Programar é chato! E daí?
Programar é chato! É escrever 1000 linhas de código para ver um JSON no console (ou nem isso).
Programar é chato... Tão chato quanto todas as outras coisas.
Um solo de guitarra ou saxofone são coisas que nos fazem babar. Mas os dias inteiros repetindo escalas como robôs é chato. Os dribles do seu jogador preferido são empolgantes. Mas e a rotina de treinamento? De Kobe Bryant a Rogerio Ceni: eram os primeiros a chegar nos treinos e os últimos a sairem.
Casamentos, nas fotos, é algo maravilhoso. Mas a rotina e a gestão diaria de conflitos é um filtro pelo qual cada vez menos gente consegue passar.
E eu poderia ficar aqui horas falando sobre quão chatas são as rotinas de viagens, estudos, construção da casa dos sonhos, musculação, espiritualidade, aprender a dirigir, lavar louça, entre outras milhares de coisas.
O mundo também é feito de coisas chatas. O instagramavel é apenas o chantily, a pontinha do iceberg. Quem vê cara, não vê corre; no pain, no gain, não é mesmo?
Mas qual é o problema? Sempre foi assim? A humanidade sempre teve que plantar numa estação e esperar quase um ano para colher...
Será que a dopamina do instagramavel e da vida facil estão deixando a gente cada vez mais impaciente com tudo? A ponto de muitos aqui não conseguirem lidar com a chatice de um VisualG, de um JavaDoc, de uma simples rotina de debug?
Já parou pra pensar nisso? Será que você está sendo afetado por isso? Quão afetado por isso você e eu somos todos os dias? E quanto isso está atrapalhando os nossos resultados?
Acho que está na hora de acolhermos a chatice de cada dia. O chato é bom, e você deve faze-lo. Encare de uma forma diferente, para o seu bem.