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Metas para 2025

Definidas de um jeito não tão “SMART”

Ano novo, vida nova, certo? E nada melhor do que começar o ano cheio de metas para bater. Mas, será que esse jeito “SMART” é o melhor jeito de definir uma meta?

Na edição de hoje da Newsletter do Moa, eu explico o que, na minha opinião, são boas metas, e conto um pouco mais sobre as minhas metas para este ano de 2025.

Eu quero uma vida boa

Desde 2017, eu adquiri o hábito de definir metas em todo começo de ano. Esse ano, inclusive, foi o ano que deu o start na minha vida disciplinada. Eu já tinha experimentado um pouco da disciplina e dos seus benefícios em 2016. Porém, em 2017, a coisa desandou. E foi ótimo, pois eu pude sentir, novamente, o quanto a minha vida piorava com a falta de disciplina.

Foi em 2017 que eu entrei no Crossfit e, pela primeira vez na vida, consegui encontrar um esporte que me desse prazer, ao invés da tristeza que era fazer musculação (este ano, completo 8 anos de prática ininterrupta). Foi em 2017 que eu conheci a turma do WTTD, fato que deu início ao meu amadurecimento como homem. Como disse, foi em 2017 que tracei minhas primeiras metas.

Estamos iniciando o ano de 2025. Este é o nono ano consecutivo em que começo meu ano definindo metas. Nos oito anos anteriores, a grande maioria dessas metas foram atingidas. Neste ano não será diferente. Mas, acontece que, de uns anos pra cá, minhas metas foram ficando um pouco diferentes.

No começo, eu tinha metas bem definidas e focadas em resultado. “Atingir 15% de índice de gordura corporal”; “Lançar um curso”; “Ler 30 livros no ano”. Todas essas eram metas com foco no objetivo final. Acontece que eu alcançava essas metas, e aí? O que fazer depois?

Ao definir essas metas, eu tinha objetivos muito claros. Pontos de chegada muito bem definidos. Mas, depois que eu alcançava esse objetivo, eu já não sabia mais o que fazer. O que eu faço depois que conquistei 15% de gordura corporal? Vou pra 12%? 10%? Você tem noção do nível de restrição alimentar necessário para conquistar um corpo com 10% de gordura? Eu estou disposto a passar esse perrengue? Pra quê? Qual é a motivação por trás?

Com esses questionamentos, eu entendi que, antes da meta em si, tem algo mais importante, que é: por que eu quero alcançar esse objetivo? Na minha vida pessoal, nunca tive grandes ambições. Nunca quis ter uma barriga de tanquinho, ou ser campeão mundial em algum esporte. A minha única ambição é ter uma vida boa. Mas, o que é ter uma vida boa?

Com 20 anos de idade, ter uma vida boa era estar em todas as festas possíveis, conhecer o máximo de pessoas legais e ficar com o máximo de meninas. Com 25 anos de idade, minha ambição não era muito diferente (exceto pelo fato sobre as meninas, afinal, eu já namorava a minha esposa). Com 30 anos, minha cabeça já tinha mudado bastante. Eu já tinha ambição de ter uma boa saúde e, principalmente, de ter tempo pra fazer o que eu queria fazer, profissionalmente falando. Agora, com 34 anos de idade, e depois de ser pai, a minha ambição é ter saúde e sabedoria para ser um bom pai e um bom marido.

Percebe quão abstratos são esses objetivos? Completamente o contrário do que se espera de uma boa meta. Uma boa meta é uma meta SMART: eSpecífica, Mensurável, Atribuível, Realista e Temporal. “Ser um bom pai” é completamente não-específico, não-mensurável e não-temporal. Como definir uma meta em cima disso?

Fundamentos

Sabe aquele ditado “foguete não dá ré”? O Elon Musk acabou com ele, né? Nos anos 2000, o custo por kilo enviado ao espaço era de aproximadamente $12k. Para mandar uma tonelada para a órbita, gastava-se a bagatela de doze milhões de dólares. Depois que o bilionário malvadão decidiu entrar em cena com a SpaceX, essa mesma tonelada em órbita passou a custar míseros duzentos mil dólares. Estamos falando de 1,7% do valor original. 98,3% de economia. Tudo isso por conta de um conceito chamado de “primeiros princípios”.

Essa é uma técnica usada por Musk e outros grandes pensadores para resolver problemas complexos. O conceito vem da filosofia, mais especificamente de Aristóteles, e se refere a reduzir um problema ou sistema aos seus componentes mais básicos e fundamentais – as "verdades absolutas", que não podem ser questionadas.

No caso dos foguetes, Elon partiu da seguinte premissa: um foguete é feito, primariamente, de alumínio, titânio, carbono, cobre, etc. O custo dessas matérias-primas era apenas uma pequena fração do preço das peças de um foguete tradicional. A partir daí, o que Elon fez foi questionar absolutamente todos os custos da indústria. A partir desse modelo mental, ele revisitou toda a cadeia de produção e encontrou formas de economizar e, consequentemente, produzir um foguete mais barato.

Voltando ao assunto “metas”, a pergunta que eu passei a me fazer nos últimos anos foi: “quais são os fundamentos de uma boa vida?”. Ao longo dos anos, eu fui percebendo que, para viver bem, eu precisaria focar em três princípios fundamentais: uma boa saúde, tanto física quanto mental; uma quantidade de dinheiro suficiente para satisfazer as necessidades e desejos da minha família; e sabedoria suficiente para usufruir da saúde e do dinheiro da melhor forma possível.

