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mpoda
4 min de leitura ·

Aprenda a medir se sua API pode ser considerada REST 🔥

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Introdução

Atire a primeira pedra quem nunca entrou em uma empresa, onde sua primeira atividade é adicionar uma nova feature na tal "API REST", mas ao abrir o código do projeto você se depara com um:

POST /client/infos/update-infos

Ou pior

POST /client/infos/delete-infos

É triste mais é a realidade, existem vários sistemas que se consideram REST, mas não são.


Passando pelas leis do REST

Quando falamos que uma API é REST, significa que desenvolvemos uma aplicação de transporte de informações que utiliza HTTP, porém com regras claras criadas por Roy Fielding.
Caso você siga TODAS a risca, pode ser considerada uma API RESTful.

Fiz uma tabelinha com as leis do REST:

Lista de regras REST

Caso você ainda tenha dúvida sobre elas, recomendo fortemente, ler o próprio artigo do Roy Fielding.


Medindo a maturidade de sua API

Beleza, já sabemos quais regras que devemos implementar para de fato termos uma API RESTful, mas o que você vai perceber que no dia a dia de trabalho, raramente vai encontrar tudo isso implantado.
Normalmente não vemos por conta da relação tempo x custo, por conta disso quase sempre você irá encontrar outro tipo de padrão no mercado.

Mas, como podemos medir se a API que estamos criando, ou atuando, é REST?

Para isso o desenvolvedor Leonard Richardson, criou o RMM (Richardson Maturity Model), dessa forma dividimos alguns padrões do REST em 3 níveis.

RMM - 3 Níveis

Vou explicar cada nível para vocês.


Os 3 níveis para a glória REST

Nível 0: POX

Nesse nível, consideramos que API só serve mesmo como transporte de informação, não utiliza corretamente URI, verbos HTTP, HATEOAS e status code, nem possui padrão de formato representacional (JSON, XML e etc).

Podendo ter casos, onde a mensagem de erro nos retorna código 200, e vem no corpo da resposta, o erro que pode ter ocorrido no serviço.

HTTP/1.1 200 OK
[headers]

<compraDeProutosErro>
  <produto descricao="teclado mecânico" id="0293"/>
  <cliente cpf = "xxxxxxxxxxxxx"/>
  <reason>Produto esgotado.</reason>
</compraDeProutosErro>

Nível 1: Recursos

Nesse ponto sua API já está trabalhando corretamente com URI para manipular seus recursos, mas ainda não implementa verbos HTTP, HATEOAS e status code corretamente.

Aqui já começa a ser comum de encontrar por aí, já encontrei várias dessas em alguns projetos de mercado.

Continuam utilizando os verbos GET e POST para realizar consultas e operações.

Nível 2: Verbos HTTP

Finalmente começamos a encontrar o uso correto das URI, verbos HTTP e status code. Para o padrão que encontramos, aqui existe um debate muito discutido.

Alguns programadores não consideram o nível 2 como uma API REST, já que não há o HATEOAS, já outros consideram. Com minha experiência e minha opinião, aqui coloco que sim, já considero uma API REST a partir desse ponto.

Nível 3: HATEOAS

HATEOAS, significa Hypertext As The Engine Of Application State, um nome feio e enorme, praticamente chamamos de Hypermedia Controls.

Para entender, vamos a um exemplo, imagine uma página HTML, onde temos diversos links que chamam para outros HTML. Fica vísivel qual caminho podemos adotar para vermos, por exemplo, informações de um produto, da conta e etc.

A mesma coisa vale para a API, quando realizamos uma requisição, no retorno dela, deve ter alguns endpoints para ajudar ao usuário a explorar outros recursos.

Vamos a um exemplo, imagine que quero consultar um produto:

GET /produtos/872

Como retorno HATOEAS, deveríamos ter uma resposta parecida com isso:

HTTP/1.1 200 OK

{
   "id":89,
   "nome":"Mouse ergonômico"
   "preco": 430,
   "links": {
      "fornecedor": "/fornecedores/23"
   }
}

Onde, além do retorno de uma consulta sobre um determinado produto, adicionamos um link para a URI de fornecedores, para dar um caminho e até mesmo uma ajuda para o usuário ir explorando os recursos da API.

Conclusão

É muito raro encontrarmos uma aplicação que implemente o nível 3, por isso muitos desenvolvedores consideram o nível 2 como uma API REST.

Perguntinha do artigo para refletir!

Você já trabalhou com mais APIs nível 3 ou 2?

Espero que tenha ficado claro e te ajude a medir a maturidade de suas API que virão pela frente.

Obrigado pelo seu tempo.
Compartilhem com seus colegas de estudo/trabalho.
Me acompanhem em minhas redes sociais:

Até a próxima!

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Dúvida sincera aqui

Será que não tem muita gente que se perde em busca do RESTful perfeito e acaba adicionando uma complexidade desnecessária por conta de preciosismo?

Acredito que RESTful pode funcionar muito bem para CRUDs, mas no operacional da maioria das empresas acredito que rotas que seriam consideradas como RPC para os mais puristas funciona muito melhor do que empacotar tudo como entidades/CRUD.

Sobre HATOEAS

Pela minhha experiência até hoje, acredito que HATOEAS é uma boa ideia se o seu produto (ou a parte mais significativa) é a API, por exemplo, em HUBs de marketplaces a API é parte vital para o serviço e acho que o HATOEAS encaixa bem.

Mas para uma aplicação interna, onde a API é feita para um frontend bem específico, aí eu já acho HATOEAS over engeneering.

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Fala user1! Obrigado por comentar.

Concordo 100% com você! O intuito desse artigo foi apenas cobrir se podemos considerar nossa API como REST, pois no mercado você encontra diversas que se consideram, mas até quando da erro, recebemos código 200, infelizmente kkk.

Sobre a questão da busca do RESTful perfeito, é realmente muito, mas muito raro encontrarmos ela por ai, exatamente pelo ponto que você colocou, a complexidade desnecessária.

Esse debate já é conhecido, não sou do time que se considera purista, quase sempre esse pessoal acaba entrando nesse mérito, sempre vamos cair no famoso over engineering, que atrapalha o prazo e custo de um projeto.

Por isso sempre é melhor entender o negócio, relacionar com a arquitetura e realmente bater o martelo para decidir o caminho, não seguir apenas o livro.

TMJ!

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Excelente artigo! Eu não conhecia o conceito HATEOAS. Entendo que é necessário quando o core da solução se baseia no provisionamento da API e facilita a navegação e exploração instintiva de outros recursos da API.

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Obrigado pelo comentário lucaslima96!
É algo muito interessante mesmo, por mais que seja um pouco demorado para aplicar, acredito que na visão de usuário ter essa capacidade de explorar outros recursos, é muito interessante.