Programação é pra mim?
Programar é pra mim? É pra todo mundo? Qualquer pessoa pode programar?
Esse tipo de pergunta é muito comum, e sempre acaba trazendo vários debates, algumas das vezes muitas opiniões mais ferrenhas acabam assustando pessoas, como também distorcendo a realidade.
Porém, antes de entrar no que penso a respeito, como também alguns exemplos, gostaria de trazer o inverso, casos em que programação não é pra você.
⚠️ Programação não é pra você, SE:
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Você acha que basta estudar 6 meses e já começar ganhando 5k;
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Você acha que é uma carreira com dias lindos, cheios de unicórnios e zero stress;
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Se é um atalho ou forma rápida de ganhar dinheiro com zero ou pouca experiência;
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Aprender frameworks da moda e estudar pouco;
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Se o dia-a-dia de trabalhar com tech, principalmente programação, é lindo igual alguns vídeos que postam no Tiktok.
Dado os casos acima, agora vamos para o outro lado da questão!
Saber programar é uma habilidade que requer muita prática, estudo e tempo para ser aprimorada.
Dito isso, não há nada de especial, mágico, ou que seja uma habilidade apenas para pessoas gênias e/ou que apenas ultra inteligentes consigam adquirir.
Na verdade, eu creio que uma das coisas que pode ter ajudado a criar essa “atmosfera” de ter que ser o(a) fera das galáxias pra programar tenha sido, por exemplo, filmes que atribuem a habilidade de programar para aquela pessoa mais esperta do grupo, ou então o próprio fato de quando alguém que não detém a habilidade chega na sua tela e olha um monte de letras coloridas, blocos de códigos gigantes, não entende nada e acha complicado, impossível, de outro mundo, e por ai vai…
Mas a realidade é que: com dedicação, tempo e paciência é possível aprender, assim como muitas outras habilidades existentes por aí.
☝️ Mas claro, há um preço a ser pago
Assim como tudo nesta vida, há um ônus para cada bônus, e para esta habilidade ser aprimorada requer o preço de estudar, praticar, estudar, praticar, estudar, praticar… 🔁
Além de ter o emocional/psicológico de lidar com algumas das nuances da área:
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Oscilações do mercado;
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Nunca parar de estudar;
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Aprendizado contínuo - a vida toda;
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Ansiedades, síndrome do impostor e chances de burnouts;
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Tecnologias nascendo na velocidade da luz;
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Tecnologias morrendo na velocidade da luz;
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Área em constante ritmo de mudança;
Dentre outros, poderia listar vários, mas no fim, é basicamente:
Saber escolher bem nossas lutas. Estar cientes das nossas batalhas e ir adiante.
Não há área, carreira, ou algo que você almeje que não exija de você ter de lutar e lidar com os percalços do caminho. E esses percalços são constantes, eternos, eu diria.
🤯 Quando dizem que não é pra todo mundo
Quando a questão acaba indo pro lado de que programação não é pra todo mundo, eu não acho que existam pessoas de uma “casta” nobre, que possuam uma mutação genética específica, que sejam gênios(as) em exatas, ou qualquer outra justificativa plausível ou não plausível que tente trazer essa não verdade a tona.
Neste caso, eu prefiro crer que é mais algo vinculado a perfil, gostos, ou simplesmente pessoas que não estão dispostas a lutar contra os ônus da área.
Talvez sejam pessoas que não tem/não tiveram familiaridade com tecnologia; pessoas que gostariam de mais estabilidade; pessoas que não estão dispostas a passar uma vida estudando e tudo mudando o tempo todo; pessoas que não suportam ficar o dia inteiro sentado em frente uma tela com um erro causado por uma vírgula, ou qualquer outro(s) motivo(s).
Elas não estão dispostas, não querem ou talvez até, infelizmente, não consigam lidar com todo esse lado duro.
Mas também acredito que essas pessoas possuam algo que as façam lutar e conseguir. Pode ser em outro momento, outra área, outra profissão, outra paixão.
👁 Exemplos reais
Se você fez faculdade, com certeza deve ter visto um número significativo de pessoas que se matricularam no curso, salas lotadas nos primeiros dias de aula, e então esse número diminuindo ao longo dos semestres, até chegar a bem poucas pessoas, muitas vezes BEM menos da metade para a formatura. Isso te é familiar?
Perdi as contas de quantas pessoas nesses últimos anos me pediram dicas, conselhos, orientações, e depois de um tempo fiquei sabendo que tinha desistido, não gostou, achou difícil ou qualquer outra coisa que a tenha feito não seguir.
Mas sim, é fato também que existe uma dificuldade além e em comum a todos que iniciam, que é a de conseguir a primeira oportunidade no mercado, mas até isso, infelizmente, atua como um “fator de eliminação”, afinal nem todo mundo consegue ficar sabe-se lá quanto tempo sem trabalhar até ter uma oportunidade, há quem tenha família para sustentar, dentre outras necessidades, e acaba desistindo e indo pra outra área ou profissão.
No entanto, particularmente, já ví, tive o prazer de trabalhar junto/sou amigo de pessoa que
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Trabalhou 15 anos como garçom e, após descobrir a programação depois dos 40, fez curso, se formou na faculdade, foi estagiário, jr, pleno e hoje é dev sênior em uma multi-nacional;
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Cursou engenharia mecatrônica, parou o curso, começou a programar e hoje é um dos melhores devs que conheço, ganha em dólar;
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Era da área do direito, advogou por alguns anos e depois migrou pra programação e hoje está feliz e decolando na carreira.
Dentre outras pessoas que não estou lembrando de cabeça agora, mas sim, existe gente de background completamente diferente de tecnologia, que acaba vindo pra área, lida bem com os percalços e segue firme&forte.
🙋♂️E por fim
Claro que esta minha opinião é enfatizada para 99% dos casos e 99% das pessoas.
Sim, existem exceções, que estudaram por um tempo relativamente curto, e hoje programam para empresas gringas, ganhando super bem, em dólar, cenário este que é sonho de todo mundo que quer entrar para a área.
Essas pessoas, na maioria das vezes, já possuíam certa familiaridade com a tecnologia.
Tiveram acesso cedo a computadores, muitas exploravam servidores de jogos, mexiam em códigos e outros aspectos dos games. Algumas já dominavam o inglês, enquanto outras, solteiras e vivendo com os pais, não tinham tantas obrigações e contas para pagar. Isso, consequentemente, permitia que dedicassem mais tempo para estudar e praticar.
Digamos que menos de 1% seria para casos onde: pessoa com poucas condições, teve de aprender inglês e programação ao mesmo tempo, se saindo bem e conseguindo um emprego inicial com facilidade.
Esses tipos de exceções, de forma alguma, devem retratar a área.
Pois exceções não são, nem de longe, a realidade desta, nem de qualquer outra área, e não devem ser tidas como garantia.
E você, o que acha disso tudo? Manda ai suas considerações nos comentários abaixo!
Obrigado pela leitura até o final!
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