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Sobre um iniciante assustado com a complexidade da área de T.I

Euforia inicial

Estou no terceiro semestre de Engenharia de Computação, e estou começando a brincar com desenvolvimento Web e mobile. Mas, como algúem que não sabe quase nada, eu me sinto um gênio toda vez que algo novo funciona e o sentimento é incrível. Esse sentimento têm me deixado muito animado e com vontade de estudar mais.

Desilusão

Tem mais ou menos um ano que eu acompanho contúdos relacionados a programação, e um cara que eu sou muito fã, tanto por seu conhecimento vasto quanto sua sinceridade e oratória, é o Fábio Akita. E, sempre que me pego assistindo mais um vídeo de 1 hora dele, ou de outros criadores que respeito, percebo que eu não sei nada e, talvez, nunca vá saber o suficiente para atigir os meus objetivos mais ambiciosos.

Faço PUC-Campinas e, por mais que seja uma universidade respeitada e de ótima qualidade, eu sinto que eu não vou a fundo o suficiente nos assuntos que são esperados que eu saiba. Eu sei que é ingenuidade minha achar que vou aprender na faculdade tudo o que eu preciso para ser um bom profissional. Mas, assuntos teóricos básicos como cálculo, álgebra linear, algoritmos e estruturas de dados e outros, parecem ser não ter um aprofundamento necessário.

Como lidar com isso

Ainda sobre o Akita, em muitos vídeos ele ressalta a importância das matérias básicas e eu concordo que um programador sem a fundamentação teórica é limitado. Mas também concordo que, seu eu ficar somente na teoria e nunca colocar essa teoria em prática, ela não vai valer de nada.

Assim, vale a pena eu desacelerar os meus estudos práticos para fortalecer a minha base teórica?

Quem ainda não assistiu, assista esse vídeo do Akita sobre o código do Twitter que foi aberto recentemente. Foi esse vídeo que me colocou uma pulga atrás da orelha e me fez escrever esse post. ->Desbloqueando o "Algoritmo" do Twitter - Introdução a Grafos

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Para ser um Youtuber de sucesso você tem que passar a imagem que sabe tudo, sabe demais, é o cara.
Então tome cuidado o próprio Akita deixa claro isso, ele fala que utiliza teleprompter, então ver um cara te encarando, disparando termos técnicos feito uma metralhadora, sem errar, sem gaguejar, é algo bem impactante e convincente.
O que quero dizer é que ele não é tão diferente de nós e podemos sim saber tão quanto ele ou mais.
Nesse universo de informações é difícil filtrar o que vai realmente ser importante para nós, mais importante do que querer saber tudo é saber que área queremos atuar.
Saber filtrar é tão importante que surgiu uma nova área de conhecimento chamada Big Data.
Então pense onde irá atuar, qual o hardware que utilizam, aprenda sobre esse hardware, é importante saber processos, threads, cache, sistema operacional, concorrência, integridade de dados com hash, stack, heap, buffer...
Nessa área qual o padrão de prejeto utilizado?
Como as coisas estão modernas, dá para criar bastante, sem saber nada dessas coisas, tudo acontece como mágica, dá para ignorar o hardware, dá para ignorar padrões de projeto, mas o preço no futuro sai caro, programa lento, programa difícil de manter, falta de integridade dos dados, etc.
Então é isso, sei que é difícil, mas tente o quanto antes se ver no futuro, focar no conhecimento que o seu "eu do futuro" irá precisar, onde irá atuar? Segurança, redes, quer ser CEO, programador da linguagem X? Um cientista que irá criar uma nova linguagem? Inteligência artificial? Processamento de sinais? Computação gráfica?

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Sim, a área é extremamente complexa, muito mais que alguns dizem que é, não é fácil para um ser humano, porque foge da natureza de nós, e é desafiador. Por isso seria bom a pessoa ter vocação, e precisa estar muito comprometida e deveria se esforçar muito para alcançar bons níveis.

