"Dividir pra conquistar" — mas o algoritmo aqui parece ser outro
Essa mini-revolta de alguns por causa do suposto aumento de salário pra área de TI na esfera pública me fez recordar os motivos pelos quais desisti da área, em meados de 2014: a chatice de alguns.
Eram tempos difíceis,em que se vc dissesse que estava usando uma IDE pra codar, lá vinha a patrulha. Se dissesse que programava utilizando Windows, lá vinha a patrulha. Se disesse que usava (insira aqui a linguagem que eu não gosto), lá vinha a patrulha. Se dissesse que estava na faculdade, lá vinha a patrulha.
Era uma galera que populava uns grupos de Facebook. Para eles, nada estava bom.
Comecei a pensar na área novamente em 2018. E o Deschamps têm parte importantes nisso, porque através do canal dele, conheci uma galera de TI diferente. Menos chata. Menos policia de linguagem, framework, IDE...
Deschamps fez bons discípulos. Parabéns!
Mas, infelizmente, eu me deparei com esse lado obscuro da area novamente nesta semana após a noticia do "aumento de salarios do governo".
Uma galera que insiste em afirmar que, se você trabalha no serviço publico, então você não merece um aumento. Talvez não mereça nem mesmo um salário. Afinal, "É o Estado...". E toda aquela ladainha "mais estado x menos estado" que já estamos cansados de ouvir.
Essa galera nao sabe diferenciar "O Estado" do coleguinha que trabalha pro estado, que não é necessariamente um funcionário fantasma, ou um burocrata que fica coçando das 9 as 17 e esperando o próximo ponto facultativo. (Até pq, o que tem de coçador na iniciativa privada, não está escrito, certo? Todo mundo aqui conhece um ou dois... ou mais).
Enfim galera, "não seja essa cara". Respeite o coleguinha, independente de onde ele trabalha, da stack, da empresa, do governo... Achavamos que já tínhamos vencido esse milestone da maturidade. Pelo jeito, não.
Vivemos em bolhas. E essa bolha do tabnews sempre foi muito massinha. Tenho certeza que todos aqui gostariam que tudo continuasse assim.
Nós somos melhores que isso, galera. Eu sei que nós somos.