois as pessoas precisam de uma margem de segurança para atuar, como você disse... Um meio termo. Parabéns pela criação dessa rede sensacional, continuarei por aqui postando pois adorei a iniciativa, abraços!