Essa é a má notícia. A boa é que não precisa saber tudo. Pode saber bem a base muito bem, algo que nem todos fazem, e torna tudo mais difícil, e depois vai aprendendo tecnologias sob demanda.

Outra notícia que não sei se é boa ou ruim, dependendo do ponto de vista, é que tem espaço para quem alcança o mais ou menos. Mas é bom saber que isso tende a mudar e as portas vão se fechando cada dia mais para quem não puder ter algum destaque. Mas tem outras boas notícias, não está tão difícil se destacar, não tem um monte de gente se destacando, não é algo tão inalcançável.

Eu prego muito a felicidade das pessoas. É o mais importante para o ser humano. Não no sentido da pessoa ser obrigada a ser feliz, não dito em modo coach, é até o oposto. Para isso a pessoa precisa fazer o que gosta e gostar do que faz.

Profissionalmente, em uma área desafiadora é necessário se aprofundar para ter um grande sucesso. A pessoa pode ser feliz com um pequeno sucesso. Ou pode ser feliz fazendo outra coisa que ela tenha mais vocação. Nem sempre dá para ser feliz não tendo muito sucesso, mas também é possível. Felicidade vem do encontro das expectativas com as realizações. Eu não sou fã disso, mas mantendo expectativas baixas dá para ser feliz mais facilmente.

Para atingir um bom nível precisa ir muito além da faculdade, ali serve como incentivo e referência para o básico, tem que achar maneiras de colocar valor no conhecimento que adquiri ali. Como já percebeu a faculdade é uma maneira estruturada e validada por outros de começar na área, viver em ambiente favorável para a descoberta, por isso precisa ser um bom curso, precisa estar acompanhado de outros alunos tão bons ou melhor que você (você ser o melhor ajuda bastante, os outros) e ser avaliado adequadamente. Mas ela não dá toda experiência necessária.

Alguns assuntos são chatos e em alguns casos não tão necessários de forma direta para a maioria das áreas da computação. Existem disciplinas que são colocadas por inércia ou politicagem das instituições (conheço isso bem de perto, não vou entrar em detalhes aqui). Mas tem outras que são fundamentais, e é só a ponta do iceberg.

O que o curso não tiver entregando tem toda a internet e livros para se aprofundar. Em geral, o material básico da disciplina, junto com o ementário e outras informações, tem a bibliografia dela, o que muitos alunos ignoram que existe. E o professor pode ajudar (geralmente), é função dele mais do que ficar falando na frente de todo mundo.

Eu acho que deve ter um equilíbrio nas duas coisas, não tem porque ficar se limitando em uma coisa para outra. O processo é conjunto, estudar é fazer tudo. Acabei de dar uma resposta sobre isso.

Grafo é algo a ser estudado sim, mas não costuma ser das mais necessárias. Precisa entender por cima, e estar muito bem preparado para se aprofundar quando precisar disso. Isso vale para muita coisa. Tem coisa que precisa saber tudo desde o princípio. A não ser que tenha um objetivo muito claro de fazer algo que já vá usar essa técnica. De qualquer forma é legal despertar o interesse das pessoas.

Ache seu caminho. Se esforce e vá no seu ritmo.

Faz sentido?

Espero ter ajudado.

Farei algo que muitos pedem para aprender a programar corretamente, gratuitamente. Para saber quando, me segue nas suas plataformas preferidas. Quase não as uso, não terá infindas notificações (links aqui).

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Sim, faz sentido. Sinto que o ambiente em que estou os piores que eu são a maioria, iguais são poucos, e melhores são raros. Não que eu me considere alguém fora da curva (como da pra perceber no post), mas a maioria faz o curso por fazer.

Mas consumir conteúdo de gente forte interagir com pessoas da área na internet, assim como estou fazendo agora, está me ajudando bastante. Vou tentar não desanimar e continuar estudando e, ao invés de me inspirar com colegas melhores que eu, vou me inspirar no meu eu em potencial.

Obrigado pela resposta!