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Como o ego atrapalha seu crescimento como engenheiro de software

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No mundo acelerado da engenharia de software há sempre muito trabalho a ser feito, backlogs a serem implementados, novos produtos a serem desenvolvidos, bugs a serem corrigidos e refatorações a serem feitas. E quando somamos isso com a velocidade com que as tecnologias crescem e evoluem hoje, podemos ver que esta área não se trata apenas de habilidade, mas também de mentalidade.

Para lidar com esta quantidade de responsabilidades, é fundamental que continuemos a aprender e a estar abertos a novas formas de fazer as coisas, a ler e a observar como os outros estão fazendo e procurar sempre formas de otimizar o nosso trabalho e reduzir a nossa carga cognitiva.
Acho que é nesse ponto que a maioria das pessoas falha, não estou dizendo que se você não fizer isso você não terá sucesso ou algo assim, mas o que vou tentar mostrar é que enquanto tivermos um mentalidade rígida e não flexível, pode ser muito provável que você não esteja usando todo o potencial e capacidade que sua mente pode ter.

“Só uso esta tecnologia porque ela é a melhor”

Normalmente nesta área temos muita discussão e repercussões sobre qual a melhor tecnologia e ferramenta a ser utilizada, e se ficarmos restritos apenas a uma única ferramenta ou linguagem perdemos algumas oportunidades de aprender algo novo e ter uma opinião melhor e mais experiente para quando e qual cenário é o melhor para cada ferramenta ou tecnologia.
Sempre que trabalhei com alguém que é especialista em alguma ferramenta, linguagem ou área consigo ver muitas coisas de uma perspectiva diferente, e cheguei à conclusão de que tendemos a não gostar das coisas que não sabemos.
Apesar das minhas preferências em termos de linguagem e ferramentas, seria muito prepotente afirmar que elas são as melhores opções disponíveis no mercado se ainda não experimentei muitas das opções que existem hoje.
Dê a si mesmo a chance de aprender algo que você não gosta ou acha que não gosta e tire suas próprias conclusões. Será uma situação ganha-ganha (win-win) porque se você tentar e realmente não gostar, aí terá uma experiência real com isso e poderá realmente discutir com um ponto de vista melhor os motivos pelos quais você não gosta, mas caso contrário, se você gostar, essa é a mágica, você venceu seu orgulho e pode ser humilde o suficiente para admitir que nesta área existem ótimas ferramentas para serem utilizadas.

“Não aceitarei opinião/sugestão de alguém com um nível de senioridade inferior”

Às vezes estamos muito apegados ao título do nosso cargo em nosso emprego e tendemos a pensar que somos o nosso cargo em vez de que estamos nesse cargo e que isso pode mudar da noite para o dia.
A primeira pergunta que observo que as pessoas fazem quando se reúnem com um grupo de pessoas da mesma área é “qual o seu cargo na empresa?”. Não gosto particularmente desta pergunta, porque tende a implicar que o nível de credibilidade das suas opiniões será caracterizado pela resposta a esta pergunta.
Uma vez vi um vídeo de Celest Headlee em uma apresentação do TED Talks no youtube (10 ways to have a better conversation | TED) que diz que todo mundo sabe algo que nós não sabemos.
Neste vídeo da mesma forma que podemos aprender muito conversando com as pessoas e conhecendo suas histórias podemos aprender com todos, independentemente do nível de senioridade.
Todo senior começou como estagiário ou júnior.

“Minha maneira de fazer as coisas é a única certa”

Hoje temos muitos vídeos, livros e cursos falando sobre diferentes formas de fazer as coisas, qual metodologia usar e por que devemos usá-la. Mas a verdade é que nada disso é uma verdade universal e cada empresa realiza seus processo de acordo com o seu cenário.
O problema na minha opinião é quando temos a oportunidade de tentar algo diferente que pode gerar mais valor e não o fazemos por causa do status quo “sempre fizemos assim” ou por causa do nosso ego “não posso voltar atrás na minha opinião porque eu já falei que a outra forma de fazer é melhor”. Em ambos os casos, o resultado é uma perda de experiência ou um desempenho estagnado.
Uma apresentação que realmente abriu minha mente sobre isso foi a de Simon Brown - The lost art of software design que falou sobre Up Front Design e como podemos criar modelos e diagramas que facilitam a maneira como vemos nosso produto e a abstração que estamos construindo. Neste vídeo é bom saber que além de ter uma opinião ampla sobre determinados termos, você ainda pode ser flexível e ter a mente aberta para a possibilidade de criar um meio-termo.

“Se eu pedir ajuda serei visto como um mal profissional”

Se você está realmente imerso no mundo do ego, coisas simples que impulsionam a nós e às nossas carreiras podem ser vistas como uma ameaça e impedi-lo de alcançar melhores perspectivas.
A frase “Se tudo que você tem é um martelo, tudo parece um prego” cabe muito bem aqui, se o seu ego não estiver regulado tudo pode parecer uma ameaça, e para mim o melhor que podemos fazer por nós mesmos é nos colocar na posição de aprendiz.
Não tenha medo de pedir ajuda e aceitar a sua própria ignorância, só podemos melhorar as coisas em que não somos bons, então se você não tem nada para melhorar, talvez a sua visão sobre si mesmo esteja um pouco distorcida.

“Não vou ouvir esta opinião porque não concordo com ela”

Este é realmente interessante, porque luto com isso regularmente, às vezes penso “por que deveria ver este vídeo se não concordo com este tópico” e quando aceito que o vídeo pode me ensinar algo que não sei e assisto mesmo assim eu sempre ganho alguma coisa, ou reforço o que realmente não concordo ou aprendo algo novo.
Um dos grandes exemplos pessoais que posso dar é a prática do TDD. Nunca pensei em usar essa metodologia porque não fazia sentido para mim, mas hoje não consigo me ver sem ela e talvez seja a melhor coisa que aprendi.

Conclusão

Neste post tentei falar sobre minha experiência e meus sentimentos em relação à minha carreira. Todas as opiniões têm um ponto de vista muito parcial e pessoal, mas também contêm referências a vídeos, apresentações que assisti e também livros que li.
Apesar de ser rotulado como um tema de engenharia de software, esse tema pode ser aplicado a qualquer área da sua vida e carreira (se você concordar, é claro).
Ao transcender o ego e adotar uma mentalidade construtiva, liberamos todo o nosso potencial em todos os aspectos da vida e da carreira.

Referências

Recomendações

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Interessante e necessário abordar este tema, vejo isso acontecer, sorte que não é a grande maioria, mas muitos devs experientes tem esse ar de superioridade mesmo, numa egotrip constante, e quando na verdade ainda há muita coisa pra continuar se aprendendo, essa área exige esse esforço, os pontos que vc destacou são muito bons tbm, vou dar um confere nos links, thanks !!

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Fala Leandro, muito obrigado pelo seu comentário meu caro, realmente é muito raro esse tema ser pauta de debate mesmo sendo o cenário mais rotineiro no mercado de trabalho.
Os links você vai curtir, preparei com carinho esses conteúdos que abriram muito minha mente sobre o tema.
Abraços !!