Dentro desses três grandes tópicos, que são saúde, sabedoria e dinheiro, eu posso definir incontáveis objetivos: faturar um milhão de reais, ler 50 livros, conquistar 10% de gordura corporal, etc. Eram metas nesse estilo que eu definia no começo. Até que percebi algo interessante.

A meta, sozinha, não resolve muita coisa. Sem contar que atingir uma meta é algo que você não controla. Atingir um objetivo específico, na grande maioria das vezes, será consequência do seu trabalho. Ou seja: meta é output.

Para que uma meta seja batida, ela precisa ser desdobrada em um plano de ação, que será composto por diversas tarefas. Essas tarefas, sim, você controla. Você não consegue controlar quanto de peso irá perder, mas, consegue controlar quantas vezes por semana você pratica exercício físico, ou quantas refeições dentro da dieta você faz na semana. Ou seja: tarefa é o input.

O que eu percebi, ao longo dos anos, foi que, para eu alcançar minhas metas, por mais diferentes que elas fossem, eu precisava fazer quase sempre as mesmas coisas. Para perder 10kg, eu precisava treinar algumas vezes na semana. Para diminuir minha ansiedade, eu precisava meditar algumas vezes por semana. Para aprender sobre marketing digital, eu precisava ler alguns livros por mês.

Também percebi que o caminho era quase sempre o mesmo. Quer saúde? Tem que fazer exercício e comer bem. Quer sabedoria? Tem que ler. Quer manter uma mente sã? Tem que meditar. Já que esses são os fundamentos de uma vida boa, por que não cortar as metas e focar apenas nas tarefas?

Como meu objetivo é ter uma vida boa durante toda a minha a vida, depois de um tempo, eu decidi mudar o foco de grande parte das minhas metas. Decidi definir as metas com um foco muito maior no sistema que precisa ser executado, do que simplesmente no objetivo em si. Se, para perder 10kg, eu preciso treinar 5x na semana, minha meta passa a ser treinar 5x na semana.

Isso vale para todas as metas? Não. Todo começo de ano eu reflito sobre o que está bom na vida e o que eu quero melhorar. Para o que está bom, eu traço uma meta focada no sistema. Para o que eu quero melhorar, eu traço uma meta focada em um objetivo específico.

Minhas metas para 2025

250 dias de exercício físico

Meu volume de treinos está bom, por isso, decidi manter essa meta, que venho repetindo ao longo dos últimos 5 anos.

Acontece que, nos últimos meses, eu dei uma boa engordada e, consequentemente, comecei a performar mal no Crossfit. Por isso, decidi que também terei uma meta relacionada à composição corporal. Quero diminuir gordura e aumentar músculos. Ainda não defini a meta, pois preciso fazer os exames e checar meus índices atuais.

200 dias de meditação

Esta aqui é meta repetida, também. O foco é treinar a mente para me manter mais presente e, consequentemente, menos ansioso. Sem muito segredo

Inclusive, esta é uma meta que quero dar atenção este ano. Ano passado, esta foi a única meta que não bati.

200 dias de leitura profissional

Outra meta repetida. O foco é muito mais em não perder o hábito do estudo, do que determinar uma quantidade de livros, temas, ou algo do tipo. Depois que o Giovanni nasceu, ficou ordens de grandeza mais difícil separar horários para ler. Com essa meta, eu me forço a fazer isso.

200 dias consumindo conteúdos em inglês

Ano passado, eu foquei em speaking, pois tinha a viagem ao SaaStr marcada. Este ano, eu ainda não sei se vou para os EUA novamente ou não. Ainda preciso ver o calendário de eventos. Se eu for, volto com aulas de speaking. Se não for, manter o volume de consumo em inglês, seja leitura, seja listening, já é o suficiente para eu manter o inglês em dia.

Essa meta é bem fácil de bater, dado que já está muito mais natural pra mim consumir conteúdos em inglês. Atualmente, é raro minha fonte inicial de procura, em qualquer assunto, ser o português.

Comprar um Honda Civic EXL 10ª geração no primeiro semestre

Esta meta é curiosa e tem uma loooonga história envolvida. Mas, em resumo, eu preciso trocar de carro. Meu carro atual é excelente. É um Honda City completíssimo. Motor bom, manutenção boa, automático, luxuoso o suficiente.

Acontece que ele está ficando MUITO velhinho, coitado. Já já ele faz 15 anos de idade. Como idade de carro é parecida com idade de cachorro, ele já está sentindo o peso da velhice. E o meu bolso também. Por isso, decidi que chegou a hora de trocar de carro.

Eu poderia simplesmente ir na loja, comprar um City um pouco mais novo e vender o antigo? Poderia. Mas, decidi que quero me dar um presente. Quando comprei esse City, há quase 10 anos, minha vontade mesmo era ter um Civic. Não comprei, na época, pois era uma decisão burra, financeiramente falando. Hoje em dia, com uma situação financeira melhor, chegou a hora de realizar esse desejo.

Por que isso virou uma meta? Porque eu preciso fazer o dinheiro necessário para comprar o carro à vista.

E metas financeiras e profissionais?

Elas existem, só não sei se é o momento de abrir aqui.

As metas financeiras pessoais, acredito serem muito íntimas, por isso, decidi não abrir. As metas profissionais ainda não foram 100% definidas, e também não alinhei com o time se devemos ou não tornar esses números públicos.

O que posso dizer é que, este ano, vamos triplicar o tamanho da empresa, falando de faturamento e EBITDA. A meta de MRR ainda não foi definida. Talvez, quando definirmos, eu traga esse número.

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E aí, você já definiu suas metas para 2025? Compartilha aqui comigo, nos comentários!